Opinião

As férias chegaram, hora de redobrar a atenção com as crianças

Diário da Manhã

Publicado em 1 de julho de 2017 às 00:04 | Atualizado há 8 anos

Che­ga­ram os di­as tão so­nha­dos por to­das as cri­an­ças: as fé­rias, pe­rí­o­do em que au­men­tam as le­sões não in­ten­ci­o­nais. Os cui­da­dos são sim­ples, mas de­vem ser re­do­bra­dos, pois as cri­an­ças se co­lo­cam, a ca­da ins­tan­te, em no­vas si­tu­a­ções de ris­co. Os pa­is, fa­mi­lia­res e cui­da­do­res de­vem es­tar aten­tos pa­ra atu­a­rem pre­ve­nin­do os aci­den­tes, pois as cri­an­ças es­tão car­re­ga­das de ener­gia e, nes­se mo­men­to, sen­tem-se po­de­ro­sas e acham que na­da po­de­rá acon­te­cer.

Em dé­ca­das re­cen­tes, do­en­ças ad­qui­ri­das co­mo des­nu­tri­ção, di­ar­reia, pneu­mo­nia, sa­ram­po e té­ta­no eram as prin­ci­pa­is cau­sas de mor­te e in­ca­pa­ci­da­de em cri­an­ças, mas ho­je são os trau­mas de di­ver­sas cau­sas, des­ta­can­do-se os aci­den­tes au­to­mo­bi­lís­ti­cos. Con­sci­en­te dis­so, a Uni­da­de de Pe­di­a­tria do HU­GOL con­tri­bui com um aten­di­men­to de ur­gên­cia e emer­gên­cia de­di­ca­do às cri­an­ças e aos ado­les­cen­tes ví­ti­mas de trau­mas, pos­su­in­do 10 lei­tos em Uni­da­de de Te­ra­pia In­ten­si­va – UTI e 10 lei­tos em en­fer­ma­ria pa­ra es­te fim.

Com­pa­ran­do os mes­es de fé­rias es­co­la­res, per­ce­be­mos um au­men­to de 205% de ju­lho de 2015 (99) pa­ra ju­lho de 2016 (302), 123% de de­zem­bro de 2015 (196) pa­ra de­zem­bro de 2016 (439) e 108% de ja­nei­ro de 2016 (207) pa­ra ja­nei­ro de 2017 (430) nos aten­di­men­tos de ur­gên­cia e emer­gên­cia a cri­an­ças, com ida­de de 0 a 12 anos in­com­ple­tos.

A pre­ven­ção é im­por­tan­te, pois as cri­an­ças po­dem fi­car com se­que­las fí­si­cas e cog­ni­ti­vas a vi­da to­da, di­fi­cul­tan­do o apren­di­za­do. É ne­ces­sá­rio que se ve­ja a ida­de de ca­da cri­an­ça pa­ra ve­ri­fi­car qua­is são os cui­da­dos a se­rem to­ma­dos. No HU­GOL ve­mos que o trân­si­to é res­pon­sá­vel pe­la mai­or quan­ti­da­de de mor­tes e fe­ri­men­tos gra­ves, por­tan­to, é mui­to im­por­tan­te que seu fi­lho se­ja con­du­zi­do de for­ma cor­re­ta e se­gu­ra no au­to­mó­vel, uti­li­zan­do as­sen­tos com se­gu­ran­ça, sem­pre no ban­co tra­sei­ro. Ao che­gar em ca­sa ou em ou­tros lu­ga­res, ve­ri­fi­car os vá­rios fa­to­res que po­dem es­tar re­la­ci­o­na­dos a uma fre­quên­cia mai­or de trau­mas: pe­que­nas di­men­sões, ilu­mi­na­ção de­fi­cien­te, mó­veis ou ob­je­tos pon­ti­a­gu­dos, pi­so es­cor­re­ga­dio, to­ma­das elé­tri­cas sem pro­te­ção (ou mal pro­te­gi­das), au­sên­cia de pro­te­ção pa­ra a cri­an­ça, co­mo cor­ri­mão na es­ca­da, pas­sa­dei­ra des­li­zan­te, ob­je­tos que po­dem cau­sar da­nos: mar­te­lo, ser­ro­te, ali­ca­te, fu­ra­dei­ra, fa­ca, es­pe­to de chur­ras­co etc.

As que­das são ou­tro ris­co imi­nen­te, pois as cri­an­ças que­rem cor­rer nas es­ca­das, su­bir em me­sas e ár­vo­res, an­dar de bi­ci­cle­tas, ska­te etc. Que­ren­do ba­ru­lho li­gam o apa­re­lho de som, sem con­fe­rir se há fi­os elé­tri­cos sol­tos e sem pro­te­ção. Ao te­rem fo­me, re­do­bre os cui­da­dos com ob­je­tos cor­tan­tes, pe­que­nos ou pon­ti­a­gu­dos e com o fo­gão; to­dos que­rem um chur­ras­co, mas há um gran­de ris­co, pois po­dem ocor­rer quei­ma­du­ras com ál­co­ol e que­da da chur­ras­quei­ra, po­den­do cau­sar fra­tu­ras ós­se­as. Até que, fi­nal­men­te, que­rem dor­mir, quan­do co­ber­to­res pe­sa­dos e tra­ves­sei­ros fo­fos de­vem ser evi­ta­dos, pe­lo ris­co de su­fo­ca­men­to. Quan­do es­tão em am­bi­en­te di­fe­ren­te, que­rem ex­plo­rar e co­nhe­cer tu­do, ha­ven­do ris­co com pro­du­tos de lim­pe­za, re­mé­di­os, fi­os, cor­dões, fós­fo­ro, is­quei­ro e sa­cos plás­ti­cos, que de­vem ser co­lo­ca­dos em lo­ca­is de di­fí­cil aces­so.

Pa­ra com­ple­tar a ale­gria, há pis­ci­nas, bal­des e ba­cias, o que é mo­ti­vo de gran­de pre­o­cu­pa­ção, prin­ci­pal­men­te se há cri­an­ças abai­xo de 4 anos, pois o aci­den­te por sub­mer­são, co­nhe­ci­do co­mo afo­ga­men­to, den­tre as cau­sas ex­ter­nas é um dos prin­ci­pa­is res­pon­sá­veis por óbi­tos ou se­que­las gra­vís­si­mas. No am­bi­en­te do­més­ti­co, os lo­ca­is de mai­or ris­co são, em im­por­tân­cia de­cres­cen­te: co­zi­nha, ba­nhei­ro, es­ca­da, quin­tal, sa­la e quar­to. Pa­ra ca­da um dos cô­mo­dos do am­bi­en­te do­més­ti­co, da­das as su­as pe­cu­li­a­ri­da­des, ocor­rem al­guns aci­den­tes com mai­or fre­quên­cia. É im­por­tan­te ana­li­sar, do pon­to de vis­ta da se­gu­ran­ça, to­dos os cô­mo­dos em se­pa­ra­do.

 

(Dr. Elí­sio de Cas­tro, su­per­vi­sor mé­di­co da Pe­di­a­tria do Hugol)

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