As mais belas canções italianas
Diário da Manhã
Publicado em 3 de junho de 2017 às 02:41 | Atualizado há 1 semana
O cantor e compositor Alessandro Nascimento é a atração principal do festival de Nova Veneza, neste sábado, com um show, ‘Le Più Belle Canzoni Italiane’, as mais belas canções italianas, a partir das 23h, na Praça da Matriz. Com entrada franca, avisa ele.
– O repertório incluirá Peppino di Capri, Jimmy Fontana, Domenico Modugno e Johny Dorelli.
Músicas lindas, que marcaram época e gerações, relata, emocionado, o artista. Quase todos os grandes cantores italianos das décadas de 1950 e 1960 estarão representados, pontua. Para os velhos aficionados do cenário musical italiano, é puro romantismo, resume.
– Se imagino o projeto atual, o meu estilo poderia ser classificado como romântico. Nesse show de Nova Veneza já comecei a introduzir duas ou três músicas mais “swingadas”.
Leia a íntegra da entrevista:
Diário da Manhã – Quando será o show ‘Le Più Belle Canzoni Italian’e?
Alessandro Nascimento – Neste sábado, às 23h, na Praça da Matriz, em Nova Veneza, como programação especial do Festival.
DM – É aberto ao público?
Alessandro Nascimento – Totalmente aberto ao público. É um evento muito legal, divertido e que todos podem comparecer: das crianças aos avós.
DM – O que é o Festival de Nova Veneza?
Alessandro Nascimento – É uma festa para celebrar as tradições italianas. Afinal, são mais de 100 anos que temos essa bela mistura em nosso sangue. Em Nova Veneza, 60% dos moradores têm descendência italiana.
DM – O que contém a sua programação?
Alessandro Nascimento – Quem for ao Festival pode se preparar para um evento muito gostoso. Tem atrações durante todo o tempo, com grupos folclóricos, uma boa comida, um bom vinho, e, claro, uma boa música. Falando assim, até parece que organizei o Festival (risos). Só que não. Ano passado fui como visitante e me apaixonei. Comi muito (risos), e quem esteve lá ano passado foi brindado com o show dos Tenores do Brasil, que estarão novamente por aqui. Vi que esse ano também vem o Patrick Dimon, um ícone da música. O ambiente é muito agradável. O evento ocorre na praça e isso traz um clima de calma, de romantismo, bem bucólico e alegre.
DM – Qual o repertório do show?
Alessandro Nascimento – Vamos apresentar músicas lindas, que marcaram época e gerações. Quase todos os grandes cantores italianos das décadas de 50 e 60 estarão representados. Nunca podem faltar Peppino di Capri, Roberto Carlos, Jimmy Fontana, Domenico Modugno, Johny Dorelli, dentre outros. Para quem é admirador dessa época, sabe muito bem o que significam esses nomes. É puro romantismo!
DM – Quando iniciastes a sua carreira?
Alessandro Nascimento – Comecei a me apresentar para o público há pouco mais de dois anos, mas sempre estive fazendo coisas com a música. Até gravei um CD autoral.
DM – Quais as influências recebestes?
Alessandro Nascimento – Sempre escutei de tudo. Inclusive, dependendo da época e do estado de espírito, dou mais atenção para esse ou aquele gênero. Quando cheguei de um longo período na Europa, só escutava Tião Carreiro e Pardinho e o sertanejo atual de tanta abstinência e saudade que tinha do Brasil e do nosso “povão”, do nosso jeito de ser. Hoje, além das românticas em geral, estou ouvindo muito Zouk e Salsa, pois estou me sentindo bem latino esse período (risos). É só o que tem no meu pendrive agora.
DM – Como é possível definir o seu estilo?
Alessandro Nascimento – Essa pergunta sempre é difícil de responder. Se imagino o projeto atual, posso classificá-lo como romântico. Nesse show de Nova Veneza, já comecei a introduzir duas ou três músicas mais “swingadas”. Futuramente, nada impede de executar um trabalho mais dançante, claro, mantendo o foco no romantismo, que é a minha alma.
DM – O público pode esperar surpresas no espetáculo?
Alessandro Nascimento – Sim! Mas não posso dizer, porque daí não é mais surpresa, certo? Mas posso adiantar que teremos momentos muito românticos para que os casais e familiares presentes possam renovar e celebrar o amor, esse sentimento tão nobre e que nos ensina tanto, lembrando um pouquinho aqui de Paulo Freire, que tão bem conectou educação e amor.
DM – Quais os seus projetos para 2017?
Alessandro Nascimento – Temos em mente registrar nosso material em mídias e fazer shows nos bairros mais afastados de Goiânia. Gostaria que as pessoas que não têm oportunidade de ir ao teatro ou outros locais, e que estão habituadas a escutar outros gêneros musicais, pudessem experimentar o tipo de música que fazemos. A banda que me acompanha é excelente e as pessoas precisam ter o contato com o som maravilhoso que eles tiram dos instrumentos.
DM – Como ficou o projeto de gravação de CD e DVD?
Alessandro Nascimento – Vamos apresentar agora um projeto na Lei de Incentivo à Cultura. Dependendo do resultado será a partir dele que colocaremos isso em prática. A atual crise também afeta nossa área, então optamos por contar com a ajuda das leis de incentivo, que estão aí para isso. Mas, claro, financiamento privado é sempre bem-vindo.
DM – Quais as dificuldades encontra, hoje, em sua carreira?
Alessandro Nascimento – Ultimamente, não tenho muito do que me queixar. Os shows começam a aparecer. A demanda está aumentando e isso me deixa muito feliz. As dúvidas que atormentam as pessoas quando buscam de verdade seus sonhos começam a ser respondidas para mim.
DM – Como superá-las?
Alessandro Nascimento – No meu entendimento, é necessário persistência e planejamento. Antes acreditava que música era uma carreira diferente das tradicionais. Mas me dou conta a cada dia que as carreiras são mais parecidas do que imaginava. Acredito que todas elas precisam da mesma base: foco. E foco, na vida, serve para tudo, tudo, qualquer coisa. Tenho pontos fracos, como, por exemplo, não sou um bom executor. Então, na equipe precisa haver alguém com esse perfil, que assuma alguns processos da gestão. Na música também há muita competição; portanto, é necessário ter perfil de empreendedor de fato, compromisso com o trabalho.
DM – O que há de novo, hoje, na música italiana?
Alessandro Nascimento – O Festival de San Remo é um bom termômetro para vermos novas caras. Mas enquanto estive lá, vi uma mistura de ritmos, muitos dos quais conhecidos por aqui também, como o Rap, Pop Rock e tudo mais. De qualquer forma, acredito que a música no mundo esteja muito globalizada, parecida. O Occidentali’s Karma, música vencedora do Festival de San Remo desse ano, é um exemplo disso. O que acho legal na Itália é que há um espaço para os que estão produzindo música por lá. O vencedor do Festival de San Remo representa a Itália em outro Festival: o Eurovision, que, por sinal, teve como vencedor, em 2017, uma linda música portuguesa! Olha só isso… é sério: nossa Língua Portuguesa vence um concurso que é visto e cantado por toda a Europa. Temos que ter isso aqui.
DM – O que te encanta no passado na música italiana?
Alessandro Nascimento – A paz e o amor. E não é um conceito raso. Filosofe sobre essas duas palavras e, na minha opinião, você encontrará a solução para tudo. As pessoas que viveram essa época têm muito carinho por ela, por esse passado, e respeito muito isso. Até hoje, os sentimentos de amor e paixão não me fizeram mal algum, é claro que deixaram alguns arranhões no coração, mas nada comparado a uma guerra no leste europeu.
DM – O cinema italiano te agrada?
Alessandro Nascimento – Nossa! Vi muito “bangue-bangue” (gargalhadas). Mas a pergunta é curiosa. Quando estava na Itália, os filmes que via no cinema eram de Hollywood. E, curiosamente, muitos dos filmes italianos que assisti na vida vi ainda aqui no Brasil, quando adolescente, nas noites de insônia, pois eles só passavam de madrugada. Aliás, os grandes clássicos só passavam de madrugada, e somente aquilo que a emissora de TV disponibilizava. Nas locadoras de vídeo nem sempre havia filmes… será que a galerinha de hoje sabe o que é locadora de vídeo (gargalhadas)? Na minha época de adolescente não havia tanto acesso como se tem hoje a tudo quanto é informação, seriados, etc. Mas confesso que preciso ver mais filmes italianos. Estou meio afastado do que tem sido feito por lá nesse período.
DM – O que dizer da culinária italiana?
Alessandro Nascimento – Coisa de Deus!
DM – Uma diva italiana?
Alessandro Nascimento – Estava revendo a música Mambo Italiano, e de repente apareceu a Sophia Loren dançando no vídeo. Que mulher linda, não? Com certeza a diva de tantos! Ih, tem a Claudia Cardinale, Anna Magnani, Gina Lollobrigida… Na verdade, são todas lindas as mulheres italianas.
Músicas de Peppino di Capri, Jimmy Fontana, Domenico Modugno e Johny Dorelli Le Più Belle Canzoni Italiane é pura emoção e romantismo
Alessandro Nascimento, cantor
Perfil
Nome completo: Alessandro Augusto Nascimento Fernandes
Formação: Direito; mestrado em Comunicação
Idade: 42
Mãe: Maristela Batista
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