Cirurgia bariátrica: a visão da psicologia
Diário da Manhã
Publicado em 21 de dezembro de 2017 às 22:10 | Atualizado há 7 anosPara realização de uma cirurgia bariátrica é importante, entre outros laudos/aprovações, o da psicologia. Como profissional, prefiro o termo “preparo” do que “avaliação” psicológica, pois muito mais do que avaliar as condições psíquicas do paciente, é importante também verificar seu nível de informação, sua resistência, a frustração e sua capacidade para se adaptar às mudanças necessárias com a cirurgia.
– As mudanças de hábito se iniciam antes da cirurgia, e continuam no pós-operatório. Na preparação para cirurgia é necessário avaliar o nível de ansiedade do paciente, a sua resistência à frustração, a existência de compulsão alimentar, a sua capacidade de mudança e permanência com os novos hábitos, os seus pensamentos e a sua relação com a comida. Também é avaliado a auto-imagem, as relações consigo e com os outros e o histórico pessoal e familiar dos pacientes, tanto em relação à obesidade quanto aos transtornos psiquiátricos e as disfunções alimentares.
– O paciente deve estar ciente de que a gastroplastia não é um procedimento estético e que o fato de fazer a cirurgia não anula o esforço que terá que fazer dali em diante. Mudanças de hábito como os de reeducação alimentar e prática de atividade física farão parte da vida dos pacientes. Algumas pessoas acabam voltando aos velhos hábitos após a cirurgia e com isso resultam no reganho de peso ou começam a ter mal estar físico, como vômitos e sintomas da síndrome de dumpping. Para que o paciente se adapte as mudanças de estilo de vida, é importante que mantenham o acompanhamento psicológico no pós cirúrgico.
– Algumas condições pessoais podem dificultar a adesão do paciente às mudanças trazidas pela cirurgia, como a ansiedade e a compulsão alimentar. A ansiedade traz um desconforto psíquico e físico, e muitas vezes as pessoas transferem para a alimentação seus sentimentos. Desta forma, comem porque estão triste ou porque terão uma prova ou porque estão angustiados etc. A compulsão também é comum e pode mudar de objeto após a cirurgia, passando da alimentação para outro item, como compras, jogos, sexo, bebida alcoólica etc.
Portanto, é imprescindível uma terapia.
(Suellen Rogoski, horne psicóloga, especialista em Saúde. Atendimento Lyo Espaço terapêutico)
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