Pinochet, o general da morte
Redação
Publicado em 25 de novembro de 2015 às 01:01 | Atualizado há 1 semanaEm 1973 começou a surgir pelas terras chilenas uma enorme poça de sangue, que se espalhou por 17 anos. O homem a frente de inúmeros assassinatos em nome de seu regime, Augusto Pinochet. General que aterrorizou e massacrou o povo chileno para garantir que o “fantasma” do comunismo não tomasse conta do país.
Dia 11 de setembro não pode ser esquecido pela américa. As torres gêmeas, nos Estados Unidos, foram derrubadas. Mas não só por isso, bem antes de 2001, no ano de 1973, mais um golpe na américa latina colocava no poder um ditador para manter a soberania nacional. Falando em lembranças, bom lembrar que a matança que se iniciou com esse regime recebeu grande apoio dos EUA.
Há Grupos no Chile que planejam desde 2014 um evento que comemore o centenário do ditador, como a fundação Augusto Pinochet. O ex-presidente morreu em 2006, alguns anos depois de uma prisão e de se livrar do julgamento por ser mentalmente incapaz.
Tempo de crise, “braço forte”
Salvador Allende, presidente eleito deposto pelo golpe, chegou ao poder pelas mãos do povo e foi retirado pela mão armada da direita. Eleito em 1970, Allende causou inquietação nos grupos de extrema direita, que já andavam por aí defendendo que o certo era descer a porrada em marxista.
A crise chegou no Chile e é aquela velha máxima, tempos de crise pedem “braço forte”. Crise econômica e social muitas vezes na história foi a brecha pra grupos de extrema direita chegarem ao poder, na esperança de medidas rígidas que resolvam a situação. Direita boicotando, esquerda articulando luta armada, a situação de Allende era difícil. Plebiscito foi a proposta do presidente. Não deu tempo, os oficias já estavam tramando sua queda.
Allende caiu, mas caiu de fuzil na mão, não aceitou morrer pela bala do inimigo. Disparou um tiro contra a própria cabeça com o fuzil que seu amigo Fidel tinha lhe dado. A Casa de la Moneda foi tomada, o presidente estava morto e os oficiais estavam no poder. Uma junta militar ia comandar agora o país.
Braços dados com a Dama de Ferro
Não se podia contrariar os quatro pilares estabelecidos pelo golpe: Estados Unidos como guia e protetor do ocidente, ser uma civilização cristã, os preceitos do capitalismo e a segurança nacional. Para manter seu regime sangrento Pinochet necessitava de parceiros, que fornecessem estrutura e apoio econômico ao seu governo.
Entre esses amigos estava Margaret Tatcher, primeira-ministra inglesa conhecida como a “Dama de Ferro”. A amizade veio com o apoio que o Chile deu a Inglaterra, na guerra das Malvinas, contra a Argentina. Tathcer e Pinochet se tornaram amigos pessoais com direito a visita da ministra em 1999 quando o ex-presidente foi preso em Lopndres.
O Brasil querendo sair na frente na corrida pra tomar a América latina pela ditadura foi o primeiro pais a reconhecer a legitimidade do governo Pinochet. Quem governava o país na época o senhor
Emilio Garrastazu Medici. Brasil, Chile e outros governos ditatoriais latinos criaram uma operação em parceria para exterminar grupos de esquerda, a operação condor.
Até o santíssimo Papa João Paulo II deu sua pequena contribuição a manutenção do governo ditatorial de Pinochet. Foi ao Chile até fez um pequeno discurso sobre direitos humanos, mas terminou cumprimentando o presidente, gesto que pareceu um tanto quanto uma benção.
Balanço do governo, um rastro de sangue
A caravana da morte foi criada para percorrer o país na missão de caçar cada possível inimigo do governo. Se tratava de uma tropa liderada pelo coronel
Arellano Star. Mas esse método era muito escrachado, então ele criou um serviço de inteligência uma polícia secreta, o Dina (Direção de Inteligência Nacional).
Para falar em números são 2095mortos e 1102 desaparecidos no governo Pinochet, mas existem teorias que na real foram mais de 5 mil mortos. Pessoas exiladas estão na casa dos 40 mil. Tortura também era comum, inclusive por oficiais chilenos treinados por oficiais brasileiros, fato confirmado por documentos liberados pelos EUA décadas depois da ditadura
Reunião da junta militar que governaria o Chile a partir de 1973
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