3º Domingo do Advento: o essencial é aprender a partilhar
Diário da Manhã
Publicado em 17 de dezembro de 2017 às 02:28 | Atualizado há 7 anosEssas quatro semanas de preparação que antecedem o natal, correspondem ao advento, por isso, somos convidados a vivenciar a fé nessa espera que é traduzida como esperança, alegria, fraternidade e ternura. É o maior acontecimento da História: “O Verbo se fez carne e habitou entre nós,” assumiu nossa humanidade, permanecendo na Sua condição divina, para ensinar aos homens que o significado da vida é o amor e a convivência na paz.
Neste terceiro domingo do advento é bom relembrarmos as pertinências dos festejos de Natal, tendo em vista a essencialidade deste período que é festejar o nascimento de Jesus. A preparação espiritual e religiosa existe para que as pessoas possam entender o Natal não apenas voltado às simbologias e comemorações festivas e comerciais, mas na compreensão de que Jesus é o centro desta data. Quando falamos do Natal sabemos que existe uma referência muito expressiva em relação à troca de presentes e deixado de lado o significado maior: a esperança que renova no Menino Jesus. Isto não significa deixar de presentear no Natal, ou se recusar a receber um presente, mas sim demonstrar que o presente é só um detalhe, o importante é sentarmos juntos, celebrarmos a amizade, a união, a gratidão e a esperança de dias melhores.
Tal esperança não é vazia, mas sim, fundamentada na concretização da promessa de salvação que se dá em Cristo Jesus. Dessa forma, a mensagem de esperança de transformação da humanidade só se realiza por meio do real significado do Advento em nossas famílias. Assim, reportamo-nos ao Evangelho de São Lucas 3. Lá encontramos a resposta de Jesus para as nossas ações no advento “Quem tem duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma,” e “quem tem mantimentos faça o mesmo” “Nada exijais além do que vos foi estabelecido.” “Não exerçais violência sobre ninguém, não denuncieis injustamente e contentai-vos com o vosso soldo.”
A persuasão de uma sociedade consumista, não pode nos deixar render ao que ela determina para o que se consome. Somos mais que consumo, somos mais que simples números de conta bancária, somos pessoas ligadas umas às outras, quer pela fé que professamos, quer pelo simples fato de sermos habitantes do mesmo planeta e de termos um mesmo Pai. A vida não é feita só de lucros e vaidades, a vida é feita de amor e comunhão. Aqui me reporto aos tantos abusos daqueles que perderam a noção de limites para culminar em episódios de violências das mais variadas formas. São atrocidades causadas pelo egoísmo e pela falta de fé. Devemos realizar uma verdadeira transformação da nossa vida no sentido de Deus. Pois o evangelho nos ensina que o essencial é aprender a partilhar; quebrar os esquemas de exploração e de imoralidade e proceder com justiça; renunciar à violência e à prepotência e respeitar absolutamente a dignidade dos nossos irmãos.
O terceiro domingo do advento é também voltado à figura de Maria, como discípula e missionária, pois ela acompanhou Jesus até o Calvário, acolhendo as pessoas, praticando a caridade. Da mesma forma, sabemos que Maria está sempre acompanhando os seus filhos na Igreja, intercedendo por nós junto a Jesus, como fez com a família das bodas de Caná. É sobre o papel que a Virgem Maria desempenhou, de mulher corajosa, forte, que soube ser mãe de Jesus e adotou a humanidade como filhos na graça, que faço o convite para a reflexão. Maria é mediadora de graças e está no meio de nós, ama-nos e, apesar de tudo, insiste em fazer caminho conosco e marcar a vida de todos os que querem acolher o se filho, Jesus, com alegria, bondade, oração e, sobretudo, a paz.
Que a alegria do advento esteja em nossos lares, em nossas famílias, em nosso trabalho, enfim, em nossa vida, para realizarmos o que Jesus propôs à humanidade, pois ele é o próprio amor.
(Célia Valadão, secretária Municipal de Políticas para as Mulheres, cantora e bacharel em Direito)
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