Espetáculo de dança Endless estreia hoje em Goiânia
Redação
Publicado em 19 de junho de 2018 às 00:18 | Atualizado há 3 semanasA pós seis meses de trabalho, com escolas e instituições goianas voltadas para pessoas com deficiência, estreia em Goiânia a remontagem do espetáculo português Endless, reunindo um elenco de aproximadamente 60 dançarinos goianos (com e sem deficiência) e cinco bailarinos do grupo português Dançando com a Diferença (Madeira/Portugal). As apresentações ocorrem dias 19 e 20 de junho, no Teatro do Itego Basileu França (Av. Universitária, 1750, St. Universitário). A entrada é gratuita.
O coreógrafo brasileiro, radicado em Portugal, Henrique Amoedo esteve em Goiânia no mês de janeiro para iniciar esse processo de criação e remontagem. Ele veio ao Brasil para, junto à coordenadora brasileira do projeto, Marlini Dorneles, formar os núcleos de ensaio, que a partir daí seriam acompanhados por ela, pessoalmente, e por Henrique, a distância. Agora em junho o criador volta ao Brasil para acompanhar esta, que a estreia da primeira remontagem brasileira desse trabalho de dança inclusiva.
O coreógrafo Henrique Amoedo, que também é criador dos grupos de dança contemporânea Roda Viva Cia de Dança, do Rio Grande do Norte, e Grupo Dançando com a Diferença, de Madeira/Portugal, trabalha com dança inclusiva há mais de 20 anos e protagoniza esse projeto de formação e criação artística, com foco na participação de pessoas com deficiência. O Projeto “Dançando com a Diferença: arte, inclusão e comunidade” conta com recursos do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás e está vinculado à Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de Goiás.
O trabalho de encontros, workshops, estudos e remontagem da obra, com mão de obra goiana, tem acontecido em Goiânia desde o mês de janeiro, e reuniu instituições, como Centro Brasileiro de Reabilitação e Apoio ao Deficiente Visual (Cebrav), Associação dos Surdos de Goiânia – Centro Especial Elysio Campos, Apae Goiânia, Curso de Dança da Universidade Federal de Goiás–UFG, Associação Pestalozzi de Goiânia.
FAMILIARES QUE SE UNEM PELA ARTE
Segundo a coordenadora local do projeto, Marlini Dorneles, o processo de remontagem do Endless aqui em Goiânia, que começou no início deste ano, está sendo muito intenso, com muita aprendizagem e com muito apoio das famílias e das instituições que trabalham com pessoas com deficiência. No total, a equipe é formada por cerca de 60 pessoas, incluindo músicos e artistas de Goiânia e os cinco bailarinos portugueses, que vêm ao Brasil especialmente para este projeto. Neste processo, Marlini destaca a participação de pais e familiares dos dançarinos com deficiência. Sobre isso ela comenta: “Se antes as mães e pais destas pessoas ficavam na plateia apenas assistindo ao desenvolvimento de seus filhos e filhas, agora eles e elas também são protagonistas, e estão no palco, como parceiros que são na vida.”
ENDLESS – SEM FIM
Ainda segundo Marlini, o espetáculo Endless veio para reforçar a possibilidade de se fazer uma dança inclusiva, sem perder de vista a proposta estética e poética da criação. A tradução de Endless é “Sem fim”, e o nome remete às lutas diárias das pessoas com deficiência ou aquelas consideradas diferentes em nossa sociedade. A criação volta à Segunda Guerra Mundial, quando milhares de pessoas “diferentes” foram exterminadas. Então o trabalho fala da busca pela igualdade de direitos, fala de representatividade, de liberdade e de autonomia. E o espetáculo faz isso não só como representação, mas como prática.
Sobre o processo de criação com pessoas supostamente diferentes, Marlini comenta: “Ouso dizer que em nenhum outro projeto de Goiânia conseguimos contemplar tanta diversidade no palco, com um objetivo artístico. Porque este é um projeto que perpassa o educacional, o terapêutico, mas seu fim é artístico. Então, o que a gente vai mostrar no palco são 60 pessoas com uma diversidade muito grande. Mostrando que dá certo. Que tem ali um trabalho criativo importante e representativo. E saber que essa é a primeira remontagem desse trabalho, que já circulou por toda a Europa, é algo de muita responsabilidade. O que nos deixa extremamente orgulhosos.”
ACESSIBILIDADE TAMBÉM PARA A PLATEIA
Além do espetáculo Endless ter em seu corpo de baile os dançarinos com deficiências, é importante ressaltar que as formas de acessibilidade para o público também estão previstas. Existe um núcleo de acessibilidade do projeto, formado por pesquisadores goianos, cujo trabalho está sendo justamente o de criar formas de dar ao público o mais amplo e irrestrito acesso, independente de sua condição física. Portanto, o público também irá contar com elementos de tradução para sua visibilidade, audição e entendimento.
SERVIÇO:
Estreia do espetáculo Endless (Grupo Dançando com a Diferença e elenco goiano de 50 pessoas)
Datas:
– 19 de junho – 20h
– 20 de junho – 15h e 20h
Local: Teatro Basileu França (Av. Universitária, 1750, St. Universitário)
Entrada gratuita
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