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Risco nutricional

Redação

Publicado em 13 de agosto de 2018 às 21:10 | Atualizado há 6 anos

Nutricionista alerta que essa percepção equivocada pode acabar restringindo o con­sumo de alimentos essenciais para o organismo. Quem não quer en­xugar a silhueta e manter o corpo definido hoje em dia? Ainda mais nessa época do ano, em que o clima mais quente propicia o uso de rou­pas mais confortáveis e despojadas que deixam maior parte do corpo à mostra. É perfeitamente normal querer se livrar do excesso de peso, o problema é que, para isso, mui­tas pessoas seguem informações equivocadas que, além de não aju­dar, ainda podem comprometer a saúde.

A alimentação é recheada de in­formações controversas e uma de­las é em relação às gorduras, que ad­quiriram status de vilã nos últimos tempos. Diversas dietas e ativida­des físicas da moda têm como ob­jetivo principal eliminá-las da rotina alimentar e do corpo. Infelizmente, esses métodos vêm ganhando mui­tos adeptos. No entanto, estudos recentes apontam para uma nova perspectiva com relação ao consu­mo das gorduras e os nutricionis­tas afirmam que, não só há gordu­ras que fazem bem ao organismo, como elas são essenciais.

VILÃ OU MOCINHA?

Segundo a Organização Mun­dial da Saúde (OMS), uma dieta inadequada associada a ausência de exercícios físicos na rotina está entre os 10 fatores determinantes de mortalidade. Isso porque di­versas pesquisas relacionam a má qualidade alimentar das pessoas aos fatores de risco das doenças cardiovasculares, uma das princi­pais causas de morte no mundo.

Por muito tempo as gorduras fo­ram consideradas as grandes culpa­das por esses eventos. No entanto, evidências científicas comprovam que o consumo exagerado e a má qualidade nutricional da dieta que são os verdadeiros responsáveis pe­los danos, já os lipídios, em doses equilibradas, são extremamente be­néficos e estão entre os nutrientes essenciais para o nosso corpo.

No entanto, pouco é falado so­bre esses benefícios e menos ainda sobre as consequências de restrin­gir o consumo desse grupo alimen­tar, por isso as pessoas ainda torcem o nariz na hora de incluir as gordu­ras em uma dieta saudável. Para en­tender mais sobre esse fenômeno, uma pesquisa exclusiva ouviu 1.360 consumidores a fim de obter uma perspectiva da relação dos brasilei­ros com a alimentação atualmente.

SOBRE O ESTUDO

O levantamento “Do essencial ao Gourmet – O que os brasileiros pensam sobre alimentação saudá­vel e produtos premium”, revela que a maioria dos entrevistados acredita que as gorduras são boas para a saú­de, desde que consumidas correta­mente (53,2%). Porém, quase um quarto (24,6%) acredita que esses nutrientes são prejudiciais, servem apenas para dar sabor e devem ser consumidas o mínimo possível. A pesquisa também mostra que, den­tre as gorduras mais comuns, o azei­te é o mais consumido por 58% dos entrevistados, seguido por óleos ve­getais e manteiga (27,7%). Já a mar­garina (10,6%) e óleo de coco (2,6%) são os menos consumidos.

É PRECISO SABER ESCOLHER

De acordo com a nutricionista Juliana Tomandl, eliminar as gor­duras da alimentação pode repre­sentar um grande risco à saúde, já que elas, juntamente com proteí­nas e carboidratos, compõem os grandes grupos alimentares ne­cessários para manter o organismo funcionando corretamente: “Nem toda a gordura é prejudicial, mas as pessoas têm dificuldade de dife­renciar um tipo do outro, por isso acabam restringindo o consumo de alimentos que são extremamen­te benéficos ao nosso corpo. A gor­dura deve compor até 30% das ca­lorias diárias da nossa alimentação. Quando são consumidas de forma correta e na quantidade certa, elas podem trazer diversos benefícios”, explica a consultora da Banca do Ramon. Entenda a seguir as prin­cipais diferenças entre elas:

Trans – Durante muitos anos as pesquisas apontavam a gordura sa­turada como responsável pelo sur­gimento e agravamento de diversas doenças crônicas, especialmente as cardiovasculares. Por isso, a indús­tria alimentícia substituiu esse tipo de lipídio pela gordura trans nos produtos industrializados. No en­tanto, estudos posteriores observa­ram a gordura trans causava ainda mais danos do que a gordura satu­rada. Portanto, a nutricionista afir­ma que se há um tipo de gordura que mereça ser excluído do cardá­pio é a gordura trans.

