Corujão da Saúde, uma alternativa para Goiânia
Diário da Manhã
Publicado em 12 de dezembro de 2017 às 00:01 | Atualizado há 7 anosNão é segredo para ninguém que a saúde no Brasil passa por grandes dificuldades. Em Goiás e em Goiânia não é diferente. A crise existe e não podemos ignorá-la. Por isso, cabe a nós, legisladores, buscarmos alternativas no intuito de colaborar com a resolução das demandas da nossa cidade.
Sabemos que mais de 4,5 milhões de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) estão cadastrados em Goiânia, sendo que somente um terço deste número reside de fato em nossa cidade, exatos 1.466.105. Esta discrepância causa uma sobrecarga enorme nas unidades de saúde da capital.
Colaborando com esta difícil situação, estão os hospitais públicos geridos pelo Governo do Estado, que antes das organizações sociais (OSs) assumirem as suas gestões, tinham um custo cinco vezes menor e atendiam quatro vezes mais pacientes. Hoje, atendem no máximo 190 pessoas por dia em cada unidade. Antes da contratação das OSs, atendiam em média 800.
Este quadro contribuiu sobremaneira para sobrecarregar os postos de saúde da rede municipal. Como médico, vereador e vice-presidente da Comissão Especial de Investigação (CEI) da Saúde meu intuito sempre foi colaborar com projetos de lei que de uma maneira ou de outra, possam ajudar na melhoria da prestação de serviços aos usuários do Sistema de Saúde de Goiânia.
Pensando nisso, busquei na cidade de São Paulo um modelo de gestão na saúde que está dando certo na maior capital do País, denominado Corujão da Saúde. Implementado pela gestão do prefeito João Dória, o “Corujão” começou a ser implantado em hospitais e clínicas das redes públicas, particulares e filantrópicas, ofertando exames extras em horários alternativos, preferencialmente das 20h à meia-noite, conforme a capacidade ociosa de cada local. A prefeitura deu preferência para que o exame seja feito no serviço mais próximo da casa do paciente. Segundo dados da Secretaria de Saúde de São Paulo, em 31 de dezembro de 2016, a rede municipal de saúde registrava 485.300 exames na fila. Desse grupo, apenas 1.706 (0,35%) ainda não foram atendidos, mas foram agendados. Do total de exames, 79,78% foram realizados em equipamentos municipais e 20,22% em unidades conveniadas. Foram efetuados 69.328 procedimentos em serviços parceiros, com 18.773 atendimentos no Hospital da Santa Casa de Santo Amaro, unidade que realizou mais exames. Outro destaque é o Hospital Sírio Libanês, responsável por quase 20% dos pacientes. Em 83 dias, o Corujão conseguiu reverter o movimento de crescimento que a fila de espera por exames apresentou durante todo o segundo semestre de 2016. Se de julho a dezembro de 2016 houve um aumento de 154.408 procedimentos, totalizando 485.300, os três primeiros meses de 2017 registram mais saídas do que entradas na fila. No balanço, saíram da fila 381.163 exames a mais do que a quantidade que entrou. Considerando a soma das demandas de 2016 e de 2017, 893.660 deixaram de aguardar por exames com o programa.
Informo esses dados da Prefeitura de São Paulo para exemplificar e demonstrar os números que o Corujão da Saúde conseguiu atingir. Apresentei meu projeto que já foi aprovado em primeira votação e espero que seja sancionado pelo prefeito Iris Rezende para que possamos zerar, ou pelo menos diminuir a fila de espera dos contribuintes que aguardam atendimento na saúde de Goiânia.
Sem politizar um tema tão importante para a população, temos que apresentar soluções para reprimir essa demanda por serviços de saúde em Goiânia.
(Dr. Paulo Daher é médico ginecologista, obstetra e vereador por Goiânia)
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