Cultura

Cerrado em rede no ar

Redação

Publicado em 19 de abril de 2016 às 03:16 | Atualizado há 1 semana

Estreia hoje, dia 16 de abril, nesta manhã de sábado, o programa Cerrado em Rede, na Rádio Difusora de Goiânia 640 AM. A transmissão começa às 7:55. O programa de temática rural mais tradicional do Rádio Goiano. A Veiculação será sempre aos sábados.O programa é uma criação da RCS (Rede de Comercialização Solidária) e da Coopcerrado (Cooperativa Mista dos Agricultores Familiares, Extrativistas, Vazanteiros, Assentados, Pescadores e Guias Turísticos do Cerrado). Os programas foram produzidos com recursos do Funbio, o Fundo Brasileiro pela Biodiversidade.

                São 11 programas de 5 minutos cada que contam a história da RCS, a Rede de Comercialização Solidária, criada há 15 anos com o objetivo de organizar os agricultores familiares dentro do processo da agroecologia e da produção orgânica de alimentos no Cerrado. A Rede também tem como fundamentos a proteção do Cerrado e seus povos e defende a criação de Reservas Extrativistas como forma de manter o  Bioma vivo. A inclusão dos jovens e das mulheres no processo de produção e o extrativismo no Cerrado também fazem parte do projeto. Outra questão importante é o trabalho desenvolvido pelo Cedac – Centro de Desenvolvimento Agroecológico do Cerrado, entidade que dá suporte técnico à Rede e que, no ano passado, conquistou junto ao Ministério da Agricultura, o direito de emitir a Certificação Orgânica vegetal e animal pelo Sistema Participativo de Garantia.

               A RCS trabalha com o agricultor familiar desde o processo de produção à comercialização dos produtos. Hoje já são cerca de 4 mil famílias envolvidas no projeto em 4 estados: Goiás, Bahia, Minas Gerais e Tocantins. A Rede possui ainda uma agroindústria de baru e derivados. Uma agroindústria de farinha de mandioca e, em processo de criação, as agroindústrias de mel e óleos Vegetais. Ao todo são processados mais de 60 produtos e uma linha de 8 produtos  certificados como orgânicos (pimentas, farinha de banana verde e gergelim) .  A Coopcerrado integra ainda o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) do Governo Federal. Além do Governo Federal a Rede tem outras parcerias com prefeituras; entidades e órgãos nacionais, estaduais e municipais; e também com organismos internacionais.

Resumo dos programas

               O primeiro programa faz uma apresentação da Rede. O segundo destaca o Baru, primeiro produto do extrativismo trabalhado pela Rede e que integra hoje o PNAE. O terceiro tem como foco a importância da Rede para o agricultor familiar. O quarto trata da certificação e da produção Orgânica de Alimentos e da luta contra a produção com agrotóxicos. O quinto tem como destaque o turismo sustentável nas reservas extrativistas do Cerrado. O sexto trata da luta para manter vivo o bioma Cerrado. O sétimo e o oitavo falam da importância das reservas extrativistas para a proteção do Cerrado e da Amazônia. O nono mostra os projetos da Rede para o agricultor familiar extrativista (Ater-Ecoforte-mudanças climáticas, entre outros). O décimo destaca as agroindústrias da Rede e os produtos Empório do Cerrado. O último programa será uma entrevista ao vivo com agricultores que integram a Rede.

Foram criadas duas reservas extrativistas no cerrado em 2006 mas até hoje não estão regularizadas. Outras estão em processo de criação. As criadas são A Resex  Lago do Cedro em Aruanã (GO) e a Recanto das Araras de Terra Ronca em São Domingos no Nordeste Goiano.

Entrevista com Carlos Pereira, o idealizador deste programa. Carlos é responsável pela produção, roteiro e direção do Cerrado em Rede que será apresentado por João Sobreira:

DM: O foco é abordar a temática da sustentabilidade na produção rural?

Também. Na verdade quando me contratarem para ser assessor de Comunicação Social da RCS, eles não tinham ideia do que queriam. Tinha o recurso do Funbio para fazer um boletim e para produção de vinhetas comerciais de Rádio. Propus a criação do Jornal Cerrado em :Rede e da Rádio. Aí fui desenvolvendo os temas durante estes 3 anos que estou lá. O foco é contar a história da Rede que trabalha dentro da proposta do agroextrativismo, da agricultura orgânica. Dentro deste contexto, é claro, a sustentabilidade, à proteção do Cerrado e de suas comunidades em contraponto ao agronegócio e a produção com agrotóxicos.

DM: O público alvo são as pessoas envolvidas com a agropecuária ou um chamado a sociedade geral no sentido de olhar para essa temática?

São dois públicos. O agricultor familiar, os quilombolas, assentados da Reforma Agrária e os povos e comunidades tradicionais do Cerrado fazem parte de um público. Na outra ponta os 11 programas também buscam mostrar a importância destas comunidades para a conservação do Cerrado. Queremos mostrar para a sociedade o quanto o agronegócio está destruindo o nosso cerrado com a monocultura e a produção com agrotóxicos.

DM: O programa trabalha como uma forma de mostrar a importância da agricultura familiar?

Os programas trabalham não só com a importância da agricultura familiar, responsável hoje por 70 por cento do que é colocado na mesa do brasileiro, inclusive dos responsáveis pelo agronegócio. Mostram também a importância destas comunidades que vivem no Cerrado sobrevivendo e mantendo o Bioma Vivo. É o chamado notório saber. É por isso que a Rede defende a criação das reservas extrativistas no Cerrado.

DM: Como acontecem os processos extrativistas em Goiás. As cooperativas já estão consolidadas e os incentivos institucionais e empresariais existem?

O extrativismo ocorre em cooperativas e fora delas. O que posso dizer que, dentro da Coopcerrado ele é feito de forma a preservar o Cerrado, mantendo o ciclo natural da natureza. Quanto aos incentivos institucionais ele existem sim, mas são de difícil acesso.

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