Entretenimento

Um espetáculo que reflete força que vem do corpo feminino

Redação

Publicado em 12 de maio de 2018 às 00:52 | Atualizado há 4 semanas

Um profundo mergulho no corpo faz emergir a força que vem da mulher e da terra por meio do uso de objetos que instigam e exploram possibilidades múltiplas. No espetáculo Não Posso Esqu cer, a doutora e performer Maria Ângela de Ambrosis amplifica a relação en­tre cidade, árvore e objeto com apre­sentações em diferentes gameleiras espalhadas por Goiânia. A peça, que teve uma primeira etapa de pesquisa em 2016, agora será relançada hoje, 12 de maio, na gameleira do Centro Cultural UFG (CCUFG).

Trabalho desenvolvido pelo olhar de três profissionais das ar­tes cênicas, Maria Ângela, Valé­ria Braga e Kleber Damaso e com uma extensa programação dividi­da em diferentes pontos da capital goiana, o espetáculo também par­te para mais três árvores da cidade: na Emac (Praça Universitária), Lago das Rosas e Praça Boaventura (pro­gramação completa no final do re­lease). O projeto foi contemplado pelo Edital de Demandas Culturais do Fundo de Arte e Cultura (FAC) do Estado de Goiás 2017.

A relação intrínseca entre o cor­po feminino e a árvore que resiste ao caos urbano cria toda a trajetória de Não Posso Esqu cer. Para cada apre­sentação há a conexão com a game­leira e sua força dominante, em meio ao concreto, evidenciando sua resis­tência contra as adversidades exter­nas. Elemento este não muito dife­rente em relação à história cultural do corpo feminino.

Durante o espetáculo há tam­bém o uso de bacias e outros ob­jetos (pedras, linhas) que ajudam a compor a narrativa. Os instru­mentos foram bastantes explora­dos como fonte de pesquisa cor­poral e criação de cena. “Quando nosso olhar voltou-se para a esco­lha do local do espetáculo, obser­vamos uma gameleira amputada, cuja beleza estava também em sua capacidade de regeneração”, expli­ca a artista Valéria Braga, diretora artística do espetáculo.

A música e a direção de arte têm papel importante em Não Pos­so Esqu cer. “Importa o não dito, as dobraduras dos sonhos e os des­vios do desejo. Um corpo de mu­lher plantado em pedras retirando sonoridades subterrâneas. Um des­locamento entre bacias em busca de possíveis mergulhos. Essa é a perfor­mance das possibilidades mediante o encontro”, reflete Valéria.

Não Posso Esqu cer abarca toda investigação cênica sobre perfor­mance com recursos visuais e fí­sicos que ampliam a relação entre corpo, espaço e movimento. Músi­cas, interação com objetos e pes­quisa de movimento foram fun­damentais para a composição da peça. O corpo feminino em perdão, as sorrateiras caídas e levantadas, o ato de perdoar em relação a si de­senvolvem a relação da estrutura de todo o espetáculo.

A peça tem dramaturgia e ilu­minação de Kleber Damaso, dire­ção de arte de Cacá Fonseca, dire­ção musical de Marcos Galvão e preparação corporal de Camila Vi­nhas Italo. O projeto tem apoio do Fundo de Arte e Cultura de Goiás, pelo Edital de 2017.

HISTÓRICO

Em 2016, na primeira etapa do trabalho, foram usadas referências, como o Canto do Perdão, canto exe­cutado nas cerimônias da Semana Santa em Goiás, o poema Venta­nia, de Cecília Meireles, o conto do Urso da Meia Lua e a instalação De­sert Park, de Dominique Gonzalez­-Foerster, tendo por base a pesqui­sa corporal baseada na abordagem Body Mind Centering® para pes­quisa de movimento e criação das ações físicas. “Cada mergulho e in­vestigação nestas imagens gerado­ras traziam novas possibilidades de cena, com recursos sonoros e ações físicas”, revela Maria Ângela.

QUEM É MARIA ÂNGELA DE AMBROSIS

Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, Maria Ângela é professora do curso de Artes Cênicas na Escola de Mú­sica e Artes Cênicas da Universi­dade Federal de Goiás. Também coordena os projetos de exten­são do Grupo IPU – Núcleo de pesquisa Corpo, Jogo e Criação Cênica e Era uma Vez uma Histó­ria Contada outra Vez. Atua tam­bém no espetáculo Um dia, uma banana… e já dirigiu outros es­petáculos anteriormente, como Maré de Histórias, A ilha desco­nhecida, entre outros. Integrou também as atividades do Proje­to Conexão Samambaia, sob a coordenação de Kleber Dama­so, como atriz de um registro ci­nematográfico.

ETAPA 1

Dias 12, 13, 17, 18, 19, 20, 25, 26 e 27 de maio

Centro Cultural UFG – Av. Universitária, 1533, Setor Leste Universitário

Horário: 18h30

Entrada franca

ETAPA 2

Dias 8, 9, 10, 15, 16 e 17 de junho

Local: Escola de Música e Artes Cênicas da UFG (Emac) – Avenida Universitária, 1166, Setor Leste Universitário (entrada pelo Museu Antropológico)

Horário: 19h

Entrada franca

ETAPA 3

Dias 22, 23 e 24 de junho

Local: Parque Lago das Rosas, Alameda das Rosas, esquina com Av. Anhaguera, Setor Oeste

Horário: 19h

Entrada franca

ETAPA 4

Dia 30 de junho e 1º de julho

Local: Praça Boaventura, Setor Vila Nova

Horário: 19h

Entrada franca

 

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