Avante com a reforma trabalhista!
Diário da Manhã
Publicado em 27 de junho de 2017 às 04:10 | Atualizado há 8 anosEstivemos em Brasília, recentemente, representando a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) junto ao Conselho de Assuntos Legislativos da Confederação Nacional da Indústria (CAL/CNI). Lá, juntamente com lideranças do setor produtivo de todo o País, acompanhamos a votação, no Senado Federal, da proposta da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais da Casa. Fomos, naquela oportunidade, surpreendidos com um placar adverso, desfavorável. E, de imediato, o que se comentou que foi que aquela derrota era uma derrota do presidente da República, Michel Temer.
Verdadeiramente, não vejo que o placar de 10 a 09 pela rejeição do parecer do relator, o senador Ricardo Ferraço, como uma derrota de Temer. Claro que, neste caso, houve episódios, conforme se registrou na mídia, de membros da base de traíram o Presidente, faltando com os votos que pareciam seguros. Mas, este não é o cerne maior da questão.
A derrota maior foi, sem dúvida, do setor proodutivo e da classe trabalhadora. A proposta em tramitação no Senado, já aprovada na Câmara Federal, não mexe em nenhum direito fundamental do trabalhador brasileiro. Continuam assegurados benefícios e conquistas importantes como o salário mínimo, o 13º salário, férias, FGTS e vários outros.
A proposta da reforma trabalhista busca criar um ambiente melhor de negócios no País e, a partir daí, ter uma base sólida para a retomada do crescimento econômico e do emprego. É uma pensamento incoerente dizer que a reforma significará a precarização das relações de trabalho. Muito pelo contrário, o esforço é para que haja uma modernização. E esta modernização, sem dúvida, trará benefício para todos: patrões, empregados e a sociedade em geral. A precarização é um discurso sem muita fundamentação daqueles que lutam, apenas, contra a perda da contribuição sindical e estão na contramão daquilo que o País precisa para se reeguer. Mas, infelizmente, há sempre aqueles que trabalham pelo “quanto pior, melhor”. Por isso, atribuem a simples derrota em uma única comissão, a uma derrota do pesidente Michel Temer, olhando apenas para o viés político que envolve uma questão tão importante para o Brasil.
Não estamos aqui defendendo governo “A” ou “B”. Defendemos a reforma, porque entendemos que ela é necessária e urgente, para sairmos desta crise, onde temos um contingente de 14 milhões de pessoas desempregadas. Como mudar esta realidade, se não tivermos uma lei mais flexível, uma lei que não penalize quem dá emprego através do investimento do seu capital, do seu patrimônio? Seria, talvez, muito mais fácil aportar esse capital no mercado financeiro. Porém, nós, empresários, somos conscientes do papel social que temos. Somos cidadãos e acreditamos no Brasil. Contudo, está muito difícil manter e gerar emprego com uma legislação trabalhista exaurida.
A derrota na Comissão de Assuntos Sociais foi apenas uma batalha. A guerra não está perdida. Temos ainda a votação na Comissão de Constituição e Justiça e a votação em plenário, que é a mais importante de todas. E, temos confiança de que os nossos parlamentares vão enxergar além da questão política. Vão enxergar que o Brasil precisa de mudança, já! Não podemos mais esperar, porque muitas empresas já baixaram as suas portas, deixando milhares de pessoas e famílias em condições difíceis e lamentáveis. É este o olhar que devemos lançar sobre a reforma trabalhista, ou seja, um olhar para as pessoas, não o olhar para uma mera vitória ou derrota política.
A Fieg, a CNI, os Sindicatos Patronais estão unidos para contribuir com o Brasil. Queremos que a engrenagem da economia volte a girar o mais rápido possível e as pessoas tenham acesso ao emprego e a renda. Por isso, vamos continuar mobilizados, fazendo a nossa parte, acreditando no País e na força das instituições.
(Wilson de Oliveira, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), representante da entidade junto ao Conselho de Assuntos Legislativos da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e presidente da Fieg Regional Anápolis.)
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