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Editora Revan lança Machado de Assis, Criminalista

Redação

Publicado em 9 de julho de 2018 às 22:40 | Atualizado há 7 anos

O livro Machado de Assis, Cri­minalista – da Editora Revan – contém resultados da pesquisa Machado de Assis e a Questão Criminal, desenvolvida desde 2014 no Programa de Pós-graduação em Direito da UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, como requisito do credenciamento docente do au­tor, Nilo Batista.

Machado de Assis é apresen­tado como um criminalista. O percurso de Nilo foi muito além de só examinar temas de crimi­nologia. Dedicou-se às minú­cias. Pesquisou todos os livros que Machado tinha em sua bi­blioteca, para ver aqueles em que poderia ter estudado. Con­feriu todas as obras. Apoiou-se em conjecturas. Sempre fazen­do observações originais.

Segundo Batista, predomi­nou a opção por visitar uma obra que há muito transcendeu as fronteiras da literatura e da invenção estilística, constituindo um espelho da sociedade dela contemporânea e fon­te inesgotável de informações surpreendentes e intuições des­concertantes sobre a formação social brasileira urbana.

“Importante, para esse livro, é que ele foi o primeiro a perce­ber que Machado, bela desco­berta, aplica numerosíssimos conceitos jurídicos nas suas obras. Especialmente no cam­po do Direito Penal. E sempre corretamente”, salienta José Pau­lo Cavalcanti Filho (advogado no Recife, consultor da Unesco, ex-ministro da Justiça e membro da Academia Pernambucana de Letras), que escreveu o prefácio.

ESCRITA SOFISTICADA NA SEARA JURÍDICA

Machado de Assis escrevia com tamanha sofisticação téc­nica na seara jurídica. Mesmo não tendo sido advogado, em meio a tantos juristas ilustres com quem convivia. Entre eles, só para ficar na Academia Bra­sileira de Letras, Inglês de Sou­za, Joaquim Nabuco, Lúcio de Mendonça, Magalhães de Aze­redo, Rodrigo Otávio, Ruy Bar­bosa e Silvio Romero.

É bom lembrar que seus es­tudos foram precários. Em es­colas públicas simples e sem nunca frequentar universida­des. Aprendeu a escrever como um predestinado. E chegou a colaborar com muitos jornais: Marmota Fluminense, Cor­reio Mercantil, Diário do Rio de Janeiro, Jornal das Famílias, Gazeta de Notícias e Semana Ilustrada. Até fundou um, O Je­quitinhonha. Mas isso é pouco. Talvez melhor explicação ve­nha do fato de ter tido uma boa formação na burocracia.

Foi tipógrafo e revisor na Im­prensa Nacional, diretor-assis­tente e chefe de Seção do Diá­rio Oficial, primeiro Oficial da Secretaria de Agricultura, che­gando a ser diretor-geral de Contabilidade na Secretaria da Indústria do Ministério da Viação. Por especial deferência do ministro Lauro Müller. Seja como for, Nilo não pretendeu largar seus estudos em um viés psicanalítico. Como advogado criminal, trabalhou só com as provas – os próprios escritos de Machado.

SOBRE O AUTOR NILO BATISTA

Professor titular de Direi­to penal que foi da Universi­dade do Estado do Rio de Ja­neiro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade Candido Mendes. Pre­sidente do Instituto Carioca de Criminologia, advogado.

 

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