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O curioso lado perverso do riso

Redação

Publicado em 20 de junho de 2018 às 00:43 | Atualizado há 7 anos

Henri Bergson enxerga o cô­mico de uma maneira bas­tante peculiar. Para o autor, a causa desta reação está intima­mente ligada àquilo que perma­nece fora dos padrões da socie­dade. Em O Riso, relançado pela Edipro, o filósofo francês explica os motivadores desta expressão.

O que é o riso? Por que rimos e como isso reflete-se em nossas relações sociais? A obra, publica­da em 1900, reúne três artigos de Bergson escritos à Revue de Pa­ris, e mantém-se original e incisi­va até os dia de hoje.

Nestes três textos, o autor busca elucidar o significado do cômico e o que está por trás do riso como fe­nômeno social. As formas desajei­tadas, os desvios de padrão e o feio são alguns dos causadores do riso.

Sendo assim, para o autor existe uma verdade, às vezes sádica, por trás do riso, pois o cômico depen­de de certa insensibilidade huma­na, uma exigência de que o outro se encaixe em padrões sociais.

No sentido do ponto de vista ser o correto, atualmente a socieda­de fala muito de bullying e sobre a aceitação do corpo e trejeitos do outro, tornando este estudo im­prescindível nos dias de hoje.

O pensamento original e inci­sivo de Bergson, neste e em outros ensaios, o tornou um dos mais in­fluentes filósofos modernos, com ideias que impactam a intelectua­lidade de forma atemporal.

Esta edição conta com a tradu­ção de Maria Adriana Camargo Cappello, professora do Departa­mento de Filosofia da Universidade Federal do Paraná e uma das princi­pais pesquisadoras do pensamen­to de Bergson. O texto de introdução é de Débora Cristina Morato Pinto, professora do Departamento de Fi­losofia da Universidade Federal de São Carlos e pesquisadora na área de Filosofia Contemporânea com foco na obra de Henri Bergson.

Sobre o autor: Henri Bergson (1850-1941) foi filósofo e diplo­mata. Nascido na França, tem uma obra vasta que engloba te­mas diversos, tendo estudado em áreas que vão do cinema e da literatura à neuropsicologia e à bioética. Formado em Letras, foi professor, membro da Academia Francesa, e recebeu o Nobel de Literatura em 1927. Como filóso­fo, teceu críticas ao determinismo e à objetificação do homem em sua obra. Foi casado com Loui­se Neuberger, prima do também escritor francês Marcel Proust. Como diplomata, tomou parte das discussões que levariam os Estados Unidos a intervir na Pri­meira Guerra Mundial.

 

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