Entretenimento

Khalil Gibran: o protesto literário contra a opressão aos libaneses

Redação

Publicado em 17 de julho de 2018 às 22:26 | Atualizado há 7 anos

Publicado originalmente em inglês, em 1908, Espíritos Rebel­des (traduzido no Brasil também como Almas Rebeldes), do ensaís­ta, filósofo, poeta, prosador, con­ferencista e pintor Khalil Gibran, ganha uma nova edição pelo selo Mantra, da Edipro. A obra reflete toda a maestria do autor libanês e ainda faz os leitores transitarem nos limites entre poesia, filosofia e espiritualidade.

Lançado 15 anos antes de O Profeta, obra mais aclamada do escritor, a coletânea apresenta histórias de personagens oprimi­dos em um Oriente Médio sub­metido às atrocidades do Impé­rio Otomano e ao poder arcaico e absolutista dos padres da Igre­ja Católica Maronita.

Espíritos Rebeldes denuncia aspectos da sociedade oriental que continuam presentes nos dias atuais, como a opressão às mulheres, a exploração do pro­letariado por parte dos gran­des proprietários e a manipu­lação crassa de grupos étnicos e religiosos.

O primeiro conto da coletâ­nea é intitulado de “Wardé Al­-Hani”, que apresenta a história de uma jovem casada, não por fruto do seu amor, mas sim por uma negociação entre famílias, porém ela larga a riqueza para viver com o homem que ama. Já “O Grito das Tumbas” emite a mensagem atemporal da opres­são dos fracos pelos fortes e faz uma dura crítica à pena de morte.

A história seguinte, “O Leito Nupcial”, apresenta uma temá­tica reincidente nos contos de Gibran, a da imposição do ca­samento à mulher. A união ma­trimonial que começou alegre, terminará de maneira trágica.

Com este lançamento de Es­píritos Rebeldes, a Edipro amplia sua coleção voltada à Khalil Gi­bran, que já conta com Jesus, O Filho do Homem, O Profeta (que em breve ganhará também uma edição de bolso), além de prepa­rar o leitor para o lançamento de A Voz do Mestre.

Sobre o autor: Khalil Gibran (1883-1931) foi um ensaísta, filó­sofo, prosador, poeta, conferen­cista e pintor de origem libane­sa. Nasceu na cidade de Bsharri, no norte do Líbano, mas emigrou para Boston, nos Estados Unidos, com a mãe e os irmãos durante a infância. Foi nos Estados Unidos que começou a se interessar por arte, porém sua mãe e seu irmão incentivaram-no a retornar à sua terra natal aos 15 anos para que conhecesse melhor sua herança cultural. Em 1902, ao voltar aos Estados Unidos, Gibran come­çou a publicar textos em árabe, que chamaram a atenção da co­munidade local, e a expor seus quadros, o que lhe deu a oportu­nidade de estudar em Paris. Seus primeiros livros foram escritos em árabe. Fazem parte dessa produ­ção inicial obras como A música (1905), As ninfas do vale (1906), Asas partidas (1912), Uma lágri­ma e um sorriso (1914), A procis­são (1919) e Temporais (1920). A partir de 1918, Gibran começou a escrever em inglês, publicando obras de sucesso, como O precur­sor (1920), O profeta (1923), Areia e espuma (1926), Os deuses da Ter­ra (1931) e A voz do mestre (1963). Esta última, uma obra póstuma. Gibran morreu em 1931, aos 48 anos, em Nova York, vítima de cir­rose e tuberculose.

]]>


Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

últimas
notícias