Água – Um bem metaindividual que sustenta a civilização humana e toda a biosfera
Diário da Manhã
Publicado em 14 de março de 2018 às 00:39 | Atualizado há 7 anosA crise de água no mundo atesta que na atual conjuntura do saldo ambiental planetário, esse bem metaindividual não é inesgotável, e nem tão fácil de ser extraído, sobretudo para as populações alocadas nas grandes metrópoles.
As crises de abastecimento de água nos convidam a repensar o real valor da água, como um bem natural de consumo que não pode ser comparado a bens de consumo, como carros, computadores, celulares e outros bens eletro eletrônicos, pois se trata de um bem imprescindível à continuidade do fluxo da vida, portanto, a criação de um sistema de tarifação que premia os que utilizam o líquido precioso com parcimônia e penaliza os que esbanjam consumo se faz necessária para que o desperdício seja evitado.
A negligência quanto ao uso, gestão, valorização e preservação pode gerar consequências desastrosas em relação ao convívio pacífico entre os povos e uma deterioração ambiental irrecuperável para as futuras gerações. Não precisamos da água apenas para os afazeres diários e para garantir a produção agrícola e industrial, a água – devemos sempre nos lembrar – é o substrato da vida na biosfera, pois além de ser a molécula mais abundante na constituição dos organismos vivos, é fundamental também nos processos metabólicos das células.
Na dimensão macroscópica planetária cerca de 70% da superfície do globo é coberta de água e analogamente ao que ocorre no corpo humano, ela atua na regulação da temperatura média da Terra, em decorrência do seu elevado calor específico, consequentemente o ciclo hídrico exerce grande influência na determinação do clima planetário.
É a água que rege a manifestação vital, tanto em cada ser individual quanto no planeta como um todo, considerado atualmente, por grande parte da comunidade científica de ecólogos, adeptos da Teoria de Gaia, como um Mega Organismo Vivo com biomas e ecossistemas conectados pela teia da vida, pela reciclagem da matéria (ciclos biogeoquímicos) e pelo fluxo unidirecional de energia que chega aos produtores fotossintetizantes como energia solar e depois é convertida em energia química que alimenta os seres heterotróficos, inclusive a espécie humana.
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