Tem pra todo mundo
Diário da Manhã
Publicado em 10 de junho de 2017 às 02:30 | Atualizado há 1 semanaTá bagunçado, mas tem gerência” e no caso o comando do Muvuca Festival fica por conta da diversidade e integração artística. Ocupar os espaços públicos da cidade, transformando-os em lugares de encontro. E nada melhor do que fazer isso com arte.
Com essa proposta, o Muvuca Festival chega à sua quarta edição neste fim semana, dias 10 e 11 de junho, sábado e domingo, na Praça das Artes. Shows, discotecagens, oficinas, debates e feira gastronômica tudo isso ao ar livre, algo de novo debaixo do sol. As atividades começam às 14h e a entrada é gratuita.
A Praça das Artes fica no Setor Sul, ao fundo do antigo Restaurante Macrobiótico, point de artistas, músicos, poetas e quem mais quisesse chegar nas décadas de 70 e 80.
O Muvuca foi construído pra mostrar que Goiânia também é “terra do samba, do reggae, do rap, do rock, do ragga e do pandeiro” como disse certa vez os caras do Planet Hemp. A programação do Muvuca Festival se pauta na diversidade de sons e estilos que são feitos Brasil afora no cenário independente.
‘’Por se tratar de um festival com estilos diferentes, esperamos que o público que vai pra ver uma banda e/ou gênero musical específico se encante e se abra para conhecer outros gêneros”, explica Juliana Pimentel, produtora do evento. “A curadoria do festival foi pensada cuidadosamente para abranger gêneros musicais distintos e que não possuem muito espaço na mídia”, completa.
Os goianos da Chá de Gim, um dos destaques da nova safra de bandas da cidade, também compõe a programação do sábado de festival junto com o grupo de rap Boca Seca, que dá uma prévia do novo CD Emancipado. Desde 2010 na estrada, o grupo já dividiu os palcos com grandes nomes do rap nacional como Racionais MC’s, MV Bill, Marechal, Facção Central e RZO.
Chá de Gim
Stefanini, projeto do músico Rafael Stefanini, leva ao público seu som “viajante” no domingo, que mescla trap e synthpop. Seu primeiro EP rendeu shows de abertura para a dinamarquesa MØ e para os brasileiros Tiago Iorc e Bruna Mendez. A Terra Cabula apresenta canções com influências híbridas que vão dos batuques de terreiro ao rock progressivo, promovendo um diálogo entre o funk, o jazz, o rock e o afrobeat.
Entre os representantes do rap goiano, temos o Street Cosmos, grupo da zona leste de Goiânia, que teve início em meados de 2012. O integrante Marcelo explica a base da música feita pelo grupo: “Nós fazemos um som que mistura rap, reggae, ragga. A gente tenta fazer um rap underground, é uma miscigenação de sons centrando no hip hop. As nossas influências são os grupos de rap da zona leste e de outros pontos de Goiás. O Ápice, o Boca seca, o SCA, que são parceiros nossos. A gente também se inspira em sons da MPB, do reggae e do rock nacional também”.
Com letras de protesto abordando temáticas como a política e as falhas do sistema, o Street Cosmos participa da construção da cena rap goiana. “Tentamos também passar uma mensagem positiva pro nosso público. Mesmo a gente tendo tanto problema com o sistema, com a vida pessoal, temos que tentar buscar o melhor caminho, se manter na positividade” ressalta Marcelo.
O grupo Street Cosmos
Muvuca é uma palavra de origem indígena da etnia Krahô. É a mistura de vários grãos e sementes com terra, para reflorestar uma área devastada. O festival faz uma analogia a essa cultura, misturando diversos estilos musicais e manifestações artísticas em um mesmo momento.
O Muvuca foi contemplado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Nesta edição, com a intenção de torná-lo mais democrático, foi aberto um edital para bandas que tivessem interesse em tocar no festival se inscrevessem. Todas foram para votação popular e três foram escolhidas: This Is Perro, Desventuras e Wilany Germano. O festival é realizado pela Muvuca Produções.
