Goiás

Justiça absolve PMs acusados de matar ex-lutador de MMA em surto

Marcela Rodrigues

Publicado em 20 de setembro de 2023 às 19:45 | Atualizado há 3 semanas

Os policiais militares Fabíola Cavalcante de Sousa e Robson Massaki Watanabe, que foram acusados de matar um ex-lutador de MMA durante uma abordagem, foram considerados inocentes pela Justiça.

O ocorrido, que aconteceu em agosto de 2022 no Setor Jardim América em Goiânia, foi registrado em um vídeo no qual José Carlos Alves Coimbra, de 49 anos e possivelmente em surto psicótico, foi alvejado pelos disparos.



De acordo com a decisão assinada pelo juiz Lourival Machado da Costa da 2ª Vara de Crimes Dolosos Contra a Vida, os policiais atiraram “com a finalidade de repelir a agressão injusta que partiu da vítima”.


Os acusados se dirigiram até o local dos fatos com a finalidade de conter a vítima, que aparentava estar vitimada por um surto agressivo, e já havia agredido outras pessoas e danificado um veículo, sem qualquer motivo aparente, conforme relato das testemunhas disse o juiz

O juiz justificou a decisão mencionando a desproporção do “porte físico avantajado da vítima” em relação aos acusados. Afirmou que cerca de dez pessoas tentaram conter e imobilizar José, mas sem sucesso. Completou dizendo que “embora a vítima estivesse desarmada, ainda assim, sua compleição física e seu estado emocional desequilibrado lhe proporcionava uma significativa vantagem de força física sobre os acusados”



		Justiça absolve PMs acusados de matar ex-lutador de MMA em surto
Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Nessa denúncia pelo crime de homicídio, o Ministério Público havia alegando que José sofria de uma doença psiquiátrica e estava sob medicação, embora houvesse indícios de que ele havia interrompido o tratamento. Durante a audiência, o policial Robson Massaki relatou que a vítima ameaçou os policiais após subir no capô da viatura.


Desceu da viatura, rodeou a viatura, aí foi na hora que ameaçou a gente. Falou que ia tomar a arma da gente e ia matar disse o policial

Ambos os policiais confirmaram ter disparado, resultando em dois tiros atingindo José.

Disparo para imobilizar

No momento dos disparos, o comandante do policiamento de Goiânia, coronel Durvalino Câmara, alegou que os militares agiram em legítima defesa, não estando preparados para lidar com a imobilização de um homem em surto psicótico.



		Justiça absolve PMs acusados de matar ex-lutador de MMA em surto
Foto: Reprodução

Explicou que disparar nos membros inferiores de uma pessoa em movimento é muito desafiador, e por isso os policiais não tentaram alvejá-lo nessa condição.

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