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Como retirar poluentes orgânicos e químicos da água

Diário da Manhã

Publicado em 23 de janeiro de 2018 às 23:17 | Atualizado há 7 anos

O grau de poluição orgâ­nica de rios e lagos pode ser obtido pelo cálcu­lo da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO). Trata-se de uma medida do consumo do gás oxigênio necessário para os microorganismos existentes na água realizarem a decom­posição aeróbia da matéria or­gânica presente nela. Normal­mente a DBO é medida em laboratório a partir da coleta de amostras de água. Verifica­-se nas amostras a quantidade de miligramas de gás oxigênio (O2) que está sendo consumi­do por litro de água na tempe­ratura de 20oC.

O rio ou lago que está ex­tremamente poluído terá DBO com valor zero, isso atesta que não há mais oxigênio dispo­nível no meio aquático, por­tanto, os seres vivos aeróbios que utilizam gás oxigênio para produzir energia necessária às suas atividades vitais não sobrevivem nesse ambiente, nem mesmo as bactérias ae­róbias podem sobreviver, nes­se ecossistema alterado dele­tereamente restam apenas as bactérias anaeróbias, de cuja atividade metabólica resulta o característico mau cheiro de­corrente de gases poluentes.

Como a poluição da água dos rios, lagos, córregos e repre­sas é um dos maiores proble­mas ambientais que afetam as cidades de grande porte, a água poluída organicamente com es­goto deve ser despoluída nas estações de tratamento. Inicial­mente receberá uma carga de sulfato de alumínio para que ocorra a coagulação dos po­luentes e numa próxima etapa a sujeira coagulada é mistura­da com polímeros que agregam toda a sujeira em grandes flo­cos. Para que o flocos de sujei­ra não se acumulem no fundo do reservatório injeta-se água limpa com micro-bolhas de ar no fundo, com isso, a sujeira se desloca para a superfície e pos­teriormente é recolhida.

Para despoluir a água conta­minada com pesticidas, a pes­quisadora Claudinéia Silva, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP, em Piracicaba descobriu um méto­do simples e de custo zero. O mé­todo consiste em secar as cascas de bananas maduras em forno a 60o durante um dia, ou dei­xá-las expostas ao sol durante uma semana, para depois tritu­rá-las e peneirá-las. O pó obtido é misturado com a água conten­do pesticidas, como “Atrazina” e “Ametrina”, muito usados, por exemplo, em plantações de ca­na-de-açúcar e milho. O resul­tado é excelente, pois 90% dos pesticidas são absorvidos pela biomassa de Banana. A grande vantagem é que qualquer pes­soa pode usar essa técnica, so­bretudo em regiões mais po­bres que utilizam diretamente a água que recebe os pesticidas.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o uso de agro­tóxico pode provocar infertili­dade, impotência, desregulação hormonal, aborto, neurotoxici­dade e câncer. Infelizmente des­de 2009 o Brasil é o país que mais consome agrotóxico no mun­do.O consumo médio mensal atual é estimado em 5,2 kg de ve­neno agrícola por habitante.

 

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