Associação de combate ao câncer em Goiás: uma referência em oncologia
Diário da Manhã
Publicado em 29 de junho de 2017 às 23:05 | Atualizado há 8 anosA Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG), com mais de 60 anos de existência, através do Hospital Araújo Jorge, da Unidade Oncológica de Anápolis e do Instituto de Ensino e Pesquisa, conseguiu mudar a história de vida de muitas pessoas, com o tratamento de alto nível na área da cancerologia. Isso fez e faz com que a ACCG se tornasse uma referência em saúde oncológica no Brasil.
A Instituição é privada, de caráter filantrópico, ou seja, sem fins lucrativos, por isso, seu atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) deve corresponder a, no mínimo, 60% do número total de pacientes. Mas em muitos serviços esse número é superior aos 85%, travando, dessa forma, uma verdadeira luta contra o câncer.
A ACCG tem como missão promover a assistência, o ensino e a pesquisa em cancerologia. Sua meta é chegar entre as três organizações de saúde mais eficientes e enxutas do estado de Goiás até o final de 2019. Os seus valores são: gestão transparente e sustentável; assistência integral, segura e individualizada; eficiência e zero desperdício; valorização e desenvolvimento das pessoas; comprometimento com a cultura institucional.
Em 2016, a ACCG apresentou um desempenho satisfatório, com números surpreendentes. Senão vejamos: realizou mais de um milhão de procedimentos; mais de 165 mil consultas ambulatoriais; mais de 46 mil pacientes atendidos; mais de 79 mil doses de quimioterapia; mais de 278 mil aplicações de Radioterapia; mais de 12 mil cirurgias; e mais de 602 mil refeições servidas
Inaugurado como Fundação Hospital do Câncer de Goiânia, em março de 1967, mais tarde, recebeu o nome de Hospital Araújo Jorge (HAJ), em homenagem ao seu fundador, Dr. Alberto Augusto de Araújo Jorge. O HAJ é a primeira e maior unidade operacional da ACCG e o único centro especializado no tratamento e combate a todos os tipos de cânceres em Goiás e região Centro-Oeste, por isso, pela qualidade do trabalho que realiza, é reconhecido nacional e internacionalmente.
O HAJ está no grupo dos maiores e melhores hospitais brasileiros especializados em cancerologia, atendendo pacientes de todas as idades e de diversas regiões, notadamente Norte e Nordeste (Acre, Pará, Rondônia, Tocantins, Bahia).
Recentemente, a unidade mantida pela ACCG, foi destaque em quesitos importantes de tratamento oncológico de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), apresentados na última assembleia da Associação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Combate ao Câncer (Abificc), realizada em São Paulo, no final de maio, na sede da entidade.
De acordo com um Relatório Administrativo da gestão da Abificc – que reúne 27 instituições no país e é responsável por uma parcela grande de atendimentos em quimioterapias, radioterapias, braquiterapias, internações e cirurgias oncológicas pelo SUS no país – o Hospital Araújo Jorge faz 81,5% das cirurgias de alta complexidade do Estado. Em números absolutos é a maior quantidade de cirurgias no Brasil. Em quantidade de cirurgias feitas do código 16, de alta complexidade, atingiu o patamar de 3.913, seguido pelo Hospital do Câncer de Barretos, que está em segundo, com 3.794.
Unidade Oncológica de Anápolis
Desde 20 de dezembro de 1994, a Unidade Oncológica de Anápolis (UOA) oferece atendimento de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer a pacientes de Anápolis e todo norte do estado.
Estabelecida na cidade de Anápolis e numa localização privilegiada, o atendimento da unidade abrange aproximadamente 59 municípios do Estado de Goiás e diversos outros Estados brasileiros e, além do atendimento médico, todos os pacientes dispõem dos serviços de uma equipe multiprofissional, como serviço social, corpo de enfermagem, psicologia, odontologia, fonoaudiologia e outros atendimentos.
A unidade ambulatorial realiza diversos procedimentos hospitalares, dentre eles, esses estão as consultas, as cirurgias de pequeno porte, as aplicações de radioterapia, as sessões de quimioterapia, os exames radiológicos, citológicos e laboratoriais.
