O risco da escassez de água para as nações

Diferentemente do petróleo e do carvão mineral que são recursos naturais não renováveis que levaram milhões de anos para serem formados, a água utilizada pelo ser humano é um recurso renovável que pode ser reposto por meio de processos naturais. Entretanto, não pode haver descompasso entre velocidade de consumo e taxa de reciclagem feita através do ciclo biogeoquímico da água. É claro, que o consumo exagerado e o desperdício podem acarretar escassez e até o esgotamento de água para a biosfera.

As reservas de água existentes na Terra estão cada vez mais poluídas por resíduos industriais e por esgoto humano lançado sem tratamento. A água doce, ou seja, com concentração de sais inferior à 0,5 gramas por litro, no estado líquido pode ser encontrada nos rios, nos lagos, nas represas, infiltrada no solo, junto às rochas, nas nuvens e nos corpos dos seres vivos. Tudo isso corresponde a 1% de toda água existente no planeta.

No ciclo da água, a energia proveniente da luz solar é fundamental para determinar a evaporação da água líquida, permitindo a sua difusão na atmosfera e consequente formação das nuvens nas camadas mais elevadas que estão mais frias. As pequenas gotículas de água flutuam nas correntes de ar, mas quando se juntam ficam mais densas e se precipitam como chuva, granizo ou neve. Do escoamento superficial pode haver formação de lagos e rios e pela infiltração, lençóis freáticos e aquíferos subterrâneos. Na maioria dos países desenvolvidos o consumo diário “per capta” ultrapassa 150 litros.

O desenvolvimento sustentável se fundamenta no cuidado com os bens metaindividuais, entre os quais a água é um fator abiótico imprescindível para a sobrevivência da espécie humana e de toda a biosfera planetária. Se o equilíbrio for perdido, devido a um acentuado descompasso resultante da falta de primazia da Racionalidade Ambiental, disputas acirradas, por apropriação desse bem metaindividual deverão entrar no cenário das relações internacionais .