Goiás tem 418 mil pessoas na extrema pobreza
Redação
Publicado em 8 de dezembro de 2022 às 14:36 | Atualizado há 2 anosO Banco Mundial, instituição financeira ligada à ONU, lançou o Relatório Pobreza e Prosperidade Compartilhada 2022. A proposta básica era atingir a meta de baixar a 3% a pobreza extrema até 2030. O relatório observa que mais de 3 bilhões de pessoas vivem com menos de US$ 6,85 por dia, a linha média de pobreza adotada por países de renda média alta. Depois de avanços ocorridos na redução da pobreza durante os cinco anos anteriores à pandemia, os mais pobres “claramente arcaram com os custos mais altos”.
O IBGE promoveu levantamento recente sobre as condições brasileiras e abre amplo espaço para Goiás. Em 2021, 3,5% da população goiana tinha rendimento domiciliar per capita inferior a US$ 1,9 por dia, ou seja, 252,2 mil pessoas estavam abaixo da linha da extrema pobreza. Em um cenário sem benefícios de programas sociais governamentais, 5,8% das pessoas estariam nessa faixa de rendimento, ou seja, em Goiás, haveria 418,2 mil pessoas na extrema pobreza.
O governador Ronaldo Caiado teceu considerações sobre programa social desenvolvido no Estado, em entrevista especial ao DM, feita no lançamento do livro do criador de gir leiteiro Amarildo Pires.
Em artigo em O Globo, Caiado também destaca a educação como ferramenta de combate à pobreza. Segundo o governador, a pobreza que “mata sem piedade” não pode ser tratada como “destino ou herança familiar”, o que exige do governante compromisso com o futuro, por meio da escola pública.
Autor de programas assistenciais reconhecidos nacionalmente, como o Mães de Goiás e o Aluguel Social, o governador tem tecido considerações acerca do combate à pobreza. Próximo de assumir seu segundo mandato, Caiado defende a ideia de que políticas de distribuição de renda não podem ser isoladas, mas associadas a investimentos em educação de qualidade, de forma a romper a condição de miséria e indigência que hoje assola 60 milhões de brasileiros.
Ele exige dos governantes compromissos com o futuro, por meio da escola pública. “Em Goiás, desde 2019, tomamos uma decisão: a escola pública é o principal investimento social, familiar, humano e comunitário do governo. Fazer uma escola pública eficiente que ensine e encoraje o aluno a construir o caminho da mudança dele e de sua família sempre foi, é e seguirá sendo nosso objetivo,” reforça.
Investimentos
Observa que a Secretaria da Educação já investiu mais de R$ 5 bilhões na rede estadual de ensino, valor destinado a reforma de unidades, troca de mobiliário, construção de laboratórios e entrega de notebooks, entre outras ações. O Estado é hoje vice-líder nacional do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica do ensino médio. Nas palavras do governador, Goiás tem “uma escola que garante ao aluno as mesmas condições da escola privada”.
Enfatizou que a verdadeira superação da pobreza é a garantia de autonomia do cidadão, por meio da escola: “Não se supera pobreza só aumentando transferência de renda. Supera-se a pobreza aumentando o desejo de conhecer e aprender de cada criança e adolescente. Supera-se a pobreza construindo, na confiança com a escola, a qualidade da educação em todos os municípios”. A estratégia é um dos principais pilares para os próximos quatro anos do gestor à frente do governo estadual.
No plano nacional, o presidente eleito Lula Inácio da Silva fala em combater a fome. Aliás, ele criou o Programa Fome Zero em governo anterior.
O Papa Francisco também demonstra preocupação com o tema. Abordando a guerra da Rússia contra a Ucrânia, ele disse: – Esta guerra me faz sofrer. Irmãos contra irmãos, mas não só isso. Pensar que em um século houve três guerras mundiais: 39-45, 14-18 e esta. Pensar que se não fossem feitas armas por um ano, a fome no mundo acabaria, pois acredito que seja a maior indústria.
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