Opinião

A tecnologia e o desenvolvimento do setor de saúde no Brasil

Diário da Manhã

Publicado em 16 de fevereiro de 2016 às 22:41 | Atualizado há 9 anos

É verdade que o ano de 2016 ainda é uma incógnita para muitos mercados. Mais do que expectativa, parece que vivemos um janeiro de apreensão. Estas incertezas dão a impressão de que 2015 ainda não acabou. O ano passado não se confirmou com o crescimento que se esperava em anos anteriores. No ramo da saúde não foi tão diferente disso. Mas, apesar de tudo, algumas previsões são positivas para determinados segmentos especializados deste mercado.

Exemplo disso é a tecnologia aplicada à saúde. Estamos falando de um segmento que possui uma relação muito particular com a área da saúde. Os profissionais da Tecnologia da Informação já entenderam as necessidades e os desafios do setor da saúde e, provavelmente, o maior deles, no momento, seja mesclar dois fatores muito distintos. Sob determinados prismas, até mesmo antagônicos! Aumentar o volume de atendimentos (quantitativo) maximizando a segurança (qualitativo).

Não é exatamente uma novidade, mas, ao que parece, a tecnologia nunca esteve tão presente no segmento da saúde como passará a estar neste ano e nos que se seguirem. E em várias áreas deste mercado.

Tem-se a impressão que o crescimento está se desenhando em progressões geométricas, passando pela edição e segmentação de genes e indo até a ferramentas de gestão especializada, além do estreitamento na comunicação dos profissionais – vários deles, não apenas os médicos – com os pacientes e demais usuários do sistema, através de aplicativos, etc. E esta comunicação não é apenas aquela que permite o agendamento e/ou cancelamento de consultas. É muito mais do que isto.

O próprio relatório anual da Pricewaterhouse Coopers, divulgado em dezembro passado, cita esta tecnologia como uma forte tendência do cuidado com a saúde “na palma da mão”.

Se já é possível até mesmo realizar cirurgias remotamente, porque não seria fazê-lo com consultas médicas? E, assim procedendo, fica claro concluir que a consulta a distância deva ser difundida em larga escala. Afinal, trata-se de um mercado que movimenta cifras importantes no qual a rentabilidade é sim desejada, e, em que pesem as críticas a este respeito, trata-se de um caminho sem volta.

Mas vale ressaltar que a consulta remota é apenas uma das novidades que deveremos conhecer em breve. Muitas outras deverão aparecer. A tecnologia já não é mais uma tendência na saúde é, sim, uma realidade fortemente ocupada do planejamento com foco no resultado. E, como em qualquer outro ramo de negócios, a competitividade acirrada gera novidades em busca do melhor resultado.

Mas, como dito acima, a tecnologia deverá ser cada vez mais aplicada no mercado da saúde, em diversas vertentes. O aumento do custo com internações e medicamentos (que no ano de 2015 alcançou verdadeiros recordes), dentre outros fatores, deve aumentar o interesse da indústria pela melhor qualificação das informações extraídas a partir do cruzamento de diversas bases de dados, com a finalidade de permitir tomadas de decisão mais precisas por parte dos players.

De olho nisso, estudo especializado no setor, o Global health’s new entrans aponta que países em desenvolvimento são mais carentes de inovações tecnológicas e suscetíveis de mudança. Ou seja, estas nações entendem e aceitam que precisam romper com paradigmas na busca da melhoria do sistema que, em sua maioria, se mostra falido e incapaz de apresentar soluções a suas próprias demandas. Claro que esta realidade desencadeia outros desafios, como o enfrentamento da regulação em países tradicionalmente rígidos, caso do Brasil. Mas este é outro caso em que a especialização deve impulsionar o desenvolvimento.

 

(Emerson Corazza da Cruz, advogado, membro do Task Force da Saúde e sócio do escritório Augusto Grellert Advogados Associados)

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