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Cuidados digitais com os pequenos

Diário da Manhã

Publicado em 21 de abril de 2018 às 22:34 | Atualizado há 1 semana

As propagandas tentam mos­trar que o único espaço aber­to e minimamente coletivo que é seguro para as crianças são as áreas comuns dos condomínios fechados. As ruas já não tem tanta presença de crianças e adolescentes sem supervisão e acompanhamen­to dos adultos. As conexões digitais também deslocaram os pequenos da convivência nos espaços públi­cos, mas será que o afastamento da vida real protege realmente a infân­cia e adolescência dos riscos?

O isolamento social leva as crianças a uma situação de fragili­dade que dá abertura para crimi­nosos da internet. Os criminosos estabelecem contato com crian­ças através de conversas em salas de bate-papo, mensagens instan­tâneas, e-mail e quadros de dis­cussão. Muitos adolescentes usam fóruns de suporte online para li­dar com seus problemas de acor­do com o Guia Infantil. O Brasil é um dos cinco países com maior números de crimes cibernéticos e crianças são vítimas comuns. O aliciamento via plataformas digi­tais podem se desdobrar em abu­sos presenciais.

Vigiar os pequenos não é tare­fa fácil, pois o conhecimento digi­tal hoje é muito precoce, mas exis­tem muitas maneiras de saber o que uma criança está fazendo online. Por exemplo os aplicativos de geo­localização, que estão disponíveis como uma ferramenta para cuidar das crianças enquanto navegam na internet. Há também aplicativos que regulam o conteúdo que pode ser acessado, outros com acesso ao microfone para ouvir o som de onde estão ou até mesmo gravar tudo o que acontece na tela do aparelho, por meio de captura em vídeo.

“Embora essas ferramentas pa­reçam ser a grande solução para os problemas que todos os pais de um nativo digital podem ter, nem todos os aplicativos de controle paren­tal funcionam da mesma maneira, nem têm as mesmas características. Portanto a recomendação dos es­pecialistas é analisá-los e utilizá-los de acordo com as necessidades de cada família. Muitos controles que, a princípio, parecem ser úteis para os pais, acabam sendo invasivos, o que causa uma reação negativa. A criança, em vez de se sentir protegi­da e feliz, sente-se invadida e procu­ra fugir desses controles” relata uma empresa de segurança digital.

“Trata-se de ensiná-los, por meio do diálogo e com o apoio de ferramentas digitais, quais são os perigos e riscos na internet, quais são suas responsabilidades, o que deve e não deve ser feito e quais são as formas de se proteger “, afir­ma Cecília Pastorino, especialista em segurança de TI.

“As aplicações de controle pa­rental são muito úteis quando as crianças são mais novas, quan­do começam a utilizar o compu­tador ou têm o primeiro celular. No entanto, ao entrar no início da adolescência, essas ferramen­tas são cada vez mais difíceis de manter ou implementar. Portan­to, a chave é liberar os controles e transferir as responsabilidades lentamente, à medida que cres­cem e entendem como se com­portar online” explicam os espe­cialistas em segurança.

O objetivo deve ser que a crian­ça entre na adolescência totalmen­te capacitada e entenda os riscos que existem na internet e como se proteger e, acima de tudo, com a confiança e tranquilidade de po­der falar com seus pais se algo os preocupa ou os incomoda. Para conseguir isso, o diálogo e o acom­panhamento devem começar bem antes dessa idade, no momento em que a criança começa a fre­quentar o ambiente digital.

Para que essas ferramentas se­jam úteis para pais e filhos, como uma forma de cuidado e não um controle imposto é importante es­tabelecer critérios. “Uma vez es­colhido o aplicativo que atende às necessidades da família, é melhor instalá-lo e configurá-lo junto com a criança. Antes, você deve esta­belecer quais são as regras básicas para o ambiente online e quais são as responsabilidades da criança, explicar que a aplicação do con­trole dos pais é uma forma de cui­dado no mundo digital e que eles o instalarão juntos” explica Cecília.

Por fim, esses relatórios também são muito úteis para saber quais são os aplicativos que a maioria das crianças usa ou que mais gos­tam. Conhecer seus interesses é um bom ponto de partida para come­çar a falar sobre o cuidado digital. É importante entender que talvez as crianças conheçam melhor como um aplicativo funciona ou tenham mais habilidades ao usar o disposi­tivo móvel, mas são os adultos que mais sabem sobre os riscos e peri­gos que podem estar à espera deles.

 

 

ALGUNS CONTATOS PARA DENÚNCIAS CONTRA CRIMES ENVOLVENDO CRIANÇAS E ADOLESCENTES:

Por telefone: Disque 100 – Disque Denúncia Nacional de Abu­so e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. Discagem gratuita em todo o território nacional.

Polícia: Em caso de flagrante, a polícia deve ser acionada ime­diatamente.

 

Conselhos tutelares: Os conselhos tutelares foram criados para zelar pelo cumprimento dos direitos das crianças e dos adolescen­tes. A eles cabe receber a notificação e analisar a procedência de cada caso, visitando as famílias. Se for confirmado o fato, o Conse­lho deve levar a situação ao conhecimento do Ministério Público.

 

Varas da Infância e Juventude: Em municípios onde não há conselhos tutelares, as Varas da Infância e Juventude podem re­ceber as denúncias.

 

Delegacias de Proteção à Criança e ao Adolescente. Delegacias da Mulher também podem receber queixas.

 

ALGUMAS DAS PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES QUE SÃO MUITO ÚTEIS PARA O CONTROLE DOS RESPONSÁVEIS E QUE AJUDAM A PROTEGER AS CRIANÇAS SEM INVADIR SUA PRIVACIDADE SÃO:

Controle de aplicativos: os fil­tros baseados em idade existem para gerenciar aplicativos que as crianças podem acessar e usar.

Controle de acesso à Web: blo­queia sites inapropriados de acor­do com a idade, individualmente ou por categorias.

Limite de tempo para diver­são e jogos: define um número máximo de horas para as crian­ças brincarem com seus dispo­sitivos. Ele também gerencia o tempo de uso, por exemplo, blo­queando o acesso a jogos e apli­cativos durante o horário escolar ou na hora de dormir.

Geolocalização: permite verifi­car a localização atual do dispositi­vo a qualquer momento.

Relatórios: O objetivo dos relatórios é conhecer o com­portamento geral da criança na internet, a fim de encontrar o melhor momento para liberar cada um dos controles. Eles in­cluem métricas que nos infor­mam sobre o uso que a crian­ça dá ao equipamento, como o tempo que gasta em determi­nados aplicativos, intervalos de tempo, entre outros.

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