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Síndrome do intestino irritável e intolerância à lactose

Redação

Publicado em 6 de agosto de 2018 às 21:47 | Atualizado há 6 anos

No mundo, por volta de 60% a 70% da população pos­sui dificuldade de digestão ou deficiência da enzima lacta­se, sendo então intolerante à lac­tose. Já a Síndrome do Intestino Irritável (SII) é a mais frequente doença funcional gastroentero­lógica e acomete 10% a 20% da população. Não se sabe ao cer­to quantas destas pessoas te­rão acesso a diagnóstico e trata­mento, mas as doenças têm um fator em comum: os principais sintomas. Eduardo André, doutor pela Fmusp e pós-doutor em Gas­troenterologia pela Universidade de Londres esclarece as diferen­ças entre as condições e quando é o momento de buscar tratamento.

O especialista afirma que a Sín­drome do Intestino Irritável (SII) é um distúrbio do trato digestivo, que se caracteriza pela modifica­ção da função intestinal. Os sin­tomas típicos são: desconforto e/ ou dor abdominal, geralmente lo­calizados na região baixa do ab­dômen, associados à alteração do hábito intestinal, com cons­tipação, diarreia ou alternância de uma e outra. Sinais muito pa­recidos com os de intolerância à lactose. Neste caso, pessoas com deficiência da lactase, açúcar do leite, também costumam ter diar­reia ou constipação, mas após o consumo de leite e derivados.

O dr. Eduardo André explica que as duas condições demandam atenção e necessitam de acompa­nhamento médico. “Há pessoas que se afastam do convívio social pelo receio dos sintomas e não bus­cam diagnóstico e tratamento. Para minimizar os desconfortos, há al­ternativas que ofereçam mais qua­lidade de vida aos pacientes”.

TRATAMENTO

O médico alerta para outro fato importante: “Pode existir ainda uma sobreposição de am­bas, isto é, alguém que possua SII pode, ao mesmo tempo, ser into­lerante e vice-versa. O tratamento de cada condição, porém, é mui­to diferente e, por isso, exige um correto diagnóstico”. Para pacien­tes com a síndrome, a terapêuti­ca vai depender da natureza e in­tensidade dos sintomas, do grau de comprometimento funcional e dos fatores psicossociais envol­vidos. Cada vez mais, medidas de atenção primária, aquelas que refletem o melhor controle, são tomadas. Deste modo, a manei­ra mais adequada de tratar é por meio de uma abordagem ampla, integral e individualizada.

Já na intolerância à lactose, a opção é utilizar a enzima lactase, suplementação que pode ser uti­lizada diariamente. Ela auxilia a digestão do açúcar do leite e de­rivados. “No mercado existem diversas apresentações. Como médico, indico suplementos que possuam estudo clínico de eficá­cia comprovada, como a Perlatte”.

Para finalizar, o dr. André lem­bra que “após perceber a existên­cia de algum desconforto como os que mencionamos, o ideal é procurar auxílio médico para in­vestigação diagnóstica. As condi­ções, atualmente, não têm cura, mas é possível minimizar os sin­tomas proporcionando liberda­de e bem-estar”.

A INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Segundo pesquisa conduzida pelo DataFolha, 35% da popula­ção com idade acima dos 16 anos, cerca de 53 milhões de pessoas, informa ter desconforto digesti­vo após o consumo de derivados do leite. No mundo, por volta de 60% a 70% da população possui dificuldade de digestão ou defi­ciência da enzima lactase.

A pesquisa mostra que, entre pessoas que relataram algum tipo de desconforto gastrointestinal, 88,2%, jamais receberam um diag­nóstico médico, a maioria homens com mais de 35 anos. Apenas 4% das pessoas relataram procurado ajuda médica e, dentre esses, 1% foi diagnosticado com Intolerân­cia à lactose, o que corresponde a 1,5 milhão.

As mulheres, por outro lado, apresentam maior incidência da doença, correspondendo a 59% dos casos. É importante, portan­to, ficar alerta ao que desenca­deia sintomas e, quando neces­sário, procurar atendimento por um profissional da área.

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