Imagine falar verdades sobre John sem levantar a fúria de seus devotados fãs
Redação
Publicado em 8 de dezembro de 2016 às 01:06 | Atualizado há 2 semanasO homem “mais famoso que Jesus Cristo”, hoje em dia, não é sequer o primeiro nome a aparecer na listagem do Google, maior site de buscas do mundo, ao buscar pela palavra-chave “John”.
No artigo publicado por Flavio Morgenstern, no site “Senso Incomum”, o escritor e analista político critica a “mania” de endeusamento de personalidades ditas como absolutas, os “famosos por serem famosos”. The Beatles foi um grande grupo da música mundial? Sim, claro. Mas este fato não desmerece tantos outros nomes que surgiram ao longo da história nessas últimas décadas. Outro parâmetro utilizado por Flávio Morgenstern é o cantor sertanejo Michel Teló. Sua música Ai, se eu te pego ultrapassou os limites da música sertaneja e das baladas like a Villa Mix e alçou voos inimagináveis pelo próprio artista, quando a mesma foi traduzida para um leque imenso de idiomas, e Michel Teló conquistou carreira internacional, se apresentando nos Estados Unidos, Europa e até na Ásia. Isso lhe dá mérito como um grande nome da música, ou lhe confere título de grande compositor? Acho que não!
Para os entendedores, estudiosos de música, fica mais essa: a simplória composição de notas da aclamada Imagine. “Qualquer criança com meia hora de aula de piano é capaz de tocar Imagine inteirinha sem erros, mas basta que seja o John Lennon para todos dizerem: ‘Oh, mas é a música que marcou todo o mundo!’, dispara o escritor. Em meio a comentários de quem se ofendeu com o texto de Flávio e de quem adorou, se sentiu representado com suas “duras” palavras, encontramos o comentário de um homem, identificado apenas como Helio: “Lendo os comentário, deu pra perceber que Imagine é a vaca sagrada de muita gente. Agora vamos cantar para eles: ‘Imagine um mundo onde você possa xingar os Beatles à vontade, sem que ninguém se importe com isso’”.
Quando se fala no nome de John Lennon, espera-se o mínimo de reverência e respeito à sua admirável carreira. Não se vê, quase nunca, verdades escancaradas sobre a vida do artista. E quando alguém ousa falar, chovem comentários e críticas, fazendo valer mais uma vez a intocabilidade no santo nome de Lennon. Por que não falarmos sobre isso? Por que não rompermos essa barreira, e tirarmos de uma vez por todas John Lennon do pedestal, do posto de Vaca Sagrada?
Entre “Imagine que não houvesse nenhum País, não é difícil imaginar” de John Lennon e “Todo homem tem o direito de andar livremente sobre a face do Planeta. O Planeta é dele, o Planeta é nosso”, de Raul Seixas, percebo mais argumentos na segunda colocação. Continuando com a grandiosíssima Imagine, acompanhe este trecho: “Imagine todas as pessoas vivendo a vida em paz”, e “Espero que um dia junte-se a nós, e o mundo viverá como um só”, e ainda: “Uma irmandade dos homens”. Pois bem, retomo a fala de Flávio Morgenstern, “aliás, por que Lennon prega este mundo perfeito, em palavras abstratas e ocas, mas não conseguiu manter relações de paz nem com outro pacifista chato, o senhor Paul McCartney”?
Os adorados e venerados Besouros se dissolveram, por “culpa” da senhora Yoko Ono que, com seu corpo curvilíneo e voluptuoso, cegou de amores o incrível John. Em carta destinada à Linda e Paul McCartney, assinada por Jonh Lennon e Yoko Ono, nota-se todo o pacifismo e irmandade pregados por ambos. Vide trecho da dita carta: “ Espero que você perceba a merda que você e o resto dos meus amigos ‘gentis e desinteressados’ jogaram em cima de Yoko e eu desde que nos juntamos. Pode ter sido às vezes um pouco mais sutil, ou devo dizer de ‘classe média’ – mas não foi por muitas vezes. Nós dois ‘passamos por cima disso’ algumas vezes – e perdoamos vocês dois –, por isso é o mínimo que você pode fazer por nós – pessoas nobres. Linda – se você não se importa com o que eu digo – cale a boca! –, deixe que Paul escreva – ou tanto faz.”
No mais, The Beatles não deixarão de ser venerados, só porque meia dúzia de jornalistas se cansou de pseudo-idolatrá-los, só para agradar seus fãs e o comportamento pedante dos mesmos.
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