Crise divide opinião de comerciantes da T-63
Redação
Publicado em 9 de novembro de 2015 às 11:16 | Atualizado há 4 diasPor Calipso Careline
De acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Estatística) no dia 14 de Outubro, as vendas do comércio caíram 0,9% em agosto na comparação com julho. Já são sete meses de quedas contínuas. Na comparação com agosto do ano passado, a queda já atinge 6,9%. Em Goiânia, comerciantes da T-63 estão divididos em suas opiniões.
Para Cristianne Garrote, proprietária da loja de fantasias Geração 2000 a crise é real, mas ela tem driblado a situação apostando em promoções e variedade. Para ela, superar a crise trata-se da uma boa gestão e oferecer um produto de qualidade. Em 2013 quando o corredor exclusivo para ônibus foi implantado, a desistência de seus vizinhos a deixou assustada. “Me abalei mais com as lojas perto de mim fechando do que com o corredor”. Cristianne, que criou um estacionamento atrás de sua loja, acredita que a queda no comércio da Avenida T-63 foi causada pelos lojistas que fecharam as portas.
Gerente da loja Unitintas, unidade Setor Bela Vista, Everson afirma que o grupo de lojas têm enfrentado dificuldades nos últimos meses, porém sua unidade continua com as vendas em alta. De acordo com ele, a crise não chegou em seu estabelecimento, pois ela atende clientes da classe A e B. “Outras unidades, que atendem classes mais baixas, estão sofrendo mais que nós”
Na Casa das Molduras, a crise bateu à porta. Nos últimos três meses, Elaine, responsável pelo estabelecimento, afirma que as vendas caíram drasticamente. “Em tempos de crise, o cidadão tem priorizado, e as molduras em inúmeros casos são supérfluas”. Elaine ainda complementa que dois anos após a implantação dos corredores exclusivos para ônibus na T-63 ela relata receio dos clientes em ir à loja. “Tenho clientes que só vem aqui se já tiverem outras coisas para resolver na rua”.
Valdir, responsável pelo estabelecimento Vidraçaria Araguaia, concorda com Elaine. Para ele o consumidor está comprando menos devido à crise financeira no país. Em relação ao corredor exclusivo, embora Valdir tenha investido em um recuo na frente de sua loja para criar estacionamentos aos clientes, o problema ainda persiste.
Intenção de consumo
De acordo com pesquisa realizada pelo Fecomércio-GO (Federação do Comércio do Estado de Goiás) a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) cresceu 1,9% no mês de setembro em relação a agosto. Entretanto continua sendo uma das mais baixas pontuações desde 2010.
Cerca 47,8% dos entrevistados, pela Fecomércio-GO em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), acreditam que terão uma melhora profissional nos próximos seis meses. Para 45,4% a renda familiar está mais baixa do que em 2014 e para 28,7% a renda está igual à do ano passado. Para os próximos meses, 36,1% dos entrevistados acreditam que o consumo de suas famílias e da população em geral será menor do que no segundo semestre de 2014.
Entenda o caso do corredor da T-63
Em 2013 deu-se início às obras para implantação do corredor exclusivo de ônibus na Avenida T-63, impossibilitando os motoristas de trafegarem pela pista da direita. Diversos lojistas da região, com receio de que os clientes não tivessem onde estacionar, protestaram, tentando reverter a decisão. O corredor, entretanto, está em funcionamento a dois anos.
De acordo com o site oficial da Prefeitura de Goiânia, o corredor contempla nove linhas de transporte coletivo, atendendo diariamente cerca de 80 mil usuários. O corredor possui 6 km de extensão, e interliga o Terminal Isidória, no Setor Pedro Ludovico, à Praça Félix de Bulhões, no Bairro Anhanguera.
Em uma pesquisa realizada entre os dias 9 e 13 de junho de 2014, comandada pela Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás, 85,2% dos entrevistados acreditam que o sistema de corredores exclusivos seja benéfico e apoiam sua implantação em outras vias da cidade, e apenas 14,8% não acreditam e não apoiam.
Grande parte dos usuários relataram aumento da velocidade dos ônibus e menos da metade dos usuários de veículos individuais considera que após a implantação do corredor a duração do seu trajeto na via foi ampliada. Para a grande maioria dos entrevistados, as vias exclusivas devem ser implantas em mais locais da cidade. A pesquisa conclui que, baseada nos resultados obtidos, o sistema teve boa aceitação.
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