Cultura

Ao velho guerreiro, aquele abraço

Redação

Publicado em 30 de setembro de 2015 às 12:32 | Atualizado há 1 semana

por Walacy Neto

A verdade é que nem sempre é fácil dizer algo e ser compreendido. Volta e meia uma palavra fica solta e vai desprendida no ar. Besta e tola a palavra tende pra qualquer lado e prejudica a conversa, sendo que falar foi a primeira coisa que aprendemos. Porém, nem só da fala se faz essa relação. De acordo com o site Portal Educação, a comunicação pode ser definida não como o que se diz, mas tudo aquilo que o outro compreende do que foi dito, ou seja, quanto maior for à compreensão de nosso propósito, mais eficaz será a comunicação estabelecida. Assim, para haver comunicação é necessário que o emissor tenha o mínimo de desenvoltura na hora de expressar suas ideias, facilitando a compreensão de quem está do outro lado desse telefone sem fio.

A facilidade de se comunicar, a “lábia”, como dizem os mais velhos, já rendeu muito para alguns nomes da história brasileira. Na área da mídia, vemos diversos comunicadores que usam e abusam das rádios e TVs. A maestria com que tais pessoas conseguem tocar o sentimento de boa parte da população ainda é um mito, mas às vezes está justamente no carisma, ou seja, na lábia do sujeito mesmo. Os grandes nomes da comunicação atualmente estão na televisão brasileira. De fato, vejam Silvio Santos, empresário e comunicador, que conseguiu se tornar um dos homens mais ricos do país usando a comunicação na TV e um negócio que ninguém queria investir. Ou Fausto Silva, vulgarmente conhecido como Faustão, também considerado um dos maiores apresentadores da televisão brasileira graças ao seu tato para comunicar-se bem.

Existe uma possível realidade que leva estes nomes da TV para um patamar elevado quando se fala em comunicação com as massas: todos estes vieram do rádio antes de chegar no novo meio de comunicação. Dessa forma, entendemos que de um para o outro é um passo, mas não é. O responsável por essa ponte e também o maior comunicador brasileiro é Chacrinha. Na televisão, o apresentador se tornou um verdadeiro ícone. O carisma e a simplicidade somados aos bordões que inventava criou uma áurea ao seu redor sendo que, atualmente, é praticamente impossível encontrar uma alma viva neste país que não saiba quem é o velho barrigudo que invocava “Terezinha” constantemente durante seu show.

Chacrinha ou José Abelardo Barbosa de Medeiros nasceu na cidade de Surubim, no interior do Pernambuco. Hoje estaria completando 98 anos de existência. Na televisão Chacrinha ficou dos anos de 1950 até 1980 e foi o responsável por apresentar ao país grandes nomes da nossa cultura como Roberto Carlos, Raul Seixas, Paulo Sérgio e muitos outros. Antes da fama, aos 10 anos, viveu na cidade de Campina Grande na Paraíba e posteriormente no Recife, onde cursou Medicina em 1936. No ano seguinte teria seu primeiro contato com o rádio, o meio de comunicação onde se formou, no Rádio Clube de Pernambuco, falando sobre os problemas do alcoolismo.

Da rádio até a televisão foi um salto. O meio de comunicação até então novo para a maioria dos brasileiros foi criando modelos específicos nas mãos de Chacrinha. Os programas de plateia, voltados estritamente para o entretenimento dos que ali estavam e dos que estavam de frente a TV é uma formula utilizada até os dias atuais. Digamos que sem os bordões de Chacrinha e toda sua desenvoltura no palco mostram que este tinha um talento nato quando se refere ao dom de comunicar. “Na televisão nada se cria, tudo se copia”. A frase de Chacrinha ainda ecoa com a mesma significação de antigamente. Mesmo datada dos anos 50 e 60 a citação tem sentido e por isso o significado de Chacrinha fica mais claro. Vendo a frase é possível entender como o comunicador era visionário em relação a TV que, novamente, ainda era um meio de comunicação recente.

Hoje, aniversário de Chacrinha, vale a pena relembrar os tempos de vida do apresentador. Os bordões que utilizava e os músicos e artistas que lançou dentro do seu programa. É inegável a intensidade que o mesmo tem para a difusão da televisão no país. Para o velho guerreiro podemos mandar apenas: aquele abraço.

Os programas de auditório foram o grande palco de Chacrinha. De 1950 até 1980 ele esteve na televisão brasileira

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