Treinar com motivações diferentes
Redação
Publicado em 16 de agosto de 2018 às 20:28 | Atualizado há 6 anosTem duas formas de treinar: com foco apenas no resultado final, aquela gana que te impede até de olhar pro lado, ou de uma forma mais leve, descontraída, se permitindo curtir o momento, estar com os amigos e fazer com que seja um tempo agradável. Qual é a sua?
“Seja na vida real, seja nos filmes, tem sempre aquela pessoa sangue nos olhos, que vive pro resultado, que não quer que nada atrapalhe seu desempenho, extremamente competitiva. Treinar com alguém assim pode ser contagioso.” A frase é da atleta de alta performance Fernanda Surian, que lembra: “foco no resultado é muito bom, saber onde quer chegar, também é, mas também é bem legal fazer da sua “obrigação” um tempo agradável, alegre, compartilhar conquistas, fazer e reforçar amizades. Já que você passa boa parte do seu dia no box, porque não aproveitar a vida ao mesmo tempo?”
Para Fernanda, a observação do dia a dia é extremamente importante: “desde que comecei a me desenvolver de maneira profissional no crossfit, percebo que existem duas formas de treinar. Não quer dizer que uma delas foca o resultado e outra não, afinal de contas, todo atleta quer melhorar suas métricas e atingir suas metas, mas a diferença está em como você lida com o foco. Se o resultado está acima de tudo, você pode perder a linha da convivência pessoal, e a própria relação de prazer com o esporte. Já vi pessoas desistirem exatamente por não terem essa medida”.
Fernanda pondera que é possível incluir fases de mais atenção e momentos de treinos com outro tipo de motivação, e questiona: “você consegue manter o mesmo foco em todos os treinos? O mesmo motivo para treinar?”. Ela explica: “comigo acontece assim: tempos de foco na performance, no resultado, e tempos de treinar pela galera, pela vibe, e isso pode acontecer um mesmo dia”!
Uma coisa é verdade: a maior parte de quem treina não é atleta profissional, existem questões familiares e financeiras envolvidas, faz sentido que o foco do treino mude de embasamento e inclusive de empolgação ao longo do ano. Há fases mais produtivas e fases mais amenas, e, para Fernanda, aceitar isso nos dá uma tranquilidade maior para treinar, inclusive.
“Não somos sempre os mesmos, né? Então por que o treino deveria ser? Ideal é que a gente vá pro box com a motivação certa para aquele momento. Se é treinar mais sério, sem tirar o foco da forma e dos números, ok, perfeito, Mas se treinar de forma descontraída, com os amigos, pessoas que incentivam, ajudam, orientam, também é maravilhoso”, enfatiza.
Fernanda lembra que equilíbrio é a chave para uma rotina mais feliz, independentemente dos resultados que ela traga: “É no box que me desenvolvo, não só como atleta, mas como pessoa também. A competitividade equilibrada nos leva ao sucesso, mas o desequilíbrio pode ser trágico, se não for detectado logo no começo. Não deu certo? Tenta de novo. Não tá num bom dia? Amanhã melhora. Não consegue chegar onde o outro já está? Cada um tem seu tempo. É preciso entender a individualidade e medir as metas pessoais pelas nossas reais possibilidades, ou as expectativas nos tornam desumanos”
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