Cultura

Cerrado – Um bioma de integração biológica e antropológica

Diário da Manhã

Publicado em 29 de junho de 2016 às 03:00 | Atualizado há 9 anos

Tendo em vista que a estiagem está prevista para continuar nos meses de julho, agosto e setembro e, que o Cerrado, por essa razão sofre com as queimadas, temos que estar cada vez mais conscientes de que  é o segundo maior bioma da América do Sul, com uma área de pouco mais de 2 milhões de km², o que representa mais de 20% de todo o território nacional.

Com fitofisionomias distintas dispersas em vários estados da federação, entre eles, Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, a savana brasileira é considerada a mais rica em biodiversidade,entre todas do mundo. São mais de 11.500 espécies de plantas catalogadas. Por ser um bioma em estágio clímax apresenta uma enorme quantidade de habitats e nichos ecológicos específicos, integrando a delicada teia alimentar dentro do ecossistema. Existem mais de 800 espécies de aves, 150 espécies de anfíbios, 1.200 espécies de peixes e por volta de 200 espécies de mamíferos. Além disso, há uma grande diversidade de insetos, com destaque para a variedade de borboletas  e  para a grande quantidade de abelhas,30% de todas as que   existem entre os trópicos estão no Cerrado.

No que concerne à Medicina Natural, mais de 200 espécies são utilizadas para fins medicinais, além disso existem alguns frutos do Cerrado que são consumidos regularmente e já possuem uma conotação emblemática para com o Cerrado. Entre eles podemos destacar o fruto do pequi, buriti, mangaba, cagaita, cajuzinho do cerrado, araticum e as nutritivas sementes do baru.

Na dimensão sócio cultural o Cerrado é o bioma ´provedor de comunidades quilombolas, etnias indígenas, ribeirinhos, vazanteiros e outros, portanto, além de ser um patrimônio ecológico e genômico é também um patrimônio antropológico e cultural da nação.

Mesmo com toda essa importância já reconhecida, o Cerrado é o bioma com a menor porcentagem de áreas sob proteção. Apenas pouco mais de 8%do seu território está sob proteção legal em Unidades de Conservação.

Até que a racionalidade ambiental penetre mais metabolicamente na consciência de todos nós, temos que estar vigilantes para detectar, repudiar, denunciar e coibir todas as ações que ameaçam o cerrado e a nossa intima conexão com ele.

 

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