A ética e o político
Diário da Manhã
Publicado em 20 de outubro de 2018 às 01:20 | Atualizado há 6 anosNa cabeça dos estudiosos deste assunto, a ética pode ser reconhecida como a ciência prática que revela a maldade ou bondade moral inerentes às atividades do político consciente, das quais o parlamentar é sujeito, pelo menos durante o exercício do mandato. Ética e político, na atual conjuntura, são práticas e conceitos que não se completam, são antagônicos. Na verdade, a ética e o político se diferenciam, por serem atributos dissociáveis, na medida em que o político nem sempre conduz o seu mandato dentro dos princípios da ética e da moral. Aquele político que não assume uma conduta ética, perde a moral, e dificilmente será bem sucedido nas suas atividades.
O país passa por uma profunda crise moral que atinge em cheio os poderes Executivo, Legislativo e até o Judiciário, logo este que tem a obrigação maior de dar os mais expressivos exemplos de seriedade, de austeridade e de patriotismo. A verdade é que falta ética e seriedade na administração pública. As consequências disso são manifestadas nas inúmeras ocorrências criminosas nas ações de legislar em causa própria ou no malfadado costume do empreguismo sem concurso. Com isso, a missão do político de representante do povo passa ser, infelizmente, de defensor do interesse próprio ou de grupos, sem que haja nenhuma manifestação concreta contra essa malfadada prática política.
O modelo político praticado no Brasil, na medida em que se valem do egoísmo, do materialismo e do desrespeito ao próximo, prejudica as relações interpessoais, as quais produzem o elemento determinante de todas as outras dimensões da vida em comunidade, quer seja da cidadania, da política, da cultura, da religiosidade e outras. Nesse caso, oportunizando-se na iniquidade social, nas acomodações e nas fugas das questões morais e éticas. A partir daí, o suborno se incorpora como inevitável, os oportunistas abandonam os princípios éticos e se tornam verdadeiros instrumentos de corrupção. A sociedade, visivelmente contaminada pelos valores ante éticos e amorais, passa a conviver com as práticas fraudulentas, corruptas, corruptoras e de outros comportamentos que aviltam moralmente o político e o cidadão comum.
O Rotary, como uma organização que prima pela ética como um princípio que não pode ter fim, trabalha, no mundo inteiro, na tentativa de contribuir na construção de um mundo melhor, onde haja paz nas famílias e entre as nações. Os rotarianos, homens e mulheres, voluntários para o servir, lutam pela construção de uma sociedade justa, fundada no direito e na justiça social. Lutam também, a favor de todos que agem dentro do processo ético, como único caminho para uma sociedade próspera, humana, não egoísta e profundamente focada no equilíbrio social e na solidariedade entre os seres humanos. Para que isso realmente aconteça, é necessário que políticos e cidadãos comuns ajam dentro dos princípios da ética, da moral e dos bons costumes.
(Gercy Joaquim Camêlo, coronel da Reserva Remunerada da Polícia Militar de Goiás e governador do Rotary International, Distrito 4530, Gestão 21012-13)
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