Opinião

Chá Verde

Diário da Manhã

Publicado em 17 de janeiro de 2016 às 23:21 | Atualizado há 9 anos

O chá verde é a bebida mais consumida nos países asiáticos, e as pessoas que o  consomem naquela região conhecem seus efeitos benéficos há centenas de anos. Entretanto, apenas recentemente no Ocidente, onde há maior consumo de chá preto, houve interesse sobre o chá verde.

O chá verde é extraído das folhas secas de Camellia sinesis, mesma planta da qual se extraem o chá preto e o chá branco, diferenciando-se no processo de extração. Os efeitos benéficos do chá verde são graças ao polifenóis  presentes nesta bebida (epigalocatequina galato, epigalocatequina e epicatequina). Entre seus benefícios estão os efeitos antioxidantes e a capacidade antimutagênica.

Desde 1990, o chá verde é visto como uma erva natural que pode melhorar o gasto energético e a oxidação de lipídeo, induzido a perda de peso. Estudos que analisaram o efeito agudo da ingestão de chá verde mostram aumento significativo no gasto energético durante o período de 24 horas.

O chá verde consiste em folhas aquecidas (com infusão em água quente) imediatamente após a colheita, mecanicamente enroladas e comprimidas, depois são secas para evitar alterações enzimáticas. Desta forma, os constituintes e a cor da folha de chá são essencialmente preservados. O chá verde tem um conteúdo particularmente alto de taninos e é fortemente adstringente.

As folhas não fermentadas contém proteínas, glicídios, carboidratos, ácido ascórbico, vitaminas do complexo B (tiamina B-1, riboflavina B-2, e piridoxina-B6) flúor, betacaroteno, ácido fólico, vitamina K entre outras.

Tem sido postulado aos seus polifenóis (catequinas), principalmente a propriedade de prevenir o surgimento de câncer pela inibição das atividades da uroquinase e também pela sua ação na lesão causada pelos radicais livres no DNA das células e na indução da apoptose nas células tumorais.  É associada a ela a propriedade de evitar o sangramento de tumores de pele, impedir o aparecimento de lesões cancerosas no estômago, ajudar no tratamento de câncer do intestino e diminuir a proliferação das células cancerígenas do pulmão.

Foi observado um efeito anti-inflamatório, reduzindo  processos inflamatórios de artrite asséptica, além disso, o consumo de chá-verde pode ser profilático nos casos de artrite inflamatória, reduzindo a velocidade do desarranjo da cartilagem articular e o risco de ulceras, tumores e câncer de cólon em humanos.

O chá-verde reduz a probabilidade de desenvolvimento de doença coronariana, prevenindo a oxidação de LDL ( colesterol ruim) no plasma, passo importante na formação de placas de arterosclerose.

Incluem-se os seguintes efeitos ao consumo de chá-verde:

  •  antioxidante;
  •  anti-inflamatório;
  •  hepatoprotetor;
  •  antimicrobiano;
  • hipoglicemiante;

A sua recomendação de dosagem varia de 100 a 500 miligramas ao dia. Entre as reações adversas estão: hiperacidez, redução do apetite, náuseas, vômitos, prisão de ventre ou diarreia e irritação do aparelho digestório, nervosismo, insônia e taquicardia.

É contraindicado para gestantes e lactantes, pessoas com gastrite, úlceras gastrointestinais, com doenças cardiovasculares, doenças renais, hipertireoidismo, ansiedade, insônia e taquicardia.

 

OS CHÁS RICOS EM CATEQUINAS NO CONTROLE DE PESO

Manter o nível de gasto energéticos diário durante a perda de peso e a manutenção do peso é tão importante quanto manter a saciedade ao diminuir o consumo de energia. Neste contexto, diferentes chás ricos em catequinas e cafeína, como o chá -verde, ollong e os chá-branco, têm sido propostos como instrumentos para aumentar o gasto de energia e para aumentar a oxidação de gordura.

Tem sido amplamente proposto que os polifenóis presentes possam atuar de forma bastante efetiva no aumento da taxa metabólica, auxiliando assim na perda de peso. Seus efeitos, portanto, podem exercer importante relevância na manutenção do peso corporal.

Embora o efeito termogênico dos chás ricos em catequinas e cafeína possa apresentar um importante potencial no aumento da taxa metabólica, bem como na absorção intestinal de gorduras, possivelmente sobre o impacto exercido sobre a microbiota intestinal e expressão gênica, resultados clinicamente significativos dependem de condições individuais como predisposição genética, consumo habitual de cafeína e a composição e a dose de catequinas utilizadas. No entanto, os chás ricos em catequinas e cafeína podem ser agentes úteis que auxiliam no balanço energético e na possível redução da obesidade.

Lembrando que é necessário ter uma dieta balanceada de acordo com sua necessidade diária, associada a prática de atividade física. Não exagere no consumo de chás verde e branco, consuma com moderação.

 

(Juliana Monteiro Senra, nutricionista CRN1/10456, pós graduanda em Nutrição Esportiva – FANUT)

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