Homem e Natureza atuando na restauração de ecossistemas
Diário da Manhã
Publicado em 8 de março de 2017 às 01:46 | Atualizado há 8 anosExistem estratégias para a recuperação de florestas que foram parcialmente destruídas para a implantação de monoculturas agrícolas, formação de pastos, expansão urbana e atividades industriais; que podem ser adotadas conforme o tamanho do estrago, sobretudo quando comparado com o que existe de “Floresta em pé”. Não se trata apenas do quanto foi destruído e do quanto está preservado, um aspecto muito importante a ser analisado é se a floresta que se avizinha das áreas desmatadas terá um potencial restaurador natural, capaz de dar suporte ao chamado processo de sucessão ecológica bem conhecido pelos ecólogos.
Na sucessão ecológica, a interação dos seres que constituem o microbiota do solo, juntamente com o auxílio de animais atores que realizam a zoocória – processo em que o bicho come o fruto e depois defeca a semente em diferentes regiões por onde caminha. Outros artistas restauradores são os pássaros condutores de sementes de plantas angiospermas. Muitas delas, são árvores de grande porte que aos poucos vão colonizando as áreas degradadas. Na medida em que crescem e se estabelecem, liberam matéria orgânica no solo e deitam raízes que puxam água e sais minerais da terra, conduzindo-os por vasos xilemáticos do caule até as folhas. Nelas, esse material passa a ser utilizado na produção de seiva elaborada, composta de água e açúcares. Nessa síntese, há intenso sequestro de carbono da atmosfera, ,portanto, com a retirada de CO2 dela, o indesejado efeito estufa fica sob controle e se estabelece um aumento da biomassa florestal. Com isso a área desmatada submetida a um processo de sucessão ecológica vai caminhando novamente para um estágio clímax marcado por grande estabilidade, biodiversidade farta e muitos nichos ecológicos dentro do ecossistema. Tudo perfeitamente orquestrado pela Mãe Natureza.
Se considerarmos o caso da Mata Atlântica com mais de 90% de sua floresta destruída, obviamente, a restauração florestal terá um custo alto, porque dependerá do replantio e de ações antrópicas que possibilitem a integração do pouco que resta da biodiversidade, já bastante fragmentada, com muitas espécies ameaçadas de extinção devido a perdas de habitat e de nichos ecológicos.
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