Além das fronteiras da esfera azul

A equipe Kepler, do Instituto Seti, de Montain View, nos Estados Unidos, continua atuando na busca por sinais de vida extraterrestre. Recentemente, do dia 19 de junho do corrente ano, a Nasa anunciou a descoberta de 219 possíveis exoplanetas, dos quais 10 parecem reunir as condições para abrigar vida, já que, devido às suas posições em relação à estrela hospedeira, não devem ser muito quentes e nem muito frios, e portanto podem ter água líquida, condição considerada primordial à existência de seres vivos. Cinco meses atrás, telescópios da Nasa e da ESO (Observatório Europeu do Sul), já tinham descoberto sete exoplanetas com tamanhos similares ao nosso, em órbitas relativas a uma estrela que está a apenas 39 anos luz de distância (valor relativamente pequeno para distâncias cósmicas). Trata-se de um sistema com o maior número de planetas com dimensões tão grandes como a Terra, dentre eles, seis devem ter temperaturas entre 0ºC e 100ºC e, portanto,podem ter água líquida. Até o momento, dos 2335 exoplanetas já identificados pela Nasa, pelo menos 30 são potencialmente habitáveis.

Com telescópios cada vez mais poderosos, a Nasa e outras agências espaciais estão descobrindo novas galáxias, novos sistemas solares e novos planetas, inclusive com condições habitáveis, em grande frequência. É bastante provável, portanto, como já foi dito por interlocutores da Nasa, que esteja bem próximo o momento em que teremos a confirmação oficial de vida extraterrestre. No Final de 2014 a própria Nasa admitiu que estava preparando astronautas para um possível contato com inteligências extraterrestres, chegando ainda a dizer, que isso deverá acontecer nos próximos 20 anos.

É importante que o leitor saiba que a molécula de Ácido Desoxirribonucleico (DNA) é a “molécula mestra” da vida na biosfera do nosso planeta, já que nela está o código da vida, escrito com as letras A, T, C, G que correspondem às bases nitrogenadas “Adenina”, “Timina”, “Citosina”e “Guanina”. Nas moléculas de ácido ribonucleico (RNA) a base “Uracila” (U) está no lugar da Timina. Entenda que os “códons” são palavras moleculares escritas com as bases nitrogenadas, que coordenam todo o funcionamento de cada célula de um organismo vivo. Assim, se tomarmos um ser humano, dotado de um organismo altamente complexo, com 100 trilhões de células alocadas em quatro tipos diferentes de tecidos – epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso – que por sua vez, se associam de forma integrada para formar os órgãos e sistemas do corpo, consequentemente as “receitas moleculares” que se encontram em nosso DNA determinam tanto a nossa morfologia quanto a nossa fisiologia, ou seja, o padrão da estrutura e do funcionamento do nosso organismo.

As letras que escrevem os códigos da vida no DNA já foram encontradas em vários meteoritos que caíram na Terra. Além das bases “Adenina”, “Timina”, “Citosina”, “Guanina” e “Uracila”; moléculas de aminoácidos que formam proteínas, que são macromoléculas produzidas a partir dos genes que estão no DNA também foram encontradas nesses corpos celestes vindos do espaço, ou seja, uma espécie de assinatura que potencializa a perspectiva da presença de vida além das fronteiras da esfera azul.