Aos prefeitáveis com carinho!
Diário da Manhã
Publicado em 24 de fevereiro de 2016 às 00:12 | Atualizado há 9 anosA Capital do Cerrado que dormiu por muitos anos, sob a quietude plena das remanescentes guarirobas e sob o olhar inerte do Bandeirante da Praça, de repente foi acordada pela violência urbana que vitima goianos à luz do dia. Enquanto isso, governos parecem dormir sobre a sombra da impunidade eterna. A cidade das flores que, outrora, exalava o olor poético pelas ruas tranquilas, atualmente exala o odor fétido dos córregos que, em tão pouco tempo transformaram-se em lama de fezes, cuja origem está na fonte da falta de políticas ambientais.
O transporte público continua enricando empresários, enquanto o povo é transportado como feras em direção ao matadouro, os terminais de ônibus assemelham-se mais a currais de gados indomáveis, devido à indignidade humana para com os usuários que, sofrem diariamente com a super lotação dos coletivos, a demora dos ônibus, o empurra, empurra nos terminais, e como se isso, não bastasse, nos últimos meses, os usuários do transporte coletivo de Goiânia, e entorno,têm sido vítimas constantes da violência, que, infelizmente, também chegou aos terminais e dentro dos ônibus, pois muitos passageiros têm sido vítimas de assaltantes e de ladrões. Recentemente no Terminal da Praça A, um usuário do transporte coletivo, infelizmente, foi morto por um bandido. Talvez, somente os administradores públicos, ou por falta de visão administrativa, ou por conivência com os empresários do transporte coletivo, não se deram conta de que, uma cidade como Goiânia, já deveria de há muito contar com um metrô, a fim de atender a grande população de Goiânia e das cidades circunvizinhas.
Goiânia, uma cidade planejada para cinqüenta mil habitantes, no entanto, hoje, chega á casa de quase um milhão e meio, esse crescimento acelerado fez que com a cidade apresentasse os problemas típicos de uma cidade grande, tais como: trânsito caótico: motoristas mal educados, sinalização sem sincronização, “indústria da multa”, poucos viadutos, poucos corredores de ônibus, ruas e avenidas escuras, asfaltos esburacados e com poucas manutenções, tudo isso, contribui para que o trânsito da nossa capital fique amarrado, e além do mais, no período chuvoso, o trânsito de Goiânia parece retroceder aos anos cinqüenta.
Nós, goianienses, somos privilegiados, pois, Goiânia, é possuidora de grandes vultos da cultura: professores, sertanistas, indianistas, escritores, jornalistas, repórteres, poetas, pintores, escultores, músicos, atores, cantores, pianistas, teatrólogos, e tantos artistas nas mais variadas artes, mas, infelizmente, ainda somos carentes de mais bibliotecas públicas, para incentivar a prática do estudo e da leitura, como também a divulgação dos nossos artistas e de todos aqueles que, de uma forma ou de outra, contribuíram e contribuem para o enriquecimento cultural da nossa gente e a preservação das nossas raízes. Os investimentos destinados a cultura goianiense ainda não passam de quantias irrisórias.
E, para finalizar, a saúde pública sofre com o descaso do poder público, pois, falta atendimento nos hospitais , nos cais e nos postos de saúde. A educação, ainda sofre com a desvalorização do Professor e do servidor público, pois, eles são sempre os “bodes expiatórios”, por toda a inoperância do poder público. Entendemos que, a segurança pública é outro grande desafio para o próximo prefeito de Goiânia, que, em conjunto com o Estado e com a população, devem somar esforços contínuos para a diminuição da violência em nossa querida Goiânia. Esperamos que, num futuro breve, Goiânia volte a ser a cidade das flores, das luzes, das cores, da limpeza urbana impecável, da paz e de um trânsito mais calmo e mais respeitoso. Por outro lado, a alegria contagiante do goianiense vai se transformando na esperança de dias melhores. Obrigado!
(Giovani Ribeiro Alves, professor de Filosofia na Rede Pública Estadual em Goiânia, escritor, membro da Associação Goiana de Imprensa, professor no Ibicamp (Instituto Bíblico de Campinas), articulista do Diário da Manhã e goianiense de coração e alma)
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