Inadimplência atinge 39,17% dos brasileiros, diz CNDL
Redação
Publicado em 23 de agosto de 2022 às 13:36 | Atualizado há 2 anos
A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) promoveram levantamento que aponta que quatro em cada dez brasileiros adultos (39,17%) estavam negativados em julho de 2022 – o equivalente a 63,27 milhões de pessoas. Este é maior índice apontado pela série histórica do levantamento, realizado há oito anos. No último mês, o volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 8,70% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Com base nos dados disponíveis em sua base, que abrangem informações de capitais e interior dos 26 Estados, além do Distrito Federal, a CNDL e o SPC Brasil registram que a variação anual observada em julho deste ano ficou acima da observada no mês anterior. Na passagem de junho para julho, o número de devedores cresceu 0,96%.
Para o presidente da CNDL, José César da Costa, a expectativa é de que o cenário de crescimento da inadimplência se mantenha.
“Apesar da retomada do mercado de trabalho ter sido maior que o esperado, não há previsão de diminuição da inflação ou melhoria nas previsões de crescimento da economia do País”, afirma Costa. “O número de inadimplentes está alto e, infelizmente, a expectativa é que não paremos por aí”, prevê.
O crescimento do indicador anual se concentrou no aumento de inclusões de devedores com tempo de inadimplência de 91 dias a um ano (36,19%).
O número de devedores com participação mais expressiva em julho está na faixa etária de 30 a 39 anos (24,03%), e segue bem distribuída entre os sexos: 50,84% de mulheres e 49,16% de homens.
“O tempo de atraso da dívida é um dos sinais da dificuldade do brasileiro em regularizar sua situação. O problema fica mais agudo entre os que possuem baixo nível de educação financeira. É fundamental que, mesmo com uma renda menor, as pessoas tenham controle de seus gastos e destinem uma parte de seus rendimentos para a construção de uma reserva de emergência. Assim, caso haja uma situação inesperada, o destino não seja a inadimplência”, destaca o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.
Na análise por faixa etária, a maior concentração de inadimplentes está no intervalo da faixa etária de 30 a 39 anos. São 15,72 milhões de pessoas registradas em cadastro de devedores. Tal montante equivale a 45,96% do total desta deste grupo etário.
Quase quatro em cada dez consumidores (34,51%) tinham dívidas de até R$ 500, percentual que chega a 49,35% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.
Em relação ao aumento do endividamento, o indicador mostra que em julho de 2022 houve crescimento de 16,50% em relação ao mesmo período de 2021. O dado observado em julho deste ano ficou acima da variação anual observada no mês anterior. Na passagem de junho para julho, o número de dívidas apresentou alta de 1,93%.
Destaca-se a evolução das dívidas com o setor de Bancos, que registrou crescimento de 30,19%, seguido de água e Luz (7,20%). Em outra direção, as dívidas com o setor credor de Comunicação (-10,34%) e Comércio (-3,27%) apresentaram queda no total de dívidas em atraso.
Se por um lado esse valor pode aliviar as contas destes, por outro deve impactar negativamente a inflação e o consumo no segundo semestre. A notícia boa fica por conta da geração de empregos, que superou as expectativas do mercado, apesar da renda menor da população. A recomendação para o consumidor é evitar gastos desnecessários e ser criativo para conseguir renda extra.
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