Instituto de Ensino e Pesquisa
O Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) desenvolve ações e projetos que visam o aprendizado e conhecimento na área da oncologia, oferecendo estágios, residências, especializações, cursos de pós-graduação e eventos científicos; e preparando profissionais da saúde para o mercado de trabalho, através de diversos cursos, treinamentos e participação em estudos clínicos e publicação de artigos científicos.
Um pouco de história
Em 20 de janeiro de 1956, é concretizado o sonho do médico alagoano Dr. Alberto Augusto de Araújo Jorge: a fundação da Associação de Combate ao Câncer em Goiás, a ACCG. A iniciativa teve o apoio de um grupo de médicos e do Rotary Clube de Goiânia. Nestes primeiros anos, a ACCG funcionava em um pavilhão cedido pela Santa Casa de Misericórdia, onde realizava precariamente o atendimento oncológico. Em 1959, é iniciada a construção da primeira unidade da ACCG, o Hospital do Câncer de Goiânia, no Setor Universitário.
No fim da década de 50, o sistema de saúde em Goiás resumia-se a quatro hospitais recém-fundados (Hospital Santa Luiza, Hospital São Lucas, Hospital Santa Helena e Hospital das Clínicas), mas a cura da grande maioria das chamadas “moléstias” ainda era buscada através da crença religiosa. A disputa entre medicina e curandeirismo era um obstáculo real ao desenvolvimento da medicina. O próprio Dr. Araújo Jorge descreveu, em carta de 1961, endereçada ao então governador do estado, como os pacientes resistiam ao tratamento médico:
“Excelência, traçaremos o caminho geralmente percorrido pelo doente do interior, a fim de que possamos ter uma ideia de como chega o doente em nosso Centro. Ele procura: 1º Raizeiro, 2º Curandeiro, 3º Sessão espírita, 4º Farmacêutico, 5º Médico do interior, e, 6º, a Associação de Combate ao Câncer em Goiás.”
À época, a ignorância despontava como o principal fator dessa relutância, mas havia também, especialmente em Goiás, a falta de médicos. Até meados do século XX, a maioria dos profissionais que se formavam optava por se manter nas regiões litorâneas, onde a facilidade de trabalho e a remuneração lhes pareciam mais compensadoras.
Isso contribuía para a atuante prática da medicina popular, inclusive no tratamento contra o câncer. Além disso, os cuidados com a saúde dos goianos passavam, necessariamente, pela filantropia. Mais ainda pelo cunho filantrópico religioso: a caridade. As pessoas eram atendidas pelas instituições e médicos filantropos, como a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia.
Em março de 1967, a ACCG inaugura a Fundação Hospital do Câncer de Goiânia. Após uma década de trabalho intenso, o presidente da ACCG, Dr. Araújo Jorge, realiza mais um sonho: o funcionamento de uma unidade hospitalar especializada no tratamento oncológico, e que seria acessível à população carente. Naquele ano nascia a primeira e mais antiga unidade da ACCG e que, ao longo de sua história, se tornou referência nacional no combate ao câncer. Em 1977, a ACCG prestou uma homenagem ao criador da Instituição, o médico alagoano Dr. Alberto Augusto de Araújo Jorge, transferindo o nome da unidade de Hospital do Câncer de Goiânia para Hospital Araújo Jorge.
Em 1968, a ACCG cria sua segunda unidade operacional, o Centro de Estudos do Hospital do Câncer, unidade voltada para estudos e pesquisas na área oncológica. Atualmente a unidade tem o nome de Instituto de Ensino e Pesquisa, sendo responsável pelo aprimoramento técnico-científico dos seus profissionais e dos profissionais da área de saúde, promovendo cursos como Residência Médica em Cancerologia e Residência em Enfermagem Oncológica.
Em 1994, foi inaugurada Unidade Oncológica de Anápolis, de diagnóstico e tratamento, criada para atender pacientes de Anápolis e região Norte de Goiás. Já em 1998, a ACCG inaugurou a ampliação do Hospital Araújo Jorge. O novo prédio de quatro andares possibilitou um aumento da capacidade de atendimento da unidade de aproximadamente 60%, em seis mil metros quadrados de área construída.
