Novo livro de Olen Steinhauer
Redação
Publicado em 1 de maio de 2018 às 00:02 | Atualizado há 7 anosUm dos melhores escritores de espionagem contemporâneos, autor de best-sellers como O turista, Olen Steinhauer saiu da sua zona de conforto em Um jantar entre espiões, que chega às livrarias pela Record em abril. Se nos romances do gênero estamos acostumados a ver ação, aventura e agentes que viajam pelo mundo, neste livro o enredo praticamente todo se desenvolve em torno de uma mesa de jantar.
A trama começa em 2006, quando um sequestro de avião no aeroporto de Viena acaba numa tragédia de grandes proporções, com 120 mortos. Anos depois, com a ajuda de um informante, descobre-se que um traidor num posto avançado da CIA pode ter contribuído com os terroristas. Na época, os agentes Henry Pelham e Celia Harrison trabalhavam juntos no escritório austríaco da CIA. E também eram amantes. Logo depois do trágico atentado, ela decidiu abandonar a vida no serviço secreto para se casar e ter filhos, enquanto ele seguiu trabalhando na agência.
Nos dias de hoje, Henry é incumbido de investigar e descobrir quem é o tal traidor. Para isso, viaja até a cidadezinha de Carmel-by-the-Sea, na Califórnia, onde Celia mora hoje com o marido e os dois filhos, e a encontra para um jantar. Ali, com os dois personagens sentados frente a frente, Steinhauer constrói um interessante jogo de manipulação, verdades e mentiras. Alternando as perspectivas dos personagens, ele cria um clima de suspense que deixa o leitor até o fim querendo saber quem é o traidor; mas também aprofunda suas nuances e explora questões sobre a relação entre a espionagem e os relacionamentos pessoais.
Um jantar entre espiões já teve seus direitos vendidos para o cinema. O filme, que ainda entrará em produção, será dirigido por James Marsh (de A teoria de tudo) e protagonizado por Michelle Williams e Chris Pine.
TRECHO:
“Ela fala fluentemente e sem restrições, dando voz a Celia 1, a mulher que sabia como controlar uma conversa desde o começo até sua inevitável vitória ao fim dela. A Celia que sabia como contar uma história, inventar detalhes de última hora, e atraí-lo a um labirinto de fabricações composto de tanta autenticidade que você nunca, nem mesmo anos depois, saberia se tinha sido feito de bobo.
O que me faz pensar sobre as diferenças entre essas duas mulheres. Há alguma? Celia 1 era uma manipuladora profissional, enquanto Celia 2 é desconcertantemente sincera, o que leva à suspeita inevitável de que Celia 2 é a falsa, um fantoche cujos fios estão sendo cuidados e controlados pela mulher com quem um dia dividi a cama.”
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