Aedes aegypti e a espécie humana no controle biológico

O mosquito Aedes aegypti já foi identificado e catalogado pelos cientistas há muitas décadas. Mas o que impressiona, é sua capacidade de tornar-se cada vez mais perigoso para a humanidade, nos surpreendendo sempre com uma nova doença, demonstrando nossa vulnerabilidade.

É fato que todos os seres vivos evoluem ao longo do tempo, permitindo a sobrevivência das espécies. Porém, a evolução deste mosquito em especial, tem se tornado alvo de preocupações e estudos em várias nações. É assustador que apenas um mosquito possa transmitir tantas doenças. Hoje já sabemos que a dengue se divide em quatro tipos, além da transmissão da Chikungunya e Zika.

No início tivemos muitos receios quando descobriu que o mosquito era o vetor da dengue, os índices foram aumentando e a doença se agravando cada vez mais, gerando assim, um estado de alerta que nos atormenta até os dias atuais. Porém, os casos de microcefalia provenientes da contaminação da Zika vírus, demonstraram o quanto a espécie humana tem se tornado frágil, e acima de tudo, o quanto falhamos no combate ao mosquito.

É assustador pensar que nossas gerações estão ameaçadas a um mosquito de apenas 1 centímetro, cuja proliferação ocorre por nossas próprias mãos. Aliás, o Aedes aegypti só se tornou o que é hoje, graças a nossa irresponsabilidade com a falta de higienização no descarte inadequado dos lixos e entulhos por nós produzidos. Sendo assim, podemos dizer que estamos colhendo o que plantamos? A única certeza que existe é de que essas crianças expostas a síndrome congênita do vírus Zika, não podem sofrer por nossas consequências, e que já está mais que na hora dos Homo sapiens fazerem jus a característica de espécie racional e começarem a cuidar melhor deste planeta que chamamos de casa.

(Juliene de Brito Ferreira, bióloga. E-mail: [email protected])