O perigo de microplásticos nos alimentos
Diário da Manhã
Publicado em 21 de fevereiro de 2018 às 00:31 | Atualizado há 7 anosO lixo plástico que vem sendo depositado nos oceanos por várias décadas pode ser dividido em pedaços extremamente pequenos até formarem partículas dimensionadas em nanômetros (um nanômetro equivale a um milímetro dividido por um milhão), entretanto, esses detritos manométricos não são biodegradados por decompositores da biosfera e podem ser ingeridos por consumidores da teia alimentar.
Pesquisadores do Reino Unido e da Irlanda, em estudo recente coletaram peixes em uma região a mais de 1.000 km da costa da Terra Nova e do Labrador, pertencentes ao Canadá. Eles foram retirados de uma profundidade entre 300 m e 600 m da zona mesopelágica que situa-se entre 200 m e 1200 m de profundidade. Por deslocarem-se na coluna de água para se alimentarem, esses peixes contribuem no transporte de nutrientes das camadas superficiais para as camadas mais profundas do oceano. O estudo dos chamados peixes mesopelágicos revelou que mais de 70% do total de 280 que foram analisados em laboratórios continham resíduos plásticos no estômago e no intestino. Mais de 450 fragmentos de microplásticos foram extraídos dos sistemas digestivos, em sua maioria polietilenos. O que preocupa os pesquisadores é que esses peixes mesopelágicos podem espalhar microplásticos nos oceanos, e como são presas para peixes maiores, como o peixe espada e o atum, que por sua vez são muito consumidos pelo ser humano, representam uma perigosa ameaça à nossa saúde. Além disso, os plásticos podem atrair poluentes como metais, dioxinas e pesticidas. Devido a essa particularidade eles são utilizados como indicadores de poluição.
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