O Setor de Radioterapia do Hospital Araújo Jorge adquire no ano de 1987 o primeiro acelerador linear, equipamento responsável por realizar as sessões de radioterapia. Ainda no ano de 2000 o Setor de Radioterapia do HAJ adquiriu o equipamento de braquiterapia de alta taxa de dose e ainda foi responsável pela realização da 1ª Radiocirurgia da região, se tornando a segunda unidade hospitalar na América Latina a realizar o procedimento.
Em 1993, a ACCG criou o Grupo de Apoio Paliativo ao Paciente Oncológico (GAPPO), que passou a oferecer atendimento domiciliar aos pacientes do Hospital Araújo Jorge fora das possibilidades terapêuticas. Atualmente o GAPPO possui uma equipe multidisciplinar formada por: médicos, psicóloga, enfermeira, motorista, orientadora espiritual, entre outros voluntários. Ela presta atendimento e levam conforto às residências de centenas de pacientes e suas famílias.
A Divisão de Transplante de Medula Óssea do Hospital Araújo Jorge foi criada em 2000 e é o primeiro e único serviço credenciado pelo Ministério da Saúde para este tipo de procedimento em todo Centro-Oeste e Distrito Federal pelo SUS. A unidade realiza, em média, 50 transplantes por ano, atendendo pacientes de várias regiões brasileiras.
A Coordenação de Voluntários coordena o trabalho de cerca de 300 pessoas que atuam em diversos projetos no Hospital Araújo Jorge. Candidatos passam por seleção, anualmente, com avaliação psicológica e curso de preparação, até serem designados para um dos projetos da instituição. Através dos voluntários, é possível oferecer apoio, orientação e informação aos pacientes e acompanhantes. Por isso, todo o trabalho faz grande diferença na vida dos pacientes em tratamento na ACCG.
Ajude a ACCG! Filantrópica, não pública, a Instituição recebe repasses pelos serviços prestados ao SUS, realiza atendimentos particulares e por convênios, e sobrevive também de doações. Mas, hoje, um dos objetivos e preocupações da ACCG é conseguir o apoio da sociedade e do poder público para conter uma grave crise financeira vivida pelos seus principais setores.
A solução do problema passa pelo aporte de recursos que complementem a crescente diferença entre o que a ACCG recebe pelos serviços prestados e o que estes custam na realidade. Dentre os casos mais gritantes, está o transplante de medula óssea, que custa à ACCG cerca de R$ 120 mil, mas o SUS não chega a pagar R$ 24 mil por cada transplante realizado.
Através do Setor de Mobilização de Recursos, são levantadas doações a serem investidas em benfeitorias para os pacientes. São várias formas de contribuir com o trabalho, veja as opções:
Depósito bancário: Banco do Brasil, Agência: 3388-x, Conta Corrente: 11331-x. Favorecido: Associação de Combate ao Câncer em Goiás. CNPJ: 01.585.595/0001-57. Banco ITAÚ, Agência: 0147, Conta: 33223-3. Favorecido: Associação de Combate ao Câncer em Goiás.
Caixa Economica Federal, Agência: 1394, Conta: 2026-6, Operação: 003. Favorecido: Associação de Combate ao Câncer em Goiás.
Doações pessoas físicas: Através do contato telefônico no número: (62) 3243-7399 ou WhatssApp: (62) 9 8589-8828. Doações pessoas jurídicas: O relacionamento da ACCG com a iniciativa privada se estabelece através da Campanha Empresa Amiga. O contato pode ser feito pelo número (62) 3243-7310 ou e-mail: campa[email protected]. Doações virtuais: A doação online é disponibilizada em nosso site (www.accg.org.br) ou em nossa página oficial do facebook. Acesse: http://accg.org.br/ajude/doacao-online-. Ações Solidárias: Essa é uma maneira de expressar a sua solidariedade de forma individual ou coletiva. São várias opções como, por exemplo, a realização de Aniversário Solidário, Trote Solidário, Evento Solidário e ações espontâneas. Para informações e/ou ajuda, ligue: (62) 3243 7310. Juntos contra o câncer, pela vida!
(João Nascimento, jornalista – com Liciene Coelho e Mirelle Irene)
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