Opinião

A defesa de “meias polícias” em prol de um Estado seguro

Diário da Manhã

Publicado em 12 de novembro de 2015 às 23:03 | Atualizado há 9 anos

A matéria veiculada no dia 12 de novembro de 2015, na página 05, editoria de Política e Justiça, do Jornal Diário da Manhã, ano 35, nº 10.263 demonstra claramente a luta que nós, policiais militares enfrentamos com o ataque diário daqueles que acreditam deter o poder de persuasão da massa.

A notícia exposta somente nesta quinta-feira retrata uma audiência pública, que aconteceu no dia 16 de outubro de 2015, quase um mês após o evento. Além disso, o jornalista Renato Dias faz uma comparação infeliz com a Ditadura Militar, porém, ainda vivemos uma Ditadura, a do crime!

São eles contra nós, são eles ditando regras, falando a que hora devemos sair ou entrar em nossas casas, que imóvel ou veículo devemos ter para o risco de um assalto diminuir. Não pode-se negar as consequências dos anos de chumbo, mas infelizmente este evento só mudou de nome e de personagem principal.

No texto também veicula como fonte o Delegado Fábio Vilela, que como um conhecedor do Direito deveria se basear no sentido real do Ciclo Completo de Polícia. Este sistema consiste na atuação plena das instituições policiais, isto é atuar na prevenção, na repressão e na investigação. Esse é o modelo adotado na Europa, América do Norte e América do Sul.

Diferente do exposto pelo Delegado, diversos países como França, Itália, Espanha, Portugal, Argentina e outros tantos que possuem uma democracia consolidada, contam com a Polícia Militar e atuam com o ciclo completo, deixando claro que àqueles que foram presos não foram encaminhados para quartéis, como supõe Fábio Vilela.

Com a inclusão do Ciclo Completo a PM não deixaria de atuar nas ruas, pelo contrário, permanecerá mais tempo nas ruas patrulhando, pois atualmente perde inúmeras horas em deslocamentos ou permanência nas delegacias para lavrar um simples termo circunstanciado de ocorrência. Com a adoção deste modelo a ação policial ocorreria no local que aconteceu a infração, liberando o efetivo com rapidez e eficiência, retornando às atividades de policiamento.

Atualmente as Delegacias encontram-se sempre lotadas, muitos usuários relatam que aguardam até seis horas ou mais por um atendimento, em que muitas vezes é desencorajado pela fila de espera ou pela ineficácia de solucionar o caso. Ao senhor Delegado, os policiais militares continuarão nas ruas e não dentro de Batalhões da PM, situação que ocorre a cada dia com mais frequência, já que o efetivo é diminuto.

É colocado em pauta também sobre o aumento da população carcerária. Ora, se este for o motivo há de se pensar em extinguir qualquer polícia, já que não há vaga para mais nenhum ser humano nos estabelecimentos prisionais, implantando um verdadeiro caos.

A realidade do fato é que defender a “meia polícia” não demonstra que este é o caminho correto a seguir. Nós, enquanto cidadãos, procuramos agilidade em um momento de dificuldade, já que após um evento que nos leve à Delegacia já estamos psicologicamente abalados. Queremos também que a viatura retorne o mais rápido possível para as ruas, não ficando presas por várias horas, aguardando que os delegados recebam os presos e que façam os procedimentos legais.

Vale lembrar que não é pela atuação isolada de uma autoridade é que se garante um direito, relembrando do velho ditado: “a união faz a força”. Esta é uma luta entre duas forças essenciais, onde desmerecer uma ou outra é perder tempo, temos que nos conscientizar que todos são importantes nesse processo e que os rumores do fim da Polícia Civil estão anulados.

Com a implantação do Ciclo Completo, a Polícia Judiciária, que já exerce suas atividades com maestria, irá se dedicar com exclusividade nos delitos de maiores potenciais ofensivos, o que é um avanço.

“Só conquistaremos e manteremos nossos direitos se pensarmos e agirmos enquanto UNIDADE. Somos filhos de uma só sociedade”.

Subtenente Cláudio  é presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos PM e BM do Estado de Goiás (ASSEGO)

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