Artes integradas
Além dos shows, o público pode conferir uma série de manifestações artísticas que também estão na programação do Muvuca Festival 2017. Entre elas está uma mostra com o Programa do Artesanato Goiano, uma feira literária e a exposição Resíduos de Goiânia em Preto e Branco. Bate-papos sobre economia criativa e literatura convidam todos a pensarem e discutirem juntos.
O debate “Economia Criativa X Trabalho Convencional”, que terá como mediador Rafael Ribeiro Blat e os convidados: André Franco (Gerente do Programa do Artesanato Goiano ), Décio Coutinho (Sebrae), Juliana Pimentel (Muvuca Festival ) e Radarani Oliveira (Coletivoador), tem a proposta de trazer à luz a discussão de modelos tradicionais de trabalhos e contestar as profissões impostas pela sociedade.
Com a temática “Literatura X Mudança Social” os convidados : Hector ngelo (Escritor Mirim) , Heitor Vilela (Rabiscos e Escarros) e Pedro Ivo ( Cerrado na Escola) constroem uma discussão sob o viés da literatura como instrumento de mudança social. “Como formar leitores? Como a literatura age no comportamento das pessoas? Quais são os problemas gerados pela falta de leitura?” são algumas das questões que serão levantadas no debate.
Candeeiro Voador
O Candeeiro Voador, grupo formado na Cidade de Goiás que se apresenta no evento, está com um som mais engajado em suas últimas produções “Estamos em processo de gravação do primeiro clipe da banda que é pra sair no segundo semestre de 2017 com novidades aí com a integração de um baixo na banda para o som ficar mais harmônico e pra melhorar mesmo a qualidade de som” relata Arthur Oliveira, integrante da banda. O grupo é formado por: Arthur Cintra(violão/voz) Vinícius Moraes(voz) Marcelo Emos (percussão) Túlio Paiva(Percussão) e Igor Rezende(flauta).
A respeito da importância de festvais como o Muvuca Arthur diz: “Bom creio que este tipo de festival, que integra vários movimentos artísticos, é de extrema importância para promover a cultura e a arte nesses espaços que são voltados para intervenções culturais e trabalhos envolvendo todo tipo de arte. O Muvuca Festival é um desses movimentos que integram e da força para todo tipo de artista”.
Arthur completa, abordando o ponto da participação de bandas do interior do estado em grandes eventos na capital, onde concentra-se a cena cultural de Goiás: “E para nós do Candeeiro Voador é mais importante ainda pois somos uma banda do interior, então sempre que houver festivais nas capitais é sempre bom estar presente pra tocar e mostrar nosso trabalho pois é um trabalho autoral e isso é muito importante”.
PROGRAMAÇÃO:
Palco Sons de Beco
SÁBADO (10 de junho)
21:30 Paulo Monarco (SP)
21:00 Tony Segundo (DF)
20:30 Boca Seca + Ápice
20:00 Maracatu Alto do Riviera
19:30 Chá de Gim
19:00 Brunno Moreno
18:30 Candeeiro Voador (Cidade de Goiás)
18:00 Acéfalos
17:30 Dmic
17:00 Desventuras
16:30 Lulu Monamour
16:00 Arthur Noronha
DOMINGO (11 de junho)
21:30 CUCA (RJ)
21:00 Terra Cabula
20:30 Projeto Super Nova
20:00 Toadas de Mestre
19:30 Stefanini
19:00 Lorranna Santos + Luca Augusto
18:30 This Is Perro
18:00 SCA
17:30 DDO
17:00 Street Cosmos
16:30 Wilany Germano
16:00 Batalha do Rei
DEBATES
Mediador: Rafa Ribeiro Blat
Sábado – 14h
Economia Criativa: Decio Coutinho (SEBRAE), André Franco (Programa do Artesanato Goiano), Radarani Oliveira (Coletivoador), Juliana Pimentel (Muvuca Festival)
Domingo – 14h
Literatura: Hector Angelo (Escritor mirim) , Heitor Vilela (Zines) e Pedro Ivo (Literatura p/ crianças – Desmatamento do Cerrado)
Muvuca Festival 2017
Data: 10 e 11 de junho
Horário: a partir das 14h
Local: Praça das Artes
Endereço: Rua Dona Maria Joana – Setor Sul
Entrada Franca
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