Cultura

Libertad Lamarque, a noiva da América

Diário da Manhã

Publicado em 23 de novembro de 2015 às 21:22 | Atualizado há 1 semana

Imortalizada no Brasil por papéis em telenovelas mexicanas no final de sua vida, Libertad Lamarque nasceu em 24 de novembro de 1908 na cidade de Rosário, na Argentina. Ao longo de sua carreira, teve destaque ainda como cantora, no cinema e no teatro. Foi considerada a Rainha do Tango, e eleita Miss Rádio pelo voto popular. Sua personagem de maior destaque no Brasil foi Vovó Piedade Bratcho na novela A Usurpadora, de 1998, já reprisada cinco vezes no SBT (2000, 2005, 2007, 2012 e 2015). Morreu aos 92 anos enquanto gravava a novela infantil Carinha de Anjo, que também fez sucesso no Brasil.

Era filha de uma imigrante espanhola e de um uruguaio com origem francesa. Começou sua carreira artística bem cedo por incentivo da mãe. Aos sete anos já estava no teatro e aos 12 já era considerada uma profissional. Mudou-se com sua família ainda adolescente para Buenos Aires, buscando oportunidades no meio artístico. Cantora habilidosa, fez parte da primeira geração de mulheres a fazer sucesso interpretando tango. Gravou seu primeiro disco aos 18 anos, e influenciou várias cantoras a iniciarem carreira nos anos 1920.

Depressão

Casou-se aos 20 anos com Emílio Romero, com quem teve a primeira filha, mas divorciou-se depois de passar alguns anos por sucessivas desilusões amorosas. Como na época mulheres divorciadas eram mal vistas pela sociedade, Libertad entra em depressão e tenta o suicídio jogando-se da janela de um hotel em Santiago, capital do Chile, sendo salva por um toldo instalado no estabelecimento. Também teve sérios problemas com o ex-marido, que chegou a raptar-lhe a filha, causando problemas levados à polícia.

Sua personalidade forte fazia com que tivesse relações conturbadas no meio artístico. Libertad decide deixar a Argentina após desentendimentos com a atriz Eva Duarte durante a gravação de um filme. Eva Duarte mais tarde tornaria-se Eva Perón, primeira-dama da Argentina. Ao chegar no México, onde passou boa parte de sua vida, logo obteve atenção no meio artístico. No final dos anos 1940 era conhecida como excelente atriz, com alto potencial de dramaticidade, além de hábil cantora de tangos, boleros e música tradicional latinoamericana.

Cinema e TV

A ‘noiva da América’, como era conhecida, também teve uma extensa e bem-sucedida carreira no cinema. Estreou em 1930 como protagonista do filme mudo Adiós Argentina, de 1930. Após atuar em uma série de longa-metragens dramáticos que fizeram sucesso em toda a América Latina, passou a integrar o elenco de filmes de comédia, ainda na Argentina. No méxico representou em cerca de 50 produções, além de telenovelas que a revelaram para as novas gerações do continente.

No canal de televisão mexicano Televisa, parceiro do SBT, atuou na infinitamente reprisada A Usurpadora, produzida por Salvador Mejía em 1998, como Vovó Piedade, uma das personagens mais queridas da trama. Foi uma das aquisições mais bem-sucedidas da emissora brasileira, que alcançou altos índices de audiência. Piedade enfrentava problemas com álcool e estava sempre em busca de um gole de conhaque. Até hoje a personagem é tema de várias páginas em redes sociais, que dedicam muitos memes à sua memória.

No momento de sua morte, aos 92 anos, em 2000, estava gravanodo a novela infantil Carinha de Anjo, também exibida com sucesso no Brasil. Interpretava a Madre Superiora Piedade de la Luz, a figura principal na hierarquia do convento onde vivia Dulce Maria, interpretada por Daniela Aedo, uma jovem órfã de mãe. A novela trouxe expressões como ‘papito’ para a linguagem popular. A atriz estava muito satisfeita por conseguir trabalhar em idade avançada, e nem de longe lembrava seu período de depressão na juventude.

 durante a juventude, quando foi Miss Rádio

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