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Envelhecimento e saúde auditiva

Redação

Publicado em 16 de agosto de 2018 às 20:36 | Atualizado há 6 anos

Fase das mais temi­das pelas mulheres com mais de 45 anos, a me­nopausa é, sim, um pe­ríodo de grandes trans­formações na saúde feminina. E para ame­nizar os transtornos que a redução na produção de hormônios causa, muitas recorrem à te­rapia de reposição hor­monal. Mas o tratamen­to, além de benefícios, pode acarretar um ou­tro problema: a perda de audição.

Estudo realizado em um hospital de Massa­chusetts (EUA) mostrou que o risco de mulheres que fazem uso de hor­mônios sintéticos na pós-menopausa desen­volverem perda auditi­va gradual é 21% maior do que aquelas que não utilizam nenhum tipo de medi­camento. Tal pesquisa é consi­derada o primeiro grande estudo que associa a deficiência audi­tiva à terapia hormonal. Não se sabe precisar ao certo o por que isso acontece, mas tudo indica que o aumento das doses hor­monais pode interromper a re­cepção do estrogênio nas célu­las ciliadas do ouvido, que são as responsáveis por levar os es­tímulos auditivos para o cérebro. Uma vez que essas células mor­rem, não se repõem, causando assim a perda de audição.

O tratamento de reposição hormonal, no longo prazo, pode trazer consequências piores para a saúde auditiva. De acordo com a pesquisa norte-americana, os riscos da mulher sofrer com a surdez aumenta em 15% após cinco anos utilizando os hormô­nios em forma de comprimidos.

“O mais indicado é que essas mulheres realizem anualmen­te uma audiometria, exame que mede a capacidade auditiva. As­sim, será possível acompanhar a saúde dos ouvidos e, caso haja alguma alteração, podemos in­dicar o tratamento mais ade­quado para cada caso. Quan­to mais cedo a perda auditiva auditiva for tratada, maiores as chances de minimizar as suas consequências”, explica Isabela Papera, fonoaudióloga.

Outros fatores associados à menopausa também podem causar ou agravar problemas auditivos. As doenças cardio­vasculares, por exemplo, que também podem se desenvol­ver devido à diminuição da pro­dução hormonal, alteram o flu­xo sanguíneo e podem causar traumas nos vasos sanguíneos da orelha interna. Já pessoas com osteoporose, outra doen­ça típica da pós-menopausa, têm o dobro a mais de chance de desenvolver surdez súbita do que indivíduos sem o pro­blema ósseo.

“Cuidar da saúde é essencial e os ouvidos devem fazer parte dessa rotina. Problemas auditi­vos sem tratamento podem levar à perda auditiva grave e definiti­va. Uma vez diagnosticada essa perda de audição, em qualquer nível, mesmo o mais leve, é pre­ciso tratar e isso é feito de forma simples, com o indivíduo levan­do uma vida normal. A grande maioria dos casos de perda au­ditiva pode ser tratada com o uso de aparelhos auditivos”, diz a fo­noaudióloga, que complementa: “Ter uma boa audição facilita a comunicação e a interação com o mundo ao nosso redor, trazen­do mais alegria de viver”.

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