Saturadas – As gorduras satura­das devem ter sua ingestão reduzi­da, isso porque ela contribui para o aumento dos níveis de LDL (coleste­rol ruim) no sangue. Ela é encontra­da em produtos de origem animal, como leite integral, manteiga, car­nes e embutidos em geral. Toman­dl recomenda o consumo modera­do desse grupo: “Não deve passar de 10% das calorias diárias da dieta”.

Insaturadas – Este último grupo se divide em 2: ácidos graxos mo­noinsaturados e poli-insaturados. O primeiro apresenta benefícios importantes no controle de doen­ças metabólicas e pode ser encon­trado em frutas como o abacate e em oleaginosas como castanhas e amêndoas, além azeite de oliva. “Do ponto de vista nutricional é considerada uma gordura de boa qualidade para o organismo hu­mano, mas o consumo em exces­so pode ocasionar o ganho de peso, portanto é preciso moderação” – explica a especialista.

Já as gorduras poli-insaturadas ajudam a reduzir os níveis de co­lesterol ruim, diminuindo os ris­cos de doenças cardiovasculares. contempla ácidos graxos ômega 3, encontrados na linhaça e em peixes de águas frias e profundas (salmão e sardinha), e ômega 6, presente nos óleos de soja, milho e girassol e seus produtos deriva­dos. Pode beneficiar pacientes no controle do colesterol.

PRINCIPAIS BENEFÍCIOS

As gorduras são ácidos graxos que podem ser grandes aliados da saúde, mas é preciso balancear o cardápio, incluindo esses nutrientes. A nutricionista afirma que as melho­res escolhas são as gorduras insatu­radas: “Elas são fontes de nutrientes importantes, como as vitaminas A, K e D e ainda são facilmente encontra­das nos vegetais, sementes, frutos do mar, oleaginosas, azeite de oliva ex­tra virgem, abacate e manteigas pu­ras de alta qualidade”, complemen­te a Tomandl.

De acordo com a profissional, elas atuam diretamente em diver­sos processos fisiológicos e são responsáveis, entre outras coisas, pela secreção de hormônios, in­clusive daqueles que participam da quebra das gorduras acumula­das em excesso. Elas ainda trans­portam vitaminas lipossolúveis, ou seja, aquelas que se dissolvem na gordura para que o corpo ab­sorva seus benefícios.

Confira os principais benefí­cios e os melhores alimentos para fazer o aporte nutricional de lipí­dios de forma saudável:

Mais saciedade – As gorduras retardam o esvaziamento gástri­co e exigem um esforço maior do organismo na hora da digestão, por isso a sensação de saciedade é prolongada. Além disso, o ôme­ga 9, encontrado em peixes, como salmão e nas oleaginosas, ajuda a reduzir os níveis de cortisol, hor­mônio do stress.

Efeito antioxidante – A vitami­na E é um nutriente famoso por sua ação antioxidante, presente nos ácidos graxos, essa vitamina é capaz de combater processos inflamatórios causados pelos ra­dicais livres (substâncias que oxi­dam às células saudáveis do or­ganismo), assim esse nutriente promove a manutenção da elas­ticidade da pele, tecidos e órgãos.

Favorece o aporte nutricional: alguns nutrientes, especialmente as vitaminas lipossolúveis: A, D E, e K, dependem diretamente das gorduras, pois o organismo pre­ciso que o aporte de lipídeos atra­vés da alimentação esteja em dia para conseguir absorvê-las. Além disso, ainda existem também os ácidos graxos essenciais, como os ômegas, que não são sintetizados naturalmente pelo organismo e precisam ser obtidos através da alimentação. Eles atuam em fun­ções importantes no organismo: o ômega 3 é fundamental para saú­de cerebral e cardíaca; o ômega 9 participa da produção de hormô­nios e o ômega 6 tem uma poten­te ação anti-inflamatória.

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