Cultura

Carnaval nas telonas

Diário da Manhã

Publicado em 1 de março de 2017 às 00:11 | Atualizado há 1 semana

Para esta quarta-feira de cinzas, o DMRevista apresenta ao leitor uma seleção de filmes produzidos entre os anos 1930 e 1970. Todas são obras que trazem registros que tem como pano de fundo o carnaval, uma das festas mais comemoradas do país. Entre filmes mundialmente premiados, musicais e as tradicionais chanchadas, algumas relíquias fazem parte da história do cinema nacional, sendo considerados documentos importantes para a cultura do país. A lista traz produções com participação de grandes nomes da música nacional, como Nelson Gonçalves, Inezita Barroso, Carmem Miranda, Nara Leão, Chico Buarque e Maria Bethânia, e mostra os processos de mutação que adtivaram as comemorações ao longo dos anos. Confira:


Orfeu do carnaval (1959)

Direção: Marcel Camus

O filme narra a história de um condutor de bonde e sambista, Orfeu, oriundo da periferia do Rio de Janeiro que se apaixona por uma jovem, Eurídice, vinda do interior fugindo de um estranho fantasiado de morte. A história transforma-se em um triângulo à medida em que Mira, ex-noiva de Orfeu, tem seu ciúme e mágoas despertados pelo novo casal. É uma produção ítalo-franco-brasileira de sucesso internacional, e traz uma adaptação da obra Orfeu da Conceição, de Vinicius de Moraes. O filme venceu a Palma de Ouro, prêmio máximo do festival de Canes, e o Óscar de melhor diretor para o francês Marcel Camus. “O ar fantasioso presente no filme é interessante, a forma de mostrar a cultura daquela época é bonita de ver”, comentou o internauta Thiago Ramos na rede Filmow.


Carnaval em lá maior (1955)

Direção: Adhemar Gonzaga

1-2

A história desenvolve-se através de cenas dramáticas e números musicais carnavalescos interpretados por cantores considerados vozes de ouro do período, como Inezita Barroso, Nelson Gonçalves, Aracy de Almenida, Ataulfo Alves, Carmélia Alves, Carlos Galhardo,  Alvarenga Ranchinho e Trio Negô. O enredo traz a história de um homem, sua filha e seu namorado, todos eles desempregados. A situação deles se complica quando a casa onde eles vivem pega fogo, e eles se vêm refugiados em uma casa de artistas descrita como um verdadeiro hospício. “Tem momentos divertidos, sobretudo com a interpretação do Walter D’Ávila, e alguns outros personagens que provocam risadas, como os dois caipiras na estação”, adiantou Marcelo Vergette no Filmow.

 


Bom mesmo é o carnaval (1962)

Direção: J.B. Tanko

1-3

Trata-se de uma chanchada, estilo de filmes comum para a época, que retratam, na maioria das vezes, um humor ingênuo, burlesco e popular. Conta a história de uma importante personagem, ilustre morador de uma cidade do interior, que resolve apadrinhar a eleição de um ‘amigo do peito’ para a prefeitura. Durante a eleição, uma série de manobras de seus inimigos políticos e sua índole carnavalesca, levam-no a relegar seus princípios e compactuar com os esquemas políticos da pequena cidade. “Deu pra dar boas risadas e relembrar o carnaval em uma época que era um pouco mais inocente, nos clubes com as encantadoras vedetes. Falando em vedetes, a presença da Anilza Leon é belíssima”, comentou Gustavo Campello no Filmow.

 


Carnaval Barra Limpa (1967)

Direção: J.B. Tanko

1-4

A chegada de uma grande estrela internacional deixa alvoroçados os membros do Sindicato dos Ladrões Brasileiros. O motivo é o diamante que a atriz carrega no pescoço, considerado o maior de que já se teve notícias. “Para os fãs, só o Costinha já bastaria, mas Carnaval Barra Limpa vai mais longe – tem um grande elenco que dá ritmo à trama. O fio de história intercalado por números musicaisr e lembra as grandes chanchadas da Atlântida. Costinha, o Chico, está impagável, e contracena até com um Ary Fontoura muito jovem. Coisa rara! O cast inclui artistas como Altemar Dutra e Clara Nunes, numa rara aparição no cinema cantando “Eu este ano vou cair no iê, iê, iê”, comentou Maurício Exenberger no site e-Pipoca.

 


Quando o carnaval chegar (1972)

Direção: Cacá Diegues,

1-5

O longa narra a história do empresário de um grupo de cantores com dificuldades e sem sucesso, que lhes consegue um contrato para que uma apresentação em homenagem a um rei que chegará à cidade para o Carnaval. Discussões internas, romances inesperados e defecções impedem que o espetáculo se realize. Mas os artistas voltam a se juntar, apresentando-se em shows mambembes. Conta com a participação especial de cantores famosos da música popular brasileira, o que tem atraído a atenção do grande público. “Este é um filme divertido, e valeu pela participação solene de Chico Buarque, Nara Leão e Maria Bethânia. Esta última se não tivesse seguido carreira de cantora, daria muito bem pro cinema”, comentou a usuaria Anny no Filmow.

 


Amor, carnaval e sonhos (1972)

Diretor: Paulo Cézar Saraceni

1-6

O filme reúne pequenas tramas paralelas vividas durante o carnaval carioca, tendo como cenário o registro da folia de rua e de blocos carnavalescos dos anos 70, misturando ficção e documentário. “Quiçá o mais difícil dos filmes saracenianos, visto que a trama é deveras exígua, mas… Quando o próprio diretor aparece em cena, “dançando conforme a música”, o filme explode, o filme se abrilhanta… As seqüências de devoção epifânica ao candomblé antecedem efeito similar em A Idade da Terra, mas, em minha opinião, o filme se estendeu demais nas cenas documentais carnavalescas, de modo que o desfile de escolas de samba enfada” – comentário de Wesley PC no Filmow.

 


Carnaval no fogo (1949)

Diretor: Watson Macedo

1-7

Ricardo é diretor artístico do hotel Copacabana Palace; Marina, sua namorada, é artista. Neste hotel hospeda-se uma quadrilha que aguarda a chegada de seu chefe, bandido internacional, que não é conhecido pessoalmente e será identificado graças a uma cigarreira que é encontrada por Ricardo. Mas a gangue já tem um plano arquitetado para assaltar turistas durante o carnaval. Quando a polícia entra em ação, a confusão se instala. “Um dos filmes mais icônicos e, ainda assim, pouco conhecidos do cinema cômico brasileiro, este filme só não é melhor porque, na metade final, a trama policial um tanto abocanhada de clichês se sobressai, mas, quando Grande Otelo, Oscarito e a diva Eliana estão em cena, a diversão é garantida”, comentou Wesley PC no Filmow.

 


Alô, alô, carnaval (1936)

Diretor: Adhemar Gonzaga

1-8

 

O filme narra o processo de produção de uma revista de teatro chamada Banana da Terra, em pelos anos 1930. A comédia brasileira, que foi dirigida por Adhemar Gonzaga, e lançada nos cinemas do Brasil em 1936. Trata-se de uma relíquia por ser entre os filmes brasileiros dos quais Carmem Miranda participou, o único que sobreviveu ao tempo. Tendo primeiramente o título de O Grande Cassino, estreou no Cinema Alhambra, no Rio de Janeiro, com grande sucesso de público. Um mês depois, o êxito se repetiria em São Paulo. A ideia do filme surgiu da necessidade de se apresentar ao grande público os grandes cantores da fase de ouro do rádio brasileiro, já que não havia televisão e a população de baixa renda praticamente não tinha acesso aos cassinos.

 

 

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