As confissões de Maria Cassimiro no Caderno de Tomaz Garcia
Diário da Manhã
Publicado em 26 de outubro de 2018 às 00:46 | Atualizado há 6 anosCom a citação de Horácio (65-8 a.C.) “non omnis moriar”, o livro Caderno de Tomaz Garcia: confissõesde Maria Cassimiro revela segredos da jornada de vida e luta pela sobrevivência da ex-reitorada Universidade Federal de Goiás (UFG), Maria Cassimiro, uma“imortal para a cademia e morrível para a vida. Estrela ou beija-flor seria, se acaso não fosse gente” (Leda Selma).
Com impressão em 287 páginas na publicação da Kelps Editora, com apoio institucional da Prefeitura de Goiânia, através da Lei de Incentivo à Cultura, o livro é permeado por histórias de vida serguidas apartir do campo para a cidade, a obra é enriquecida por memórias da história da autora a partir de pontos simples de uma vida simples, travada a dedicação e foco estruturada no cotidiano de uma história escrita apartir da casa aonde nasceu, o colégio frequentado pela família, a Igreja Católica a qual frequentou, foi batizada, enfim, fatos e fotos que revelam tempos de Tomaz Garcia, Jerônimo de Souza Teixeira, personagens vivos na historicidade da Sesmaria de Campo Limpo instalada para a coletividade tocada à velocidade de tempos remotos e cerca de 30 mil habitantes.
A obra da imortal integrante da Academia Goiana de Letras (AGL) e da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás revela uma trajetória da estudante de 17 anos de idade, recém-saída do Grupo Escolar Modelo, adolescente apreciadorada poesia, da música e dos desenhos inspirados, por exemplo, nos cowboys expostos em trabalhos relevantes. Militante da arte e da cultura, professora formadora de gerações e identidades, a doutora expõe uma trajetória de relevância social e histórica inconteste, comprovada em sua atuação enquanto doutora dedicada à causa da Educação.
Sua luta e obra são reconhecidas por inúmeras instituições de ensino e dezenas de títulos honoríficos agraciados à sua pessoa – gente da mais alta linhagem e valor de destaque -– com biografia reconhecida para-além dos tempos dos Goyazes a alcançar a contemporaneidade. A importância da vida e obra de Maria Cassimiro é reconhecidamente mote da bela apresentação do livro elaborada por Getúlio Targino Lima que anuncia e provoca: “Agora é só meter mãos à obra e se encantar com a leitura, correndo apenas o risco de ter a inveja que eu confessei ter tido.”
Sucessora da poetisa Cora Coralina – reconhecidamente mulher escritora internacionalizada no romance Vintém de Cobre meias confissões de Aninha, Cassimiro enaltece a Cadeira 38 da Academia Goiana de Letras. As confissões de Cassimiro na obra Caderno de Thomas Garcia enobrecem a cultura goiana esboçada a contos e confissões, quem sabe, no entender sem pretensão de Cora a afirmar que“não se contam as confissões por inteiro…”
(Antônio Lopes, jornalista, escritor, filósofo, doutorando em Ciências da Religião na PUC-Goiás)
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