Clube urbano legião na esquina o melhor show local de 2016
Diário da Manhã
Publicado em 31 de janeiro de 2017 às 01:20 | Atualizado há 8 anos“Foi nos bailes da vida ou num bar Em troca de pão Que muita gente boa pôs o pé na profissão.” Ser cantor, músico, quantos sonhos foram realizados começando em situação assim? Goiânia a cidade dos barzinhos sabe bem disso, aqui é uma terra fértil, onde brotam artistas de todas as linguagens, cantores, então, nem se fala. O bom é que muitos possuem talentos.
Os músicos Henrique de Oliveira e Nilton Rabello, continuam com o show “Clube Urbano Legião na Esquina”, que teve sua primeira temporada em novembro passado, em janeiro desse ano estiveram na “Pousada do Rio quente”. O show tem formato de espetáculo cênico musical, a atriz Ianka Pimentel cita como é foi atuar em show: “Fazer a intervenção tendo o cantor no palco é mais complicado, porque a gente precisa respeitar o tempo das músicas para gente interferir com público para não atrapalhar o andamento do show.” Realmente a composição Cênica ficou boa, os atores fizeram as inserções de forma a contribuir com o espetáculo, a vontade é que tivesse mais inserções teatrais. Tem mais de 20 anos que estamos sem Legião Urbana e mesmo assim ela ainda está presente nas novas gerações, Geisy Cantuário, atriz que participa do projeto diz: “Participar desse projeto está sendo muito interessante, porque eu me identifico com algumas músicas do Legião Urbana, Renato Russo era um poeta.”
O evento conta com a direção teatral de Danilo Alencar, que escreveu os textos descritivos das histórias dos músicos e coordena os trabalhos junto aos atores em cena. O Projeto “Clube Urbano Legião na Esquina” foi idealizado pelos produtores Marcelo e Priscilla Carneiro (Arte Brasil). Incentivadores da cultura de nosso estado, os dois convidaram Henrique de Oliveira e Nilton Rabello para que fossem os protagonistas, convidando, também.
De início, Danilo realizou algumas oficinas teatrais com os artistas e os produtores, ainda que a participação dos músicos seja unicamente na execução das canções. Como foi a direção cênica do espetáculo Clube Urbano? – Danilo Alencar (diretor teatral): “Então, há muito tempo eu insisto nesse diálogo que nós experimentamos agora, entre música o teatro e o espaço cênico, como diretor cênico, diretor de teatro a gente acaba enxergando alguma coisa e fazendo empréstimo de outras linguagens que possam contribuir com espetáculo, foi uma experiência inesquecível acho que nós temos que tirar essa baixa estima Goiana e mostrarmos para o Brasil mostrar para o mundo que aqui também se produz espetáculo de excelente qualidade, com interpretes e compositores maravilhosos, músicos de altíssimo nível, como foi esse espetáculo que eu tive a honra de fazer a direção cênica.”
Outro componente do show é Rodrigo Paladino (Guitarrísta) “Nós já estamos fazendo trabalho com o Legião Urbana, percorrendo em algumas casas aqui em Goiânia. A questão de ter atores no palco foi uma surpresa, a turma do teatro é o maior barato, superdivertida”. Érica Fernanda (Contrabaixo): “Para mim foi uma grande honra participar desse projeto, já conheço os dois cantores há muito tempo, eles são cantores e pessoas que eu admiro muito além do profissional, como pessoa, como amigos, são pessoas que eu tenho grande admiração. A questão de ter ator em cena é bacana conhecer esse outro lado, os atores estavam sempre muito nervosos, preocupados antes e conhecer esse lado deles foi bem divertido.”
O projeto foi montado com base em duas carreiras distintas, dois cantores, além dos atores e o diretor cênico, foram muitos os desafios? – Marcelo Carneiro: “No início foi um desafio maior, mas nós conduzimos o processo de reuniões de encontros até cominar em umas oficinas que o Danilo propôs, porque um espetáculo desse sem direção ele seria muito mais pobre, então, eu acho que o olhar do diretor cênico de teatro trouxe algo de uma cumplicidade maior e envolvimento de todo mundo, foi uma questão de confiança construída.”
Comenta a criação desse projeto. – Henrique de Oliveira: “Eu fiquei feliz pela homenagem que eles fizeram com o meu trabalho e do Nilton Rabello. A gente não conseguia não tinha experiência de mesclar teatro e fazer essa coisa de interação nós estávamos assustados, mas quando a gente chegou e começou a ver tudo isso saímos daqui convictos de que foi um grande trabalho pode ter certeza foi o grande trabalho da minha vida, foi muito mais complexo, completo e emocionante até mais que meus CDs, Dvds, outros grandes shows, já cantei para 30 mil pessoas, tive 45 mil pessoas nos Estados Unidos em Miami, Atlanta.’
Como foi essa concepção do Clube Urbano? – Nilton Rabello: “Nasceu da afinidade musical minha e do Henrique, ele tem uma afinidade muito grande com Legião Urbana e uma banda que eu também gosto muito e eu tenho afinidade muito grande com o Milton Nascimento então a gente começou a fazer sempre junto em bar né e cantar essa mpb junto misturando isso, então, foi pegando um corpo, nasceu da nossa afinidade e das nossas músicas autorais.”
Marcel Carneiro e Danilo Alencar criaram, assim, momentos ora divertidos, ora emocionantes, que deram dinâmica e fluidez à apresentação. O público se deparou com um evento ainda não experimentado por aqui. Os atores promoveram interação leve e saudável da plateia com o espetáculo, criando momentos de diversão muito além de uma simples “saída de casa para assistir um show de música”.
Um espetáculo diferente, criativo, ótima programação para fazer sozinho ou acompanhado. Se você ainda não viu, aproveite que logo termos nova temporada, vá prestigiar e encantar-se com o espetáculo.
(Edson Barbosa, Escritor, Fotógrafo, Educador, Produtor Cultural, Articulista do Diário da Manhã, Editor Geral do Portal Santa Dica, Diretor da EBN Produções Artísticas.)
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