A luta pela conscientização
Diário da Manhã
Publicado em 26 de março de 2018 às 23:33 | Atualizado há 7 anosPrecisamos falar sobre um assunto que é vital para todos nós, e primordial para o estado de Goiás, a preservação e recuperação das nascentes da bacia do Rio Araguaia. Isso se faz urgente e necessário.
A crise hídrica vem se aproximando e a situação de seca não é mais uma exclusividade da região Nordeste do país. No ano passado vimos aqui o nosso Araguaia sofrer muito no período de seca.
A Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia corresponde a 10,8% do território brasileiro, abrangendo seis estados: Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão, Mato Grosso e Distrito Federal. Na Região, estão presentes os biomas Floresta Amazônica, ao norte e noroeste, e Cerrado nas demais áreas, e toda essa extensão está sendo ameaçada pela ação irresponsável do homem.
Tínhamos o hábito de falar que a água era um bem sem fim, que não ia acabar, mas pelo que estamos presenciando está ficando cada vez mais escassa. Segundo o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2017, mais de 80% das águas residuais são despejadas no meio ambiente sem tratamento adequado, causando impactos negativos na saúde humana, na produtividade econômica, na qualidade das águas doces e nos ecossistemas.
Atualmente 9,1 toneladas de esgoto são geradas por dia, 45% da população não possui tratamento de esgotos e 55% possui esgotamento sanitário adequado.??Segundo o estudo da Agência Nacional de Águas (ANA) realizado em parceria com a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, mais de 110 mil km de trechos de rio estão com a qualidade comprometida devido ao excesso de carga orgânica, sendo que em 83.450 km não é mais permitida a captação para abastecimento público devido à poluição e em 27.040 km a captação pode ser feita, mas requer tratamento avançado. Já passou da hora de nos preocuparmos, e audiências públicas e ações são urgentes.
No fórum mundial da água que aconteceu recentemente em Brasília foi debatido amplamente esse assunto, e lançado o Relatório Mundial de recursos hídricos de 2018 que aponta a necessidade de investir na natureza para salvar os rios e nascentes.
De acordo com o relatório, as soluções baseadas na natureza apoiam a “economia circular”, aquela considerada restauradora e regenerativa, que busca reduzir os desperdícios e evitar a poluição, inclusive por meio do reuso e da reciclagem. Além disso, a tecnologia apoia os conceitos de crescimento verde e de economia verde, que promovem o uso sustentável dos recursos naturais e aproveitam os processos naturais como fundamento das economias.
Temos ainda um desafio e necessidade de estudos profundos e alternativas em relação à qualidade da água. Desde a década de 1990, a poluição hídrica piorou em quase todos os rios da América Latina, da África e da Ásia. A deterioração da qualidade da água se ampliará ainda mais durante as próximas décadas, o que aumentará as ameaças à saúde humana, ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável.
Neste mês de março realizamos em Santa Rita do Araguaia uma audiência pública para tratar dos desafios para a preservação e recuperação da nascente do rio que corta nosso estado. Tivemos a presença dos que se envolvem, preservam, o que mais precisamos agora é da presença e ação de todos.
A água é sinônimo de vida e não podemos ir nos matando aos poucos! Temos dois grandes desafios: A boa utilização da água, e a reutilização da água. No parlamento já apresentei vários projetos sobre esse assunto que tanto me preocupa, mas precisamos da sua mobilização, da sua ação, conscientização.
(Francisco Jr., deputado estadual)
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