Caiado denuncia: Enel tenta “melar” licitação de ônibus elétricos para Eixo-Anhanguera

O governador Ronaldo Caiado denunciou a tentativa da Enel em tentar boicotar a licitação que ocorrerá na próxima segunda-feira, 27, para o aluguel de ônibus elétricos que atenderão a linha do Eixo-Anhanguera.

A medida é uma das iniciativas do Governo de Goiás que busca melhorias para o transporte público na região Metropolitana de Goiânia. 

Empresa italiana do ramo de geração e distribuição de energia elétrica, a Enel abandonou a condução dos serviços de energia elétrica em Goiás após vários embates com consumidores e o próprio governo. 

Caiado denunciou a empresa neste sábado por outro motivo: “Isso não surpreende. Nunca vi a Enel como uma empresa. A Enel é uma facção criminosa, um braço da máfia italiana que quase destruiu o sistema de energia do Estado e agora está querendo impedir e prejudicar as melhorias no transporte coletivo de Goiânia, num gesto de retaliação pela saída de Goiás”.

O que aconteceu

Quinta-feira foi o último prazo para interposição de recursos no processo de licitação dos ônibus elétricos, mas às 22 horas a Enel entrou com mais de 100 questionamentos em âmbito administrativo, solicitando a suspensão do certame.

A Metrobus respondeu a todos os questionamentos na sexta-feira, 24.

Mas no mesmo dia, a Enel entrou na Justiça com mandado de segurança para suspender a licitação em andamento.

Caiado diz que ocorreu manobra da Enel para prejudicar a licitação. Segundo o governador, inúmeros pontos que a empresa questiona compõem o Plano de Manifestação de Interesse (PMI), que a própria Enel ajudou a elaborar no início das discussões do processo licitatório para a troca dos ônibus. A Enel questiona, portanto, a modelagem que ela, ao lado de outras empresas, propôs que fosse a mais correta. 

Denúncias

Após descumprir seguidamente os planos de investimentos na rede de distribuição de energia em Goiás e prestes a perder a concessão pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em dezembro de 2022 a Enel transferiu o controle da distribuição da energia em Goiás para a Equatorial Energia. 

No período em que a empresa atuou em Goiás, desde 2016, o governador Ronaldo Caiado denunciou diversas vezes a Enel pela falta dos investimentos previstos, do péssimo serviço prestado ao consumir goiano e ainda de travar o desenvolvimento do Estado.

A Enel afirma – por meio de nota – que enviou solicitações e sugestões técnicas para o processo de licitação: “A companhia solicitou mais prazo para apresentação de propostas de todos candidatos”.