A regência ecológica sobre a terra
Diário da Manhã
Publicado em 4 de abril de 2018 às 00:57 | Atualizado há 7 anosApós sua formação, o planeta Terra reuniu condições favoráveis ao surgimento da biosfera a partir de uma evolução físico-química, que culminou com a formação de ácidos nucleicos e proteínas. Do início do surgimento da vida – há cerca de 3,5 bilhões de anos – ao momento atual, a Terra passou por várias transformações geomorfológicas. Muitos ecossistemas foram destruídos cedendo lugar a outros que se estabeleciam, numa cadeia de mudanças que continua em andamento.
Não há dúvida de que, em certos momentos de sua história, a Terra passou por variações climáticas significativas em decorrência das chamadas causas naturais. O ciclo solar, por exemplo, com variações de intensidade do vento solar e de seu campo magnético, interfere naturalmente no clima terrestre.
De acordo com a “Convenção Quadro das Nações Unidas para Alterações Climáticas” (C.Q.N.U.A.C), as chamadas “mudanças climáticas” são atribuídas a atividades antrópicas que de algum modo afetam a atmosfera, como por exemplo a enorme quantidade de emissão de gases de efeito estufa (GEE), decorrentes principalmente de atividades industriais.
Existem ecólogos que chegam a colocar em dúvida se o aquecimento global é decorrente dessa ação antrópica. Entretanto, a tese mais admitida é que um relevante aumento de temperatura é antropogênico e está se manifestando de forma acelerada no panorama climático atual do planeta.
Estudos ecológicos já mostraram que se todos os habitantes da Terra tivessem o padrão de consumo dos europeus ou dos americanos, teríamos que ter de três a seis planetas Terra para atender à demanda de matérias-primas exigidas. Continuar, portanto, sob regência do paradigma desenvolvimentista desse progresso é caminhar inevitavelmente para um colapso planetário.
De acordo com o relatório dos fundos das Nações Unidas, a população mundial deverá estar em 2050 com mais de 9 bilhões de habitantes e a estimativa é de que 80% deles estarão nos países etiquetados como “em desenvolvimento”. Sabe-se que atualmente, mais de 80% de todo o consumo mundial se concentra nos países desenvolvidos, que possuem menos de 20% da população mundial. No Brasil, a estimativa é de que a população em meados do século XXI chegue próxima a 250 milhões de habitantes. Atualmente mais de 80% da população brasileira está vivendo nas zonas urbanas, entretanto, uma parte considerável dos que vivem em cidades menores continuam mantendo suas relações com atividades rurais.
O Brasil possui uma anatomia geológica e um conjunto de biomas que o colocam em destaque no cenário das nações do mundo devido à sua imensidão de riquezas naturais. Temos abundante reservas de água doce no anunciado aquífero “Alter do Chão”, o maior do mundo e exclusivamente brasileiro. Há também um outro enorme reservatório natural com sua maior parte no subsolo brasileiro – o Aquífero Guarani, que agora fica em segundo lugar quanto ao volume de água doce que possui. A insolação que atinge o território brasileiro é uma das maiores do mundo – esta energia poderia estar melhor aproveitada, haja vista a Alemanha, que com muito menos, é o maior produtor (captador e armazenador) de energia solar do mundo, contribuindo significativamente para as crescentes demandas.
O conjunto de unidades de conservação existentes no Brasil é de mais de setenta milhões de hectares. É necessário que elas sejam preservadas por políticas públicas e adequadas a fim de se tornarem produtivas, gerando novos empregos e recursos próprios para se auto preservar.
A Ecologia é uma ciência unificadora que estuda a estrutura e a função da natureza a fim de que o homem possa utilizar de forma racional esse conjunto de conhecimentos e em decorrência construir uma consciência voltada para a cooperação planetária.
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