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Diário da Manhã

Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 21:49 | Atualizado há 1 semana

Lampejos e devaneios da­quilo que virá quando já não estivermos aqui – ima­ginar o futuro é algo que o ser humano sempre gostou de fa­zer. Apesar de algumas previsões parecerem distantes ou ilógicas, certos objetos encontrados em ilustrações futuristas do início do século XX são assustadoramente comparáveis a vários utensílios tecnológicos que temos à nossa disposição no século XXI. Um ar­tigo escrito por Boban Docevski, colaborador do site The Vintage News – especializado em curiosi­dades do passado – traz algumas ilustrações criadas por artistas futuristas que remetem a situa­ções triviais de nosso cotidiano. “Somos seres que são intrigados por coisas que poderiam acon­tecer conosco nos anos que estão por vir”, insinua o autor.

De acordo com Boban Do­cevski, o surgimento da ficção científica na literatura causou um boom na cabeça dos artis­tas, cientistas e entusiastas da época. Em alguns casos, a pró­pria ficção inspirou a tecnolo­gia que utilizamos hoje. “O tra­balho dos futuristas é tentar explorar sistematicamente pre­dições e possibilidades sobre o futuro e analisar de que forma elas poderiam emergir do pre­sente, seja da sociedade huma­na em particular, ou da vida na Terra em geral”, aponta. O autor selecionou cinco situações em que os desenhos parecem suge­rir protótipos de situações bas­tante familiares. “Alguns ilus­tradores futuristas, por acaso ou por alguma antevisão mi­lagrosa, chegaram muito per­to do que está acontecendo nos anos 2000”. Confira:

CHAMADAS DE VÍDEO

“Esta tecnologia foi previs­ta por muitos autores, futuris­tas e ilustradores do passado. Esta é uma das primeiras ilus­trações deste tema, e foi feita em 1930”, conta Boban Doce­vski. Nela, podemos observar duas senhoras tomando um suco enquanto interagem pa­ralelamente com outros ami­gos num protótipo de Skype. “A semelhança com um dispositi­vo moderno que todos nós co­nhecemos como smarthpho­ne é assombrosa”, comenta. No site Reddit, alguns usuários lembraram que a ilustração não previu apenas a tecnologia, mas o comportamento do sé­culo XXI. “Parece que eles tam­bém previram que as pessoas sairiam juntas para falar com pessoas diferentes no celular o tempo todo”, comentou o usu­ário TOASTEngineer.

TV/ÓCULOS

Depois da invenção de dispo­sitivos de simulação de realida­de virtual – como o Oculus Rift (equipamento para jogos eletrô­nicos) ou a tecnologia 3D – esta imagem soa realmente fami­liar na atualidade. Esta fotogra­fia foi tirada em 1963 para Life, uma célebre revista norte-ame­ricana que saiu de circulação em 1972. “Nela, o famoso autor de ficções científicas Hugo Ger­nsback (considerado por alguns o pai da ficção científica) usa no rosto o modelo de um aparelho mencionado numa de suas his­tórias. Hugo nomeou o objeto de TV/óculos”, explica Boban Doce­vski. Segundo o autor, a intenção de Hugo era que as pessoas pu­dessem assistir televisão de mui­to perto, no ponto de estarem ap­tas para interagir com a tela.

SALA DE AULA DIGITAL

Em 1969 a revista japonesa Shōnen Sunday – ainda em cir­culação – publicou uma série de artigos denominada Com­putopia. Esta ilustração, ‘O surgimento da escola compu­tadorizada’, foi criada por Shi­geru Komatsuzaki (1915-2001), um dos desenhistas mais pro­dutivos da temática futurista no Japão. “Numa sala de aula do futuro, a professora é uma imagem numa tela e os estu­dantes ficam em mesas equi­padas com computadores”, descreve Docevski. “Fora os ro­bôs malvados que punem alu­nos desobedientes, muita coi­sa soa familiar aqui. Em alguns países, já podemos ver escolas que providenciam computa­dores individuais para os alu­nos, que interagem com pro­fessores via videoconferência”, conclui. Além disso, temos o exemplo das vídeo-aulas e do ensino à distância.

ASPIRADORES ROBÓTICOS

Em 1889, o francês Jean-Marc Côté, e seu time de ilustradores, decidiu criar a série En L’An 2000 (No Ano 2000). “Todas as ilustra­ções dessa série são divertidas, e algumas delas mais certeiras que outras”, comenta Docevski. Esta ilustração, em particular, cha­ma-se ‘Lavagem Elétrica’, e ape­sar de a engenhoca em questão não ter muita semelhança físi­ca com os modernos aspirado­res de pó, surgiu exatamente no momento em que as empresas começavam a utilizar tecnologia robótica para criar aparelhos ca­pazes de fazer a limpeza domés­tica de forma automática. “Esses robôs de limpeza não são um ele­trodoméstico comum em todas os países, mas já são uma reali­dade, e estão presentes em várias residências ao redor do mundo, cada vez mais modernos”.

VEÍCULO AUTÔNOMO

Uma ilustração que apareceu na revista Popular Science – em circulação há mais de 145 anos – na capa de junho de 1940 previu que no futuro os carros seriam capazes de cumprir com sua fun­ção de transporte de forma auto­mática, e guiar os usuários sem a necessidade de um motorista. O primeiro veículo robótico inteli­gente foi criado, de fato, em 1977 na Universidade de Tsukuba, no Japão. Em 1985, uma van da Mer­cedes foi equipada com vários sensores, que de lá para cá vem sendo cada vez mais aperfeiçoa­dos. “Companhias como a Mer­cedes e outras grandes monta­doras estão trabalhando duro para construir veículos autôno­mos seguros e confiáveis. Carros (até mesmo os protótipos autô­nomos) ainda necessitam de um motorista, mas o futuro está che­gando”, conclui Docevski.

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