Árvore de Natal com gorjeio dos pássaros
Diário da Manhã
Publicado em 20 de dezembro de 2017 às 22:09 | Atualizado há 7 anosEm outubro próximo passado estive na bela cidade mineira de Poços de Caldas, e, na portaria do hotel em que hospedei, havia uma gaiola onde os passarinhos cantavam como se estivessem dando boas-vindas aos que chegavam e desejando boa viagem aos que saiam.
O cantar dos pássaros fez lembrar-me de uma canção sertaneja dos famosos cantores e compositores Raul Torres e Florêncio, de saudosa memória, cujos versos assim diziam:
Passarinho prisioneiro
Canta triste na gaiola.
Canta, canta, dia inteiro,
Seu cantar é que lhe consola.
Naquele momento, desejei armar neste Natal uma árvore dentro do meu coração. Em cada galho colocaria um pássaro que, por desventura, estivesse numa gaiola. Poderia ser um canário belga, um roxinol, um João de Barro, um pássaro preto, um bicudo, um tizio, um tico-tico, um periquito, uma araponga, um sabiá, um bem-te-vi, uma garrinchinha, um papagaio, uma arara, um uirapuru, uma rolinha, um curió, uma juriti.
Na última e mais forte dos galhos ficaria um uirapuru, que seria o maestro a reger a primeira orquestra, e todo o passaredo se punha, em solene festejo natalino, a cantar parabéns ao Senhor Jesus Cristo, pela passagem de seu aniversário e desejando feliz ano novo para todos e principalmente aqueles que prometessem nunca mais fazer uma gaiola. E assim, no dizer de um escritor goiano, autor dos livros “Crepúsculo Vivo” e “História da Terra Branca”, haveria “a liberdade que faz cantar o pássaro livre, não apenas para mim, senão o canto seria triste como um pranto nas gaiolas cheias de alpiste”.
(Salomão Jorge, ex-gerente da Caixego, mestre instalado da Loja Maçônica Ordem e Progresso – Goiânia – GO)
]]>