Movimento estudantil também é cultura
Redação
Publicado em 1 de dezembro de 2017 às 00:33 | Atualizado há 1 semana
Além de debates sobre educação, política e o futuro da juventude, Goiânia receberá atividades culturais gratuitas durante o 42º Congresso da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas). Os shows são abertos a toda população e acontecerão na Praça Universitária Honestino Guimarães.
Na quinta-feira (30) o palco ficou por conta do projeto carioca Eu Amo Baile Funk, composto, entre outros, pela MC Pocahontas, DJ Grandmaster Rafael e dançarinos. Já hoje, sexta (1º), a curitibana Karol Conka animará o público com sucessos como Tombei, É o Poder e Bate a Poeira. Karol, que é uma das artistas mais conhecidas no Brasil atualmente, é referência da representatividade das mulheres e da população negra.
O Congresso também tem espaços de discussões sobre a cultura e o lançamento do Circus (Circuito de Cultura Secundarista), projeto nacional da Ubes voltado a essa área. Estão acontecendo vários debates, entre eles com a participação da atriz e diretora de cinema Ana Petta, do rapper Flávio Renegado e do representante da Liga do Funk Bruno Ramos.
O Congresso da Ubes acontece entre os dias 29 de novembro e 2 de dezembro na Praça Universitária Honestino Guimarães, no Setor Leste de Goiânia.
QUEM SÃO OS SECUNDARISTAS
São chamados estudantes secundaristas os cerca de 50 milhões matriculados no ensino fundamental, médio, técnico e preparatório do Brasil. Nas escolas, começam a se organizar e se mobilizar em causas coletivas, pela mudança da educação e do País. O centro desse movimento são os grêmios estudantis, que também se organizam nas uniões municipais e estaduais de estudantes secundaristas. Todo esse movimento, unificado, compõe a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas.
O QUE FORAM AS OCUPAÇÕES
Conhecido por “Primavera Secundarista”, o movimento das ocupações secundaristas nas escolas teve início em 2015, em protesto contra a proposta de reorganização escolar e o fechamento de instituições de ensino no Estado de São Paulo. Em 2016, o movimento cresceu e alcançou a marca de mais de mil escolas ocupadas, em oposição ao congelamento dos investimentos públicos, contra a reforma do ensino médio, a reforma da previdência e trabalhista. As ocupações são consideradas a maior ação organizada da juventude brasileira em toda a história.
UBES 70 ANOS
Entidade histórica da organização estudantil no Brasil, a Ubes completará 70 anos em 25 de julho de 2018, sendo referência da luta pela democracia e pela educação pública de qualidade no País. Em sete décadas, o movimento secundarista resistiu em momentos difíceis, como a ditadura militar brasileira. O jovem Edson Luís, morto em 1968 no Rio de Janeiro, tornou-se símbolo nacional de resistência ao regime.
Além disso, a Ubes foi protagonista de outros momentos decisivos, como as Diretas Já, o Fora Collor e a resistência contra o golpe parlamentar de 2016. Atualmente, os estudantes secundaristas são contra as medidas do governo ilegítimo de Michel Temer, defendem uma escola democrática, sem opressões e com a cara da juventude brasileira.
ELEIÇÕES NA UBES
As eleições para a nova diretoria e presidência da Ubes acontecem em duas etapas. A primeira ocorrerá nas escolas do País, com a escolha dos delegados e delegadas que representarão as suas escolas no Congresso. Durante a plenária final do encontro, eles formam chapas e votam para decidir a nova gestão da entidade. Ao fim da votação, a diretoria da Ubes é composta por todas as tendências que lançaram candidatura, de forma proporcional à quantidade de votos obtidos por cada chapa.
CAMILA LANES
Paranaense de São José dos Pinhais, Camila Lanes foi eleita presidenta da Ubes em 2015, durante o 41º Congresso da entidade, em Brasília. Com 21 anos, a líder estudantil também já presidiu a União Paranaense de Estudantes Secundaristas (Upes). Mesmo com pouca idade, Camila mostrou liderança importante em um período difícil da história recente da educação brasileira, com o congelamento de investimentos públicos por 20 anos, a reforma ilegítima do ensino médio e o avanço de movimentos autoritários, como o da Escola Sem Partido. A sua gestão na Ubes também ficou marcada pelas ocupações secundaristas em todo o País.
O QUÊ? 42º CONGRESSO DA UBES
Quando? 29 de novembro a 2 dezembro de 2017
Onde? Goiânia, Goiás
Outras informações: www. ubes.org.br
Inscrição: http://inscricao. congressodaubes.org.br